Nestlé fatura 1,9% menos no Brasil e prevê investir US$ 100 milhões

A Nestlé, líder do setor alimentar, fará investimentos de cerca de US$ 100 milhões este ano em seu parque industrial no Brasil, que é seu quarto maior mercado, só atrás dos Estados Unidos, China e França.

Publicado por: MilkPoint

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A Nestlé, líder do setor alimentar, fará investimentos de cerca de US$ 100 milhões este ano em seu parque industrial no Brasil, que é seu quarto maior mercado, só atrás dos Estados Unidos, China e França.

O vice-presidente para as Américas, Laurent Freixe, disse ao Valor que o montante está em linha com o que vem sendo investido nos negócios do gigante suíço na maior economia da América Latina. "Mesmo na recessão não paramos de investir, porque investimos com vistas a três a cinco anos seguintes", afirmou. Freixe confirma que a Nestlé "está sempre aberta" para aquisições no Brasil nas categorias mais atrativas como café, nutrição, água mineral e "petcare", e nota que há algumas empresas mais regionais no país nesse contexto.

Mas o executivo ressalvou que o gigante suíço não está obcecado por aquisições, e considera que em todo caso tem muito investimento a fazer com os negócios já existentes no Brasil.

Para a Nestlé, em 2018 o ambiente comercial continuou difícil no Brasil. As vendas caíram de 4,317 bilhões de francos suíços em 2017 para 3,683 bilhões no ano passado. A queda é de 14,69%. Pesou a desvalorização da moeda brasileira.

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Em reais, as vendas da Nestlé no Brasil no ano passado registaram queda de 1,89%, para R$ 13,75 bilhões. Em 2017, a multinacional havia vendido R$ 14 bilhões no mercado brasileiro, segundo cálculos do Valor Data. A conversão para reais considerou o câmbio médio dos dois períodos. Consultada, a Nestlé no Brasil confirmou os valores das vendas em reais.

A companhia conseguiu recuperar um crescimento orgânico positivo no segundo semestre no Brasil aumentando preços e teve aceleração de vendas na maioria das categorias de produtos, sobretudo nutrição infantil e confeitaria.

A alta de preços mais significativa no ano passado ocorreu por causa da grande variação no custo do leite, segundo Freixe.

Para 2019 a expectativa é mais otimista. "A economia brasileira está em recuperação, tem visão positiva do futuro, haverá mais investimento e mais consumo, e de nossa parte temos confiança na capacidade de gerar mais vendas", afirmou o executivo.

Globalmente, a Nestlé anunciou hoje crescimento orgânico de 3% em 2018, o melhor resultado em sete anos. O resultado vem de crescimento real interno de 2,5% e aumento de preços de 0,5%. O crescimento foi sustentado por uma dinâmica mais forte nos EUA e na China, e na nutrição infantil.

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As vendas aumentaram significativamente pelas plataformas online nos EUA e na China. A guerra comercial entre as duas maiores economias não afeta a Nestlé. O comércio de produtos da companhia os dois países não é significativa.

As vendas totais do grupo suíço aumentaram 2,1%, alcançando 91,4 bilhões de francos suíços em 2018. O lucro líquido cresceu 41,6% para 10,1 bilhões de francos suíços, graças sobretudo à venda do negócio de produtos de confeitaria nos EUA.

O CEO Mark Schneider reiterou que vai manter o ritmo de ajustes às preferências dos consumidores, agora menos interessados em alimentos embalados e mais em comida saudável, mais natural e local. O grupo suíço espera aumentar a margem, hoje de 17%, para uma faixa de 17,5% a 18,5% até 2020. A margem de Nestlé é maior nos mercados emergentes. Nesse grupo de países, o crescimento orgânico do grupo foi de 4,9% comparado a 1,6% nos mercados desenvolvidos.

"Nossa estratégia de nutrição, saúde e bem-estar único, articulados em torno de produtos alimentares, bebidas e produtos de saúde nutricional, ganhou mais clareza", afirmou Schneider.

Nesse contexto, Nestlé quer vender a Herta, empresa de carne processada, que tem como principais mercados a Alemanha e França e fatura mais de 600 milhões de francos suíços por ano.

As informações são do jornal Valor Econômico.

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