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"Sem uma equipe engajada, o leite não vai para frente"

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 14/05/2018

9 MIN DE LEITURA

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“Quando nós optamos em trabalhar em algo, precisamos gostar da área escolhida e fazer bem feito”. Foi assim que Paulo Rafael Lemos Amaral, zootecnista da Cifra Leite, iniciou a sua palestra no Interleite Sul 2018 no painel “Economia da produção de leite”. O evento ocorreu nos dias 09 e 10 de maio no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes em Chapecó/SC.

Para Paulo, o grande problema da produção leiteira hoje é o custo operacional e a insatisfação natural do produtor por conta das constantes oscilações de preço. Com muita experiência no campo, ele já assistiu muitas fazendas de leite e fala com segurança sobre o que pode contribuir de fato com o negócio. “Pessoas são o principal negócio de uma empresa, e no leite, não é diferente. Falta engajamento das equipes e isso se faz com liderança. Para ter liderança, é necessária competência, e para ter competência, é preciso habilidade, conhecimento e atitude. Não faça investimentos na propriedade se o seu time ainda não estiver engajado. Este, é o que diferencia quem ganha mais ou menos na atividade”, completou Amaral, que também é produtor de leite.

“Também destaco que os produtores devem ter o seu indicador médio de produção por vaca equilibrado. Espero que vocês saiam do evento levando para casa cinco pontos que aposto muito para o sucesso do negócio: ganho em escala de produção, coerência, engajamento das pessoas, qualidade nos processos e condições básicas para que as suas vacas produzam leite”.

interleite sul 2018
Plateia e o chimarrão no Interleite Sul 2018

Para falar sobre “O que os melhores do leite estão conseguindo no Sul do país e quais as razões desse sucesso”, Wagner Beskow, sócio-administrador da Transpondo Pesquisa, Treinamento e Consultoria Agropecuária Ltda, ponderou que antes de tudo, um fator fundamental para a leiteria, é a existência de um fluxo de caixa. “Tudo o que entra e sai precisa ser anotado e para eu conseguir enxergar o que realmente está acontecendo, preciso analisar os últimos 12 meses”.

Beskow frisou ao público presente, de mais de 700 pessoas, que um investimento que nunca pode ser reduzido é o referente à alimentação das vacas. Também, sobre nutrição, na sua opinião, o sistema de produção escolhido para cada produtor deve ser selecionado por meio de um estudo do seu perfil e gosto. “Trabalhar com pastejo não é mais difícil, mas, ele é funcional para quem tem ‘olhos’ para alguns pontos cruciais”.

Para Wagner, a tecnologia nada mais é do que o conhecimento embutido em vários produtos e equipamentos. “Preciso interagir a genética superior, a adubação adequada e o manejo eficiente. Dessa combinação, nós nunca podemos abrir mão. Destaco também que um bom produtor de leite assume quando o negócio está indo bem e isso reflete o seu nível de maturidade no negócio”, disse ele, que finalizou: “A atividade é diversificada e tem espaço para todos aqueles que têm mente aberta. Leite é foco no produtor, leite é família e leite é respeito aos animais. Além disso, a harmonia do negócio é ponto chave”.

interleite sul 2018
Coffee break e networking no Interleite Sul 2018

Casos de sucesso

Para apresentar à plateia casos de sucesso - ‘ao vivo e a cores’ - alguns produtores que vêm se destacando na atividade falaram sobre suas histórias e desenvolvimento no campo.

Renato Acker, de Cândido Godói/RS, Noroeste do Estado, foi um deles. Ele encabeçou a produção no ano de 1992, quando na época estudava para ser técnico em contabilidade. A sua produção inicial era de apenas 10 litros/leite/dia e vagarosamente a atividade foi ganhando corpo, um free stall foi construído, tecnologias incluídas e hoje o rebanho conta com 32 vacas em lactação, com um rebanho total de 63 cabeças. A produção de leite por animal é de 23 litros/dia e a matéria-prima é comercializada para a Piracanjuba.

Os animais de Renato são criados a pasto (variedade de capim Jiggs) com suplementação. “A minha área é de 11,5 hectares e implantamos o Jiggs em sete hectares num período de seis meses. O Jiggs passou a produzir grandes volumes de matéria seca (MS), o que tornou possível o aumento da taxa de lotação e consequentemente, da produção de leite - que saltou de 4-5 mil litros/ha/ano para mais de 20 mil litros”.

Acker explanou que suas metas para os próximos cinco anos são: ajuste da dieta dos animais (que está relacionada à qualidade do Jiggs), investimentos para o conforto das vacas a fim de evitar o estresse térmico, melhorias no pré-parto, construções na sala de ordenha, de espera, de alimentação e acréscimo de ventiladores e aspersores. O produtor é um exemplo na região já que sua persistência e esforço fizeram com que a sua fazenda fosse selecionada em um projeto de propriedades modelos. “A justificativa dada foi a minha visão de crescimento e a atitude em fazer as coisas acontecerem”.

Natieli Aparecida Presa Schleder, de Chopinzinho/PR foi a segunda a contar ao público toda a história da Fazenda Schleder. “Os primeiros passos da fazenda foram na área agrícola e madeireira. O objetivo inicial eram 40 animais em ordenha e o sistema era balde ao pé com piquetes tifton e concentrado. Então, investimentos em uma nova sala de ordenha e um free stall com capacidade inicial para 60 animais. Para a organização do negócio, temos instituído um organograma na fazenda, seus protocolos de rotina, instruções de trabalho, metas e indicadores de eficiência”.

Toda a dedicação fez com que a produção de leite/dia passasse de 600 em 2012 para 5187 em 2015. O número de animais foi de 23 para 130. “As perspectivas para este ano são melhores ainda e já está em andamento o projeto de construção de mais um free stall. Também, vale compartilhar que as novilhas em 2015 pariram em média com 27,8 meses de idade e atualmente, estão parindo em média com 24,6 meses. Isso é um sinal de que estamos mais eficientes. Com relação à qualidade, nossa Contagem de Células Somáticas (CCS) vem surpreendendo positivamente visto que que passou de 215 células/ml em 2015 para 89 células/ml em 2018”.

A Fazenda Schleder trabalha com painéis gerenciais e recentemente, também foi construído um compost barn para as vacas secas, novilhas prenhas, pré-parto e ambiente de maternidade. “De 2015 a 2018 tivemos um acréscimo médio de 3,3 litros de leite por animal/dia. Já o pico médio da produção das primíparas, em 2015, foi de 37 litros, enquanto até então neste ano, está em 42 litros. Com todas as ferramentas técnicas e orientações implementadas, estamos crescendo, passo a passo, e vendo os resultados deste trabalho. O plano de ação é melhorar a genética do rebanho e o genoma das jovens doadoras para a transferência de embriões”.

Sedimar Zanquettin, de São Lourenço do Oeste/SC subiu ao palco com o seu consultor, Eng. Agr. Primo Quinaglia Neto, da Cooperideal. Para Zanquettin, as mudanças nem sempre são agradáveis, porém, são necessárias para se obter os resultados desejados. “Iniciamos os trabalhos em 2005 e sempre trabalhei no negócio com a minha esposa. Começamos com o Jiggs, fomos adaptando a nossa produção e hoje as nossas vacas ficam no pastejo intensivo com irrigação. O que eu gostaria de dizer aos produtores presentes é que quando mudamos algo no campo, nós também precisamos nos acostumar com o novo sistema”.

A felicidade de Sedimar é poder pagar os estudos dos filhos com a renda proveniente do leite. “Ainda quero evoluir e quem sabe meu filho de 14 não se interessa em tocar o negócio no futuro? Mas antes disso, quero que ele estude”. Pensando no entrosamento da equipe, o produtor também construiu uma área de lazer (quiosque) a fim de integrar famílias e funcionários.

Na sequência, Primo (conhecido como ‘Pipão’), que é responsável pelos indicadores da fazenda de Sedimar, apresentou os números dos últimos anos aos participantes e se orgulhou em mostrar que hoje (últimos 12 meses) a produção de leite vendida é de 274.630 litros, já que em 2005/2006, era 72.512. “Com isso, no mesmo período, a taxa de retorno sobre o capital investido (%) saltou de 0,5% para 12,4%. Tudo em uma fazenda depende de um técnico e o profissional preparado tem obrigação de saber o que fazer em cada área. O casamento produtor e área técnica precisa existir”.

Finalizando o painel, Katia Zanotto, de Cascavel/PR, falou sobre a sequência de acontecimentos na Fazenda Zanotto. “A propriedade deu os primeiros passos com o meu avô, em 1986, e o foco eram a agricultura, suinocultura e gado de corte. Em 1991, passou a produzir leite com uma estrutura deficiente visto a baixa genética, assistência técnica somente em emergências, entre outros. Em 2001, fomos atrás de maior rentabilidade e novas exigências surgiram da cooperativa, o que levou a propriedade a buscar novos patamares para a produção leiteira, como a reestruturação e ampliação das estruturas, assistência técnica contínua, melhoramento genético, treinamento e contratação de funcionários, investimentos contínuos em tecnologia, índices de qualidade e bem-estar animal”.

Atualmente, o plantel possui 96 animais em lactação e a produção é de 2300 litros/dia. O objetivo no curto prazo é atingir a capacidade máxima da infraestrutura, ampliando positivamente os índices de qualidade do leite produzido e selecionando geneticamente os animais. No médio/longo prazo é o confinamento para animais de alta produção paralelo ao semiconfinamento. Os principais componentes da dieta são: silagem, ração comercial, mistura caseira, caroço de algodão e minerais. O uso de aveia para o pastejo ocorre no período de inverno.

“Hoje quem toca a fazenda somos eu e meu irmão. Somamos a experiência do nosso pai com a inovação que trazemos. Para esse processo de sucessão familiar dar certo, foi necessária a busca pelo conhecimento, comunicação intensiva, participação nas decisões e divisão de lucros”.

Katia fez questão de ressaltar a rotatividade de 0% dos funcionários e responsabiliza a boa gestão de recursos humanos para o resultado disso. “Muito mais que um bom salário, o funcionário deve ter condições de vida adequadas. Nós respeitamos a nossa mão de obra e as suas famílias, damos condições adequadas e seguras de trabalho e moradia, criamos um relacionamento baseado em comunicação, capacitação, incentivos, entre outros. O nosso principal diferencial é a organização e um planejamento totalmente baseado no mercado. Também, padronizamos os processos e nos gerimos financeiramente atentos aos preços de mercado. Nossas reuniões são diárias, com a apresentação dos problemas e soluções imediatas. Há um constante acompanhamento do desenvolvimento da atividade em todas as suas interfaces”, finalizou.

E fique atento! O Interleite Brasil 2018, que ocorrerá 08 e 09 de agosto, em Uberlândia/MG, já está com as inscrições abertas. Confira a programação completa aqui > www.interleite.com.br

Leia também > Interleite Sul 2018: "o leite está cheio de bons problemas. E por que? Porque temos soluções"

Fique de olho que em breve traremos mais novidades para você sobre o que rolou no Interleite Sul 2018! Também, confira as postagens realizadas nas redes sociais ao longo do evento por meio da #interleitesul2018

Por Raquel Maria Cury Rodrigues, da Equipe MilkPoint. 

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