Setor de longa vida caminha para consolidação
Com crescimento da ordem de 400% nos volumes desde meados dos anos 90, quando o produto começou a se popularizar no Brasil, o setor de leite longa vida passa por transformações no país. A entrada de novas empresas em lácteos - estimuladas também pelo aumento das exportações de leite em pó a partir de 2007 -, a disputa por matéria-prima e, em boa medida, o episódio de fraude de leite cru em Minas Gerais, há quase dois anos, deram início ao processo de consolidação do setor, movimento que ainda não acabou.
Publicado por: MilkPoint
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Desde 2007, pelo menos 10 marcas de um total de 80 no mercado brasileiro deixaram de existir, estima a Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV). "Este é um mercado pulverizado, houve fusões e aquisições. Vai enxugar mais, mas não vai deixar de ser pulverizado porque leite é um produto regional", observa Cláudio Teixeira, presidente da ABLV e proprietário da Italac.
Um dos negócios que mais balançaram o setor foi a compra da Eleva pela Perdigão, que já tinha a Batavo, em outubro de 2007. A aquisição fez a Perdigão, agora Brasil Foods após adquirir também a Sadia este ano, colocar em risco o domínio da Nestlé/DPA na captação de leite no país. A Perdigão não foi a única a surpreender: a gaúcha Bom Gosto avançou por meio de aquisições, com o apoio do BNDES, a GP Investimentos entrou no leite no ano passado com a compra da goiana Morrinhos, e Nilza e Parmalat disputaram na Justiça a aquisição da Montelac - a Nilza, hoje em recuperação judicial, levou a empresa.
A Parmalat, que nos anos 90, nas mãos dos italianos, ajudou a popularizar o longa vida no Brasil, também vive dias difíceis atualmente. Controlada pela Laep Investments que a comprou em 2006 depois da crise da matriz italiana, a Parmalat tenta renegociar dívidas com credores da recuperação judicial da empresa antiga. Além disso, fechou 2008 com prejuízo de R$ 449,5 milhões, reflexo de uma estratégia que se mostrou equivocada: crescimento agressivo via aquisições.
A Parmalat teve de desfazer de ativos que havia acabado de comprar, como a Poços de Caldas, em 2008. Também decidiu concentrar os negócios no Sudeste e arrendou por 35 anos, em julho passado, sua maior unidade, a de Carazinho (RS), para a Nestlé. Esta, aliás, estreou no mercado de longa vida com leites especiais este ano.
Diante de tantas mudanças, marcas de longa vida sumiram das gôndolas, outras surgiram, e o segmento vendeu 5,308 bilhões de litros em 2008, o que gerou uma receita de R$ 8 bilhões. Para este ano, segundo Teixeira, a previsão é de crescimento de 4% no volume e de um faturamento de R$ 9 bilhões. O aumento do volume é inferior aos 5,5% registrados entre 2007 e 2008. Segundo o presidente da ABLV, a razão é a crise econômica, que acabou limitando o crescimento das vendas de leite longa vida no país.
O leite longa vida fez caminho inverso do leite pasteurizado, cujos volumes caíram de forma expressiva nos últimos anos. De acordo com a ABLV, o longa vida representa 75% do mercado de leite fluido formal, que somou 7,103 bilhões de litros ano passado - o número é a soma do longa vida e do pasteurizado.
Para o presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, o aumento da importância das grandes redes de varejo nas vendas de leite, a mudança de hábitos dos consumidores e o investimento em propaganda explicam o avanço do longa vida sobre o leite pasteurizado. "O supermercado prefere o longa vida pela facilidade de armazenamento.", diz. Para Rubez, a consolidação do setor de laticínios deve perder fôlego, já que os preços internacionais do leite em pó têm desestimulado as vendas externas do produto, o que foi um dos motores do movimento de fusões e aquisições.
A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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Para isso gostaríamos de saber de empresas neste segmento( leite e derivados),que tem interêsse no mercado de Curitiba,e região metropolitana,e tb todo o litoral paranaense.
Obrigado
orlando

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