Olá produtor! Hoje iremos falar sobre como foi o ano de 2020 para o setor lácteo e o que podemos esperar para o início do ano de 2021.
Bastante influenciado pela pandemia da Covid-19, o mercado de grãos teve diferentes fatores afetando seu funcionamento. Com as alterações ocorridas nas cadeias de produção de todo o mundo a partir da pandemia do coronavírus, a demanda por suínos e frangos advindos do Brasil aumentou, ampliando a necessidade destes mercados por ração.
Além disso, a demanda direta de outros países por milho e soja foi alavancada não só pelas alterações produtivas, mas também pela valorização do dólar frente ao real. Como consequência, os preços de grãos atingiram patamares bastante altos, mantidos durante todo ano e que devem continuar elevados no início de 2021.
Desde 2019, o Sul vem enfrentando problemas de secas — incertezas climáticas influenciadas pelo fenômeno La Ninã — que se acentuaram na safra de 2020. A irregularidade de chuvas e o aumento considerável nos custos de insumos, prejudicou a oferta de leite interna.
Somado a isso, vimos uma demanda aquecida, com alta no mercado de derivados lácteos – relacionado a uma população recebendo auxílio emergencial e havendo mudança no hábito de consumo. Assim, com baixa oferta e alta demanda, os valores de preços pago ao produtor atingiram patamares recordes no segundo semestre de 2020.
Apesar dos preços bastante elevados de ração, o preço pago ao produtor compensou no segundo semestre, e como consequência o Receita Menos Custo de Ração (RMCR ) – que mede a rentabilidade do produtor — também atingiu elevados patamares, chegando ao valor de 33 R$/vaca/dia (para uma vaca produzindo 20 litros de leite e comendo 7 kg de concentrado) no mês de setembro/20.
Com a reação de preços no mercado nacional e o aumento da disponibilidade de produtos no Mercosul, as importações aumentaram significativamente. Assim, além do estímulo à produção interna no segundo semestre, tivemos também elevadas importações — resultando numa maior disponibilidade de leite no fim de 2020.
Com rentabilidade historicamente elevada e importações competitivas, entramos em 2021 com uma boa disponibilidade de leite. No entanto, devemos nos atentar a demanda — que vem em aparente desaceleração, e o fim do auxílio emergencial deve alavancar este movimento. Assim, o cenário para o novo ano pode ser desafiador, com perspectiva de aumento da oferta e incertezas para o lado da demanda.
Estas e mais informações de mercado voltadas para o produtor de leite são disponibilizadas no aplicativo Milk Monitor, conheça!