A menor disponibilidade de leite e a valorização do dólar ante o real reduziram as negociações de lácteos no mercado internacional em fevereiro deste ano, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações brasileiras de produtos lácteos totalizaram 9,1 mil toneladas no mês, recuo de 17% em relação a janeiro. Em relação a fevereiro do ano passado, a retração foi de 44%.
Conforme o Cepea, o recuo se deu diante da forte valorização do dólar ante o real. A moeda americana alcançou patamar recorde, com média de R$ 4,35 em fevereiro.
As compras de leite em pó, que representaram quase 60% do total, recuaram 7% de janeiro para fevereiro, para 5,3 mil toneladas. As importações desse produto do Uruguai, que junto com a Argentina está entre os principais fornecedores brasileiros nesse segmento, diminuíram 65% em relação ao primeiro mês de 2020. A média de preços atingiu US$ 3,12 por quilo, 1% acima na mesma comparação. Em relação ao mesmo mês de 2019, a importação total de leite em pó caiu 53,7%.
As exportações brasileiras de lácteos, por sua vez, somaram 1,9 mil toneladas em fevereiro, redução de 35% em relação a janeiro. Na comparação com fevereiro de 2019, a retração foi de 18,8%. A queda foi puxada pela redução do volume negociado de leite em pó, abaixo de 30 toneladas, retração de 97% em relação a janeiro. Na comparação anual, o recuo foi de 65,1%.
Quanto ao creme de leite, o total enviado foi de 686 toneladas, baixa de 10,4% ante janeiro. Em relação a fevereiro do ano passado, porém, houve alta de 40,2%.
A balança comercial do setor lácteo registrou déficit de US$ 25,5 milhões em fevereiro, redução de 17% frente ao mês anterior. Em volume, o déficit foi de 7,2 mil toneladas, 10,3% inferior de janeiro para fevereiro.
As informações são do Valor Econômico.