Mais investimentos fora do mercado e uma forte base de produção nos EUA estão impulsionando o crescimento dos queijos. Em um relatório recente, o Rabobank analisou o mercado global de queijos desde 2010 e previu o que está por vir.
Na última década, cerca de 70% das exportações mundiais de queijo foram originárias da UE, EUA, Oceania e Argentina. Tanto a UE como os EUA aumentaram sua capacidade de produção significativamente desde 2009, enquanto a Austrália e a Argentina permaneceram estagnadas.
Em muitos países, a produção de queijo está superando o consumo doméstico e o menor consumo de leite está fazendo com que o excedente de matéria-prima seja transformado em ainda mais queijo. Este cenário está impulsionando as exportações da UE e dos EUA.
O Rabobank disse que a Oceania obteve as melhores vitórias comerciais nos últimos anos, dando à região uma vantagem competitiva na exportação para a Ásia. Espera-se que a UE e os EUA preencham essa lacuna em um futuro próximo.
Desde a eliminação das cotas de leite em 2015, a UE atua em novos acordos comerciais de longo prazo, como o Acordo de Parceria Econômica UE-Japão. Os EUA têm um acordo semelhante em andamento com o mesmo país desde o mês passado e continuam explorando novos mercados para uma série de produtos agrícolas, além dos lácteos.
Globalmente, o Rabobank disse que o crescimento de populações, ocidentalização de dietas e uma preferência crescente por laticínios integrais estão impulsionando o crescimento, com uma demanda particular de queijo muçarela para pizza. Nos próximos anos, o crescimento das importações se espalhará para novas regiões, sendo a Ásia o destino mais atraente.
A China é um mercado cobiçado há anos e seus volumes anuais de importação de queijos devem ultrapassar 200.000 toneladas em 2024. O Rabobank também observou que o Japão e a Coreia do Sul permanecerão "parte integrante do saldo global de queijos".
Os volumes de importação de queijo para Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã devem superar coletivamente 1.900.000 toneladas até 2024.
O Rabobank também aconselha manter um olho nas economias do Oriente Médio apoiadas pelo petróleo. Como os preços e a produção do petróleo caíram e enfraqueceram as economias, o crescimento do comércio também sofreu e causou inquietação.
Nos últimos cinco anos, os investimentos em queijos têm aumentado. Mais de US$ 3 bilhões foram direcionados para novos locais de armazenamento e produção, grande parte provenientes de empresas globais. Os investimentos estão apoiando a diversidade de produtos, bem como expandindo a capacidade de corte, trituração e embalagem.
Desde 2017, houve 75 fusões e aquisições específicas para queijo, sobrepondo-se à categoria de investimentos. O Rabobank diz que isto foi impulsionado por consolidadores globais, cooperativas de lácteos e private equity.
O queijo enfrenta diferentes desafios em todo o mundo, mas o Rabobank disse que os "amplos ventos macroeconômicos, com uma economia global em desaceleração e uma recuperação lenta" podem ser os principais fatores que afetam negativamente os gastos do consumidor.
Os EUA têm mostrado sinais de recessão, o que também pode afetar a economia global. Além disso, sua guerra comercial com a China pode colocar o país em risco de nunca se tornar um exportador de queijos-chave para o mercado chinês.
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint.