Leilão da Fonterra tem forte alta de preços

O décimo quinto leilão da Fonterra através da plataforma de vendas online, <i>GlobalDairyTrade</i>, realizado ontem, mostrou forte reação dos valores dos contratos. O preço médio alcançado para todos os produtos e períodos contratuais para o leite em pó (WMP) foi de US$ 2.858 por tonelada, posto na Nova Zelândia (antes do embarque). Este valor é 24,2% superior ao do leilão anterior, realizado em 4 de agosto. Nos dois últimos meses, os preços aumentaram 55%.

Publicado por: MilkPoint

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O décimo quinto leilão da Fonterra através da plataforma de vendas online, GlobalDairyTrade, realizado ontem (01/09), mostrou forte reação dos valores dos contratos, dando sequência ao aumento de 25,8% no último leilão. O preço médio alcançado para todos os produtos e períodos contratuais para o leite em pó (WMP) foi de US$ 2.858 por tonelada, posto na Nova Zelândia (antes do embarque). Este valor é 24,2% superior ao do leilão anterior, realizado em 4 de agosto, mas 35% inferior ao valor médio do primeiro leilão, realizado em julho/08 (US$ 4.395/t). Os preços médios variaram de US$ 2.847 a US$ 2.872/t, e o volume negociado foi de 21 mil toneladas. O próximo leilão será no dia 6 de outubro.

Após alta de 25,8% no leilão anterior, os valores dos contratos mantiveram a tendência de alta. O preço médio alcançado este mês é o maior desde o leilão de outubro de 2008, quando o preço médio ficou em US$ 2.917/tonelada. Nos dois últimos meses, os preços aumentaram 55%.

A média dos valores dos contratos para o primeiro período - novembro de 2009 - foi de US$ 2.872/t (24,6% acima do valor negociado no último leilão). Para o segundo período - dezembro a fevereiro de 2010 -, os contratos foram negociados a US$ 2.847/t, na média (23,4% acima do leilão anterior). Os contratos para o terceiro período - março a maio de 2010 - foram fechados com média de US$ 2.861/t (valor 24,9% superior em relação ao leilão de agosto). A Fonterra Australiana participou pela segunda vez do leilão, vendendo 2.000 toneladas de leite em pó integral (WMP).

Figura 1
Clique na imagem para ampliá-la.

Para o economista rural do Banco Nacional da Nova Zelândia, Kevin Wilson, "teremos que esperar até fevereiro/março, quando estaremos mais ao final da estação, antes de fecharmos o grande resultado final - até 31 de julho, quando a estação termina, há um longo caminho, em termos de negócios".

De acordo com informações do Dairy Industry Newsletter, há demanda por leite em pó na Ásia, particularmente na China, devido ao maior otimismo em relação ao crescimento econômico. As exportações da Nova Zelândia no primeiro semestre de 2009 foram bem acima em relação a 2008 (quando houve forte efeito da seca), mas a oferta permanece incerta, com informações de um início lento na produção de leite da nova estação.

Esses podem ser alguns dos motivos para o aumento de preços neste leilão. Outro aspecto relevante é que a confiança do consumidor chinês em relação ao leite chinês ficou abalada após o episódio de contaminação por melamina. Assim, se há recuperação da economia e isso se reflete em aumento no consumo de lácteos, aumenta a demanda por leite importado.

A Fonterra, maior exportadora mundial de produtos lácteos, anunciou uma previsão de abertura de pagamentos aos produtores para a temporada 2010 de US$ 0,3776/quilo de leite, o que representa queda de 13% em relação à temporada anterior (US$ 0,4315/Kg).

Equipe MilkPoint, com informações da GlobalDairyTrade, NZHerald News e Dairy Industry Newsletter.
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Reginaldo Clasen Maciel
REGINALDO CLASEN MACIEL

CANGUÇU - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/09/2009

A notícia é muito boa, espero que o mercado interno também apresente reação, pois o produtor vem trabalhando com muita dificuldade para pagar suas contas. O problema é que aqui no Rio Grande do Sul ainda não chegamos na safra, portanto temos perspectivas de queda de preços logo ali na frente. Caso isto aconteça, fica praticamente inviável continuar produzindo.

Os baixos preços refletem diretamente na produção do próximo ano, pois nestes patamares o produtor fica inviabilizado economicamente de produzir alimentos, por exemplo, a silagem, o que afeta a condição corporal dos animais e diminui a produção, ou seja, se não houver uma recuperação dos preços ao produtor, estaremos caminhando para mais um ano de dificuldades no setor.
Roberto Jank Jr.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/09/2009

O aumento de 25% é a melhor notícia dos últimos 12 meses.
Amaurik
AMAURIK

PASSA TEMPO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 02/09/2009

Eis a questão: Qual é a mágica???

Jose Ronaldo Borges tem razão, pois se gasta aproximadamente 10.000 litros de leite para se fazer uma tonelada de leite em pó. Se o litro custa US$ 0,3776 o litro, só de leite em uma tonelada se gasta US$ 3.776,00.
Qual é a mágica???

<b>Resposta MilkPoint</b>

Caros Amauri e José Ronaldo,

Obrigado por levantar essa dúvida, que é pertinente. Mas é possível explicar pelos seguintes aspectos:

1. Para fazer 1 tonelada de leite em pó não são necessários exatamente 10.000 litros de leite, mas ao redor de 8.200 litros, considerando 12,2% de sólidos no leite in natura. No caso da Nova Zelândia, em função do teor de gordura e proteína bem mais altos, resultando em 14,7% de sólidos, esse valor cai para 6.800 litros. Considerando um custo de logística de US$ 150 por tonelada (talvez lá não tenha o "custo Nova Zelândia" e esse valor esteja superestimado) e considerando que cerca de 85% dos custos de produção do leite em pó referem-se à matéria-prima, esses US$ 2.858/tonelada significariam remunerar o leite a US$ 0,347/kg, diminuindo bastante a "mágica".

2. Leite em pó é apenas um dos produtos que a Fonterra comercializa. Além das outras commodities lácteas como manteiga e queijos, a Fonterra produz uma série de produtos de alto valor agregado que podem remunerar o produtor.

Talvez existam outros fatores para chegar a essa remuneração, mas esses dois certamente contam.

Abs,

Marcelo
Jose Ronaldo Borges
JOSE RONALDO BORGES

CUIABÁ - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/09/2009

Qual a mágica que eles fazem para pagar aos produtores US$ 0,3776 o quilo e exportar à US$ 2.858 a tonelada?
Qual a sua dúvida hoje?