RS: estiagem e frio intenso prejudicam a produção

Após a estiagem, que atrasou em cerca de 45 dias o plantio de pastagens como aveia e azevém, agora é a vez do frio intenso retardar o período em que o gado gaúcho terá acesso à pastagem durante o inverno. Assim, a produção leiteira gaúcha precisará de pelo menos dois meses para ser normalizada.

Publicado por: MilkPoint

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Após a estiagem, que atrasou em cerca de 45 dias o plantio de pastagens como aveia e azevém, agora é a vez do frio intenso retardar o período em que o gado gaúcho terá acesso à pastagem durante o inverno. Assim, a produção leiteira gaúcha precisará de pelo menos dois meses para ser normalizada.

Com temperaturas abaixo dos 10°C, o desenvolvimento das plantações ocorre de maneira mais lenta. Conforme o chefe-geral da Embrapa Trigo em Passo Fundo, Gilberto Cunha, termômetros em torno dos 15°C ajudariam as pastagens a crescerem mais rapidamente.

Muitas propriedades estão sofrendo com a redução na oferta de pasto em razão da seca que afeta o Estado desde o final de 2008. Alguns produtores ainda viram frustrada a plantação de milho, que seria destinada aos animais com a silagem. Se reduz a alimentação, diminui também a produção de leite.

Atualmente, a diminuição na produção de leite no Rio Grande do Sul, segundo estimativas do setor, varia entre 20 e 30% nas diferentes regiões do Estado. Enquanto isso, os preços recebidos seguem em defasagem segundo os produtores, que têm seus custos aumentados em função da alimentação suplementar fornecida aos rebanhos.

Somente nos 47 municípios atendidos pela Emater na região de Ijuí, a estimativa é de que 50 milhões de litros de leite deixaram de ser produzidos entre dezembro e junho devido à estiagem. Conforme o assistente técnico regional da Emater em Ijuí, Pedro Urubatan, isso significa em torno de R$ 30 milhões a menos no bolso dos produtores. Na última semana, o preço médio praticado em âmbito estadual para o litro de leite se manteve estável em R$ 0,59, de acordo com a Emater.

As últimas chuvas auxiliaram no desenvolvimento das pastagens, principalmente a aveia e azevém, mas seu crescimento é lento devido às baixas temperaturas, não permitindo ainda sua utilização com pastoreio direto. Nas glebas mais baixas das propriedades rurais, as fortes geadas provocaram a queima das brotações mais novas das pastagens nativas, diminuindo a disponibilidade de alimentos diretamente aproveitados pelos animais.

"Frio intenso, geada e dias nublados contribuem para atrasar o crescimento das forrageiras. A aveia precisa estar com 30 centímetros para o gado poder pastar, o que deve levar ainda uns dois meses. Até lá, a produção de leite continua reduzida", complementou o assistente técnico regional da Emater em Bagé, Fábio Schlick.

No momento, os produtores estão utilizando silagem, feno, ração e sobra do pasto remanescente das lavouras de verão para alimentar o rebanho, mas é grande a preocupação com a possível falta de uma dieta alimentar mais adequada durante o período do inverno, o que poderá influir negativamente na produção ofertada, que já apresenta queda.

As informações são do jornal Zero Hora/RS e da Agência Safras, adaptadas e resumidas pela Equipe MilkPoint.
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Camila Souza de Deus
CAMILA SOUZA DE DEUS

ENTRE-IJUÍS - RIO GRANDE DO SUL - ESTUDANTE

EM 16/06/2009

Em tempos de crise, os produtores se obrigam a procurar alternativas para não terem perdas no seu tambo. O tempo não ajuda muito e os lucros precisam aparecer; diante disso, alguns produtores já estão descartando animais indesejáveis e alimentando seu rebanho com silagem e ração. Essa é a realidade da minha cidade natal, Entre- Ijuís, e de várias cidades afetadas pelo tempo no Rio Grande do Sul. Como futura Veterinária, apreciadora da Bovinocultura de Leite, fico na expectativa de dias melhores, e que todos os produtores superem essas dificuldades.
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