Pesquisa sobre probiótico que evita febre do feno entra em nova fase em Queensland, Austrália

"No final do estudo, 63% dos participantes que tomaram o probiótico relataram uma melhora significativa na qualidade de vida", disse West na época. "Além disso, os pacientes tiveram menos sintomas de febre e exigiram menos medicação".

Publicado por: MilkPoint

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Cientistas em Queensland estão se preparando para um teste padrão-ouro de um novo probiótico que poderia evitar a ocorrência da febre do feno. Nic West, imunologista da Menzies Health da Griffith University Institute Queensland, liderará o estudo de fase 3. O piloto anterior que focou na formulação probiótica multiespecífica, publicado no ano passado, foi considerado bem-sucedido. A equipe de West deu a 44 adultos com febre do feno moderada a severa o probiótico duas vezes por dia durante oito semanas. Os pacientes foram solicitados a relatar seus sintomas e avaliar sua qualidade de vida.

"No final do estudo, 63% dos participantes que tomaram o probiótico relataram uma melhora significativa na qualidade de vida", disse West na época. "Além disso, os pacientes tiveram menos sintomas de febre e exigiram menos medicação".

A febre do feno, conhecida pelos cientistas como rinite alérgica sazonal, é uma desordem crônica das vias aéreas superiores causada por uma reação exagerada do sistema imunológico ao pólen. É um problema de saúde global que afeta entre 10 e 30% da população mundial e é cada vez mais prevalente. A condição tem um sério impacto na qualidade de vida dos pacientes e representa um encargo financeiro substancial para os consumidores e para o sistema de saúde.

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Apesar de não apresentar risco de vida, a febre pode exacerbar a asma durante eventos climáticos extremos, como o observado em Melbourne em 2016, quando nove pessoas perderam a vida após uma tempestade colossal. As opções atuais de tratamento, como anti-histamínicos, são caras, podem não resolver completamente os sintomas e não atacam a causa subjacente.

"Estamos agora investigando se a formulação probiótica ajuda a regular o sistema imunológico, o que aumenta a tolerância aos agentes causadores da febre do feno", disse West. “Já vimos em vários estudos que os probióticos podem ter benefícios em relação à saúde imunológica, intestinal e respiratória. Com esses resultados relacionados à febre do feno, embora isso não seja visto como uma ‘cura para todos’, analisaremos a redução dos sintomas juntamente com a ausência de efeitos colaterais adversos”.

Culturas probióticas vivas fazem parte de produtos lácteos fermentados, outros alimentos fermentados e nutrição fortificada com probióticos. Os mais conhecidos probióticos comercialmente disponíveis são encontrados nas prateleiras de supermercados na forma de marcas como Yakult, ou como pílulas sem receita médica em farmácias e lojas de alimentos saudáveis.

Falando de seu escritório em Brisbane, West acrescentou que há uma longa história de pesquisas sobre eczema e probióticos, com estudos mostrando alguns bons resultados. Um deles longitudinal ao longo de 10 anos descobriu que as crianças que receberam probióticos em um estágio inicial da vida pareciam ter menos eczema do que aquelas que não consumiam probióticos.

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“Em nossa pesquisa sobre a febre do feno, o fato de termos visto um resultado positivo em nosso estudo no ano passado significa que vamos começar a fase 3 do experimento em setembro. Temos conversado sobre estratégias de recrutamento e divulgado que estamos fazendo pesquisas nesta área”, acrescentou.

A equipe agora está procurando por 165 pessoas em toda a Austrália, com idades entre 18 e 60 anos, que sofrem de febre do feno moderada a grave. Eles serão convidados a tomar um suplemento probiótico por até oito semanas. O objetivo do estudo é preparar o caminho para a formulação probiótica ser disponibilizada comercialmente em um momento em que as pessoas estão sofrendo de mais alergias e também apresentam idade mais avançada. As cepas usadas não foram nomeadas e estão nas mãos do departamento de patentes da universidade.

"Existe uma necessidade real de pessoas com asma ou alergia controlarem o problema, de modo que os probióticos possam oferecer uma estratégia nesse arsenal de tratamentos", disse West. “Sabemos que os probióticos são seguros e isso é importante para muitas pessoas que não gostam de tomar medicamentos. Além disso, eles podem oferecer outro mecanismo ou estratégia para reduzir os sintomas e ter uma resposta potencialmente menor a uma circunstância ambiental adversa, como uma tempestade de poeira”.

“Estamos fazendo um bom trabalho com a indústria de laticínios em Queensland. A mesma tem algumas oportunidades potencialmente muito grandes para capitalizar os parâmetros imunológicos contidos no leite. É fundamental, que com a indústria de lácteos em um patamar tão baixo atualmente, encontremos novos produtos lácteos de valor agregado que também possam beneficiar pessoas em condições como essas", finalizou West.

As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint.

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