Preços internacionais têm alta na última quinzena

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços de exportação de lácteos, entre 07 e 18 de setembro, apresentaram alta para todos os produtos no Oeste da Europa e na Oceania, quando comparados à quinzena anterior. No Oeste da Europa, as altas mais expressivas foram nos preços médios do soro em pó (25%), e no leite em pó integral (8,6%, sendo cotado a US$ 3.012,5/ton). Na Oceania, o leite em pó integral teve alta de 9,8%, com preço médio de US$ 2.800/tonelada.

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Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços de exportação de lácteos, entre 07 e 18 de setembro, apresentaram alta para todos os produtos no Oeste da Europa e na Oceania, quando comparados à quinzena anterior. No Oeste da Europa, as altas mais expressivas foram nos preços médios do soro em pó (25%), e no leite em pó integral (8,6%, sendo cotado a US$ 3.012,5/ton). Na Oceania, o leite em pó integral teve alta de 9,8%, com preço médio de US$ 2.800/tonelada.

Segundo informações do Dairy Industry Newsletter (DIN), uma inesperada escassez de oferta no mercado mundial desencadeou a elevação dos preços, com o leilão da Fonterra iniciando esse movimento. Na Nova Zelândia, o início da safra não teve um bom começo, com entregas ficando muito aquém do que era esperado. Nos Estados Unidos, a oferta de leite está inferior ao do ano passado, sendo que com a produção crescente de queijo, os estoques de leite em pó estão diminuindo. Apesar dos aumentos, os preços mundiais da manteiga e do leite em pó desnatado (SMP) ainda estão cerca de 30% abaixo em relação ao ano passado, e embora a demanda por queijos no mundo esteja firme, os aumentos de preços têm sido limitados.

Nos Estados Unidos, de acordo com o boletim do DIN, o mercado de leite em pó está em alta. A produção de leite em pó desnatado em julho foi 10% inferior em relação a 2008, e os estoques das indústrias caíram 12% em julho, chegando ao menor nível desde agosto/08. Os preços do soro em pó e lactose estão estáveis, com mercado firme.

De acordo com as últimas estatísticas semanais da França e da Alemanha, a produção de leite está caindo em relação ao ano anterior - particularmente na França - sendo que os teores de proteína e gordura também estão menores. A oferta na Irlanda também está diminuindo. O contraste entre a evolução dos preços no outono de 2008 e em 2009 é dramático, com os preços nesta época do ano passado em queda livre. O mercado de commodities tornou-se muito mais volátil, e em contraste com o ano passado - quando a oferta de leite em todo o mundo estava subindo - a oferta é incerta, e os preços futuros são imprevisíveis. (DIN)

No Oeste da Europa, o leite em pó integral ficou com preço médio de US$ 3.012,5/t, com valores variando entre US$ 2.875/t e US$ 3.150/t, alta de 8,6% em relação à quinzena anterior. O preço médio do leite em pó desnatado (US$ 2.612,5/t) teve alta de 7,7% em relação à quinzena anterior, com valores entre US$ 2.550/t e US$ 2.675/t. O valor médio do soro de leite mostrou a alta mais expressiva, de 25%, oscilando entre US$ 775/t e US$ 1.100/t, média de US$ 937,5/t.

Na Oceania, o preço médio do leite em pó integral ficou em US$ 2.800/t, com valores entre US$ 2.500/t e US$ 3.100/t, alta de 9,8% comparado à quinzena anterior. Os valores do leite em pó desnatado ficaram entre US$ 2.225/t e US$ 2.600/t, média de US$ 2.412,5/t, alta de 6,04% em relação à quinzena anterior.

O valor médio da manteiga foi de US$ 2.350/t na Oceania, 4,4% superior em relação à quinzena anterior, e US$ 3.587,5/t no Oeste da Europa, alta de 4,0%. Na Oceania, o preço médio do queijo cheddar apresentou alta de 11,7% em relação à quinzena anterior, fechando a US$ 3.100/t, com valores entre US$ 2.900/t e US$ 3.300/t.

De acordo com informações do operador de mercado de lácteos, Otavio A. C. de Farias, da empresa Alliance Commodities, há sinais no mercado parecidos com os da fase "pré-bolha de preços" em 2006/2007. "Naquela época - segundo semestre de 2006 - o aumento da demanda aliou-se à queda dos estoques de intervenção, à alta do Euro versus Dolar americano, e ao clima afetando a produção em algumas regiões do mundo. A corrida de compradores provocou alta de preços sem precedentes das commodities, colocando tanto indústria como compradores em situação de incerteza quanto a manter estoques ou estender posições compradas ou vendidas."

Segundo Farias, naquela ocasião as commodities ficaram sem referência de preços, e alguns compradores pagavam qualquer valor antecipando alta mais pronunciada de preços.

"Ainda não se pode afirmar se os ajustes de preços atingirão os picos de preços de 2007/2008, mas claramente a volatilidade nos mercados é hoje muito maior do que nas décadas de 1990 e a atual, até o ano de 2006", conclui Otavio Farias.

Gráfico 1. Evolução dos preços de exportação de lácteos do Oeste da Europa, em dólares por tonelada.

Figura 1
Clique na imagem para ampliá-la.

Gráfico 2. Evolução dos preços de exportação de lácteos da Oceania, em dólares por tonelada.

Figura 2
Clique na imagem para ampliá-la.

Equipe MilkPoint, com informações do USDA e do Dairy Industry Newsletter.
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Marcos Almeida Junqueira Reis
MARCOS ALMEIDA JUNQUEIRA REIS

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/09/2009

Com certeza seria uma ótima notícia. De ruim, apenas a reafirmação de que estamos longe, muito longe, de termos domínio sobre o referencial de preços do nosso mercado. É premente que nós produtores desenvolvamos ferramentas que nos permitam ingerência para equalizar o mercado em momentos de excessiva alta e excessiva baixa dos preços.
A efetiva utilização de mecanismos de restrição de ofertas em época de baixa de preços seria uma delas. Acho que esse é o caminho para que não fiquemos a mercê de um mercado ondulado onde não podemos ter previsibilidade de retorno de nossa atividade, atravessando vários momentos de absoluto prejuízo na exploração.

Não queremos ganhar muito. Não queremos é perder.
MARCOS FERNANDES QUEIROZ
MARCOS FERNANDES QUEIROZ

CACHOEIRA PAULISTA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/09/2009

Salve!!! uma luz no fim do túnel!!! só esperamos que se confirme.
Roberto Jank Jr.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/09/2009

Dessa vez, espero com sinceridade que o Otavio Farias esteja certo; seria a melhor noticia dos últimos 15 meses.
Qual a sua dúvida hoje?