Leitor comenta: cota e preços mínimos para garantia de renda do produtor

A produtora Margot Riemann Costa e Silva, de Goiânia - GO comentou o artigo Porque a produção de leite diminui em Goiás? Leia proposta do debate instigado por ela e deixe a sua opinião.

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A produtora Margot Riemann Costa e Silva, de Goiânia - GO comentou o artigo Porque a produção de leite diminui em Goiás? . Leia proposta do debate instigado por ela e deixe a sua opinião:

"Recentemente em setembro de 2011 postei um comentário a respeito das dificuldades do produtor e percebo que a discussão prossegue e é longa.

É necessário criar garantias de renda para produtores que alcançam patamares mínimos de eficiência e produtividade. A atual política para o setor é de interesse de apenas um elo: a indústria.

A indústria quer matéria prima em abundância, para isto estimula o produtor a altas produções. O problema é que, ao despejar volumes cada vez maiores no mercado, os preços tendem a cair. Portanto, esta não pode ser a saída.

Quando eu iniciei a produção de leite em 1990, tinha que alcançar 500 l para poder ter lucro. Este patamar passou para 1.000 l, ontem, no Jornal O Popular falava-se em 4.000 l. Se todos produzirem 4.000 l litros, fatalmente os preços caem. Portanto, alcançar altas produções, ou mesmo formar grupo e negociar em separado com os laticínios não é uma solução duradoura. Tem que haver uma política para o conjunto do setor. Para chegar-se a uma política funcional e satisfatória, os produtores tem que articular suas demandas de forma unida.

Levanto para o debate algumas questões que poderiam nortear a política para o setor, lembrando que leite não é uma mercadoria qualquer, é a base alimentar de nossas crianças, o que não é pouco.

- Preço mínimo definido regionalmente e anualmente em negociação entre todos os elos da cadeia, inclusive consumidor. Preço mínimo que realmente cubra os custos e garanta margens mínimas de lucro para estabelecimentos que atingem patamares mínimos de eficiência e produtividade.

- Cota - já que sem cota não há como ter preço mínimo.

- Preço alvo - sobrepreço para quem atingir determinadas metas de natureza ambiental e/ou social.

- Incentivo à diversificação de fontes de renda. Por exemplo, geração e venda de energia (solar, eólica), produção de álcool a partir da instalação de micro-usinas.

É um início para o debate.

Atenciosamente

Margot Riemann Costa e Silva"
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Henrique Passini de Castro
HENRIQUE PASSINI DE CASTRO

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ESPÍRITO SANTO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 02/03/2012

Quando li a matéria que originou esta discussão(Por que a produção de leite diminui em Goiás?) percebi que a realidade brasileira da pecuária de leite é igual em todo o país. Talvez a velocidade da diminuição em Goiás seja mais rápida e portanto, perceptível é que pelas condições topográficas e de mecanização agrícola, isto aconteça rapidamente, pois, trocar pastagem por culturas como milho, soja ou outra lavoura qualquer, comparando com outras regiões, é facil.

E como há descontentamento geral com o preço de leite praticado atualmente fica facil sair do leite para a agricultura.

Com relação ao tão sonhado preço mínimo de garantia do leite, acho até utópico, pois o mantenedor da PGPM (Politica de Garantia do Preço mínimo) é o governo federal que acha mais fácil e barato  importar, via MERCOSUL,  dos nossos vizinhos Argentina e Uruguai.

Penso que o melhor remédio para o PREÇO DE LEITE seria barrar as importações e deixar que produtores brasileiros abasteçam o mercado interno, pois, sem importação nosso mercado consegue pagar pelos produtos de laticínios preços que sejam atrativos aos produtores nacionais e compensadores como atividade economica.

Vale salientar  que o mercado não vai corrigir as distorções entre produção subsidiada como acontece em outros paises e onde temos que enfrentar a concorrência sem nenhuma proteção de nosso governo com esta situação.

Precisamos nos unir para  fechar as importações, senão, concientizarmos o nosso governo  o êxodo rural que irá se agravar ainda mais.

Henrique Passini de Castro

Coop. Lat. Selita

Cach. de Itapemirim-ES
Ronaldo Marciano Gontijo
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/03/2012

Prezada Margot,

As cotas vão acabar em 2015 na União Européia.O Brasil consome todo leite que produz e ainda importa leite, não sei em que você está se baseando para fazer uma proposta destas. Se um dia tivermos um excedente de produção e não tivermos para onde vender até que sua proposta fará sentido.

Existe sim um meio dos menos eficientes se manterem no mercado: se tornando eficientes. Se não o fizerem, certamente vão sair da atividade. E digo mais, nos dias de hoje, com tanto acesso a informação, com facilidade em se contratar assistencia  técnica, só não evolui quem não quer.

Quanto a diversificação, ela não precisa ser obrigatoriamente produção de eletricidade ou de álcool, pode ser com outras atividades. No caso especifico da energia eu vi algumas reportagens mostrando produtores no Paraná que estavam vendendo energia, não sei em outros estados isto é possivel. No caso do álcool, será que pequenas usinas conseguem competir com as gigantes?
margot riemann costa e silva
MARGOT RIEMANN COSTA E SILVA

NOVA CRIXÁS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/03/2012

Prezado Ronaldo Marciano Gontijo,

esta proposta absurda  é praticada em todos os países da União Européia e no Canadá. Não é necessariamente a melhor para o setor, até porque os preços mínimos na União Européia hoje não cobrem os custos de produção. E temos uma dificuldade, que lá não existe, que é a heterogeneidade dos sistemas e níveis de produtividade. Por isto, o maior desafio no Brasil ainda é aumentar eficiência e produtividade.

Mas não seria possível trabalhar uma regulação do setor que respalda produtores de bom desempenho e ao mesmo tempo incentiva a evolução do conjunto?  

Quanto à diversificação de atividades, há tecnologia , mas não há legislação que permita ao proprietário rural gerar e vender energia em sua propriedade. Tampouco há legislação para a produção e venda de álcool por parte de pequenas usinas, que poderiam ser montadas em consórcios de produtores. Portanto, seria necessário incentivo sim, e vontade política para viabilizar este tipo de diversificação.
ronan caetano mattos
RONAN CAETANO MATTOS

BURITIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/03/2012

O que me impressiona, no leite, eh a diferença gigantesca do produto do produtor ao consumidor, o que me leva a concordar com a ilustre colega produtora, Margot Riemann Costa e  Silva.

Teria que se achar um mecanismo, de diminuir essa diferença, em porcentagem, fazendo com que todos ganhem. E nao somente, industria e atacadistas, como eh a triste realidade de hoje.
Ronaldo Marciano Gontijo
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/02/2012

Esta é a proposta mais absurda que se possa imaginar. Preço minimo que cobre os custos de quem? Dos mais eficientes? Se for um preço que atenda aos interesses dos menos eficientes o consumidor não tem a minima condição de consumir leite e derivados. Criar cotas significa exterminar os pequenos produtores, que certamente vão vender suas cotas para os grandes, pois eles são impedidos de crescer. Quanto a diversificação, o que impede alguém de ter mais atividades dentro de sua propriedade? Creio que esta seja uma decisão particular de cada produtor.
Fernando  Fonseca Gomes
FERNANDO FONSECA GOMES

INDIANÓPOLIS - MINAS GERAIS

EM 29/02/2012

por vc exigir certos parametros ,eu acredito que vc tem todos estes quesitos!i os que nao tem ?.....
darlani  porcaro
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/02/2012

Realmente é o que acontece, o importante é a qualidade do leite produzido, pois devido ás importações  em grande quantidade e outros fatores  que  coloca o  prêço do leite  abaixo do custo, fica o   produtor em uma situação duvidosa quanto ao lucro ,você não sabe quanto vai ser o seu ganho  ou seu prejuizo . A lei da oferta e procura que prevalece , os seus custos não interessa .
Qual a sua dúvida hoje?