Os manifestantes jogaram ovos, latas e garrafas na polícia e na guarda de segurança, além de bloquear a rota para receber alguns dos 300 tratores que levaram para a demonstração. Alguns produtores foram próximos a supermercados com garrafas de leite e as distribuíram para os que passavam por lá ou as usaram como mísseis contra a polícia.
Os organizadores do protesto, produtores que fazem parte da federação Copa-Cogeca e da European Milk Board, disseram que reuniram 5.000 pessoas e que os participantes viajaram da Bélgica, França e Alemanha para participar do protesto. Já a polícia alegou que a participação era de "pouco mais de 3.000 manifestantes".
Os participantes do protesto levantaram faixas e cartazes com frases como "A Europa está nos deixando morrer" e "Se a agricultura morrer, nada pode sobreviver". Os manifestantes se reuniram próximo ao local onde seria a reunião de ministros da Agricultura da UE e cerca de 300 deles tentaram forçar sua entrada no prédio antes de serem levados pela polícia.

Foto 1. Polícia em Luxemburgo durante protesto de produtores de leite europeus

Foto 2. Manifestantes seguram cartazes em protesto pelos baixos preços do leite em Luxemburgo
Esse protesto segue vários outros em muitas cidades da Europa. A situação se acalmou no começo da noite, mas o tráfego em Luxemburgo permaneceu afetado pelos produtores, que fizeram uma lenta passeata.
A Comissária da Agricultura da UE, Mariann Fischer-Boel, denunciou a violência como "por um pequeno grupo de agitadores". Ela disse que não tem uma varinha mágica para resolver suas queixas. Implicitamente ela criticou países como França e Alemanha por continuarem questionando a decisão de aumentar as cotas de produção.
No entanto, o ministro da Agricultura, Michel Barnier, pediu que seus colegas da UE ouçam as demandas dos manifestantes. "A Europa não deve abandonar a indústria de alimentos em geral, e o setor leiteiro em particular, somente por causa das forças de mercado que é a lei menos social, ecológica e econômica", disse ele. A França tem o maior setor agrícola da Europa.
Os produtores disseram que a decisão de descartar as cotas de produção de leite está ameaçando seu sustento. Em novembro passado, os ministros da Agricultura de 27 países membros da UE concordaram em aumentar as cotas de produção de leite em 1% por ano antes de remover a cota de vez em 2014-2015. As cotas foram introduzidas em 1984 para dar suporte aos preços e lidar com a grande quantidade de leite e manteiga que havia em excesso na época na Europa, criada pelo excesso de produção.
A chanceler alemã, Angela Merkel, enfrentando protestos particularmente intensos no país, concordou com reduções nas taxas para ajudar os produtores que passam por dificuldades devido à queda nos preços dos alimentos.
A reportagem é da Agence France-Presse (AFP), adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.
