Operação Abate investiga empresas e leva 22 à prisão

A Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal em Rondônia deflagraram ontem a Operação Abate. O trabalho é resultado de mais de um ano de investigações realizadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal para apurar a prática de diversos crimes cometidos para favorecer empresas frigoríficas, laticínios e curtumes fiscalizados pela Superintendência Federal da Agricultura (SFA) em Rondônia.

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Uma denúncia de que a JBS Friboi estaria adicionando água à carne bovina que comercializa para aumentar o seu peso foi o ponto de partida das investigações que culminaram na "Operação Abate", deflagrada ontem (16) pela Polícia Federal e que levou à prisão de 22 pessoas, entre executivos e funcionários públicos. A informação é do procurador Reginaldo Trindade, do Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia.

Segundo ele, a partir da denúncia, feita há cerca de um ano, MPF e Polícia Federal passaram a vasculhar as atividades de frigoríficos e laticínios, além dos curtumes, com operações na região. As investigações apontaram para o suposto funcionamento de uma quadrilha dentro da Superintendência Federal da Agricultura em Rondônia (SFA), que teve os dois superintendentes, Orimar Martins Silva e Jão Carlos Barbosa, presos, juntamente com alguns fiscais.

Além da JBS, outros frigoríficos afetados pela investigação são o Margen e o Redenção, ambos em recuperação judicial. Também foram alvo das investigações os frigoríficos Santa Marina, Cean, FrigoPeixe e o Laticínio Três Marias, de acordo com o procurador. Ele não soube precisar o número total de empresas afetadas pelas investigações e os crimes de que são acusadas.

De acordo com o procurador da República de Rondônia, a quadrilha montada dentro da Superintendência Federal de Agricultura praticava uma série de irregularidades, como concessão de laudos frios e liberação para o funcionamento de unidades de produção. Tudo mediante propina, que era paga de forma "sistemática e regular" diretamente para os superintendentes do órgão e "por fora" para os fiscais que atuam dentro das unidades de produção. "Muitos fiscais sequer apareciam nas unidades. Ficavam em casa e de lá liberavam as guias ou as assinavam em branco e deixavam com os empresários", afirmou Trindade.

Entre os 22 presos ontem na "Operação Abate" estão também funcionários do Ministério da Integração Nacional, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Banco da Amazônia. A "Operação Abate" foi deflagrada em Rondônia, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Distrito Federal.

A matéria é de Murillo Camarotto, Alda do Amaral Rocha e Mauro Zanatta, para o Valor Online, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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Fabricio Xavier Baier
FABRICIO XAVIER BAIER

OURO PRETO DO OESTE - RONDÔNIA - ESTUDANTE

EM 18/06/2009

Como sou morador do estado de Rondonia estou muito preocupado com toda esta situaçao, pois isto de certa forma vai causar um colapso e uma má visao dos investidores e compradores dos nossos produtos; no entanto, isso tambem tem o lado bom, no qual sendo assim vai limpar as impurezas existente no mercado rondoniense e a fiscalizaçao vai se torna mais ampla e eficaz.
Francisco de Assis Simionato
FRANCISCO DE ASSIS SIMIONATO

TERRA BOA - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 17/06/2009

Muito boa a atitude de fiscalização em Rondônia. Gostaria que este tipo de fiscalizaçao estivesse presente em todo o pais, como também aconteceu aqui no Paraná; porém seria importante que toda fraude fosse combatida com cadeia para os culpados, pois assim os produtores de leite seriam mais valorizados.
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