Maggi: "disputa entre EUA e China é muito prejudicial ao agronegócio brasileiro"

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, voltou a afirmar nesta terça-feira que a disputa comercial entre Estados Unidos e China pode ser prejudicial ao agronegócio brasileiro, especialmente, com a possível alta nos preços da soja no mercado interno.

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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, voltou a afirmar nesta terça-feira que a disputa comercial entre Estados Unidos e China pode ser prejudicial ao agronegócio brasileiro, especialmente, com a possível alta nos preços da soja no mercado interno. Segundo Maggi, a tensão comercial entre os dois países, que se agravou nos últimos dias, só traz perspectivas negativas para o setor agropecuário do Brasil.

“O Brasil pode ter um prêmio [sobre a soja]. Cai Chicago, sobe o prêmio aqui e equipara um pouco para o agricultor brasileiro. Mas isso tem efeitos colaterais muito ruins na produção de carnes do Brasil”, destacou o ministro em entrevista na Câmara, após ser convidado para uma audiência na Comissão de Agricultura, que acabou sendo adiada. O ministro disse ainda que à medida que o preço da soja, uma das matérias-primas para a ração animal, sobe, a produção brasileira de carnes de frango e suína no Brasil sofre consequentemente, pois aumentam os custos dos frigoríficos, que já vêm enfrentando dificuldades.

“E vamos perder esses mercados (de carnes) para os americanos ou qualquer um outro lá fora. Perdemos competitividade na área de proteína animal. Quando vamos recuperar isso? Quando os EUA e a China sentarem e resolverem”, disse ele. Por fim, Blairo também disse que as processadora de soja instaladas no Brasil também “perdem” com a eventual alta da soja no mercado interno, já que o farelo de soja perde competitividade nas exportações. “Para mim, a atitude do Trump em relação ao agro é muito prejudicial ao agronegócio”, declarou.

EUA estudam medidas para proteger agricultura e outros setores de chinesas

O governo Trump está trabalhando em medidas que protegem a agricultura e outras indústrias consideradas críticas para o país das tarifas de retaliação que estão sendo ameaçadas pela China em meio a uma crescente disputa comercial entre os dois países, disse o conselheiro comercial do presidente Trump, Peter Navarro.

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Navarro afirmou a repórteres na terça-feira que o secretário da Agricultura, Sonny Perdue, e outros membros do governo estão levando em conta o impacto potencial das tarifas retaliatórias sobre vários setores e fazendo provisões. A administração está trabalhando em medidas que apoiarão os produtores, segundo ele. “Posso assegurar-lhe que não estamos despreparados.”

Entenda o caso

Na segunda-feira, Trump escalou um conflito comercial com a China, pedindo a seu governo que identificasse uma nova lista de US$ 200 bilhões em bens chineses que seriam penalizados com tarifas de importação. A medida veio após as tarifas aplicadas na semana passada sobre US$ 50 bilhões em importações chinesas para os EUA, destinadas a punir a China por alegações de práticas comerciais desleais.

Pequim, em contrapartida, está impondo tarifas retaliatórias em duas etapas, escolhendo quantidades e datas semelhantes às anunciadas pelos EUA. Em 6 de julho, a China cobrará US$ 34 bilhões em tarifas sobre produtos dos EUA, de 545 categorias, desde soja, carne suína, frango e frutos do mar até veículos utilitários esportivos e veículos elétricos. Os bens agrícolas foram escolhidos para atingir os Estados norte-americanos que apoiaram Trump alguns meses antes de eleições legislativas nos EUA, de acordo com pessoas com conhecimento do plano de Pequim.

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A China planeja implementar tarifas sobre outros US$ 16 bilhões em bens dos EUA, disse o Conselho de Estado. A data de início para as tarifas desses produtos, incluindo produtos químicos, carvão, petróleo e dispositivos médicos, será anunciada mais tarde, segundo o conselho. Aviões comerciais, motores de aviões e outros equipamentos de aviação foram deixados de fora da lista.

Navarro disse que Trump está disposto a continuar as negociações com a China enquanto procura uma solução que corrija o desequilíbrio na balança comercial entre os dois países. Ele acrescentou, no entanto, que a administração agora está tentando fazer a China mostrar sua boa vontade por meio de ações. “A China tem muito mais a perder do que nós”, disse Navarro. “Nossas linhas telefônicas estão abertas. Elas sempre estiveram abertas … O presidente está disposto a conversar com alguém a qualquer momento sobre isso". 

Vale a pena ler também: 

Em retaliação, China anuncia tarifa de importação de 25% sobre os lácteos dos EUA

As informações são dos jornais Valor Econômico e do jornal Estado de São Paulo. 

Figura 1

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