A demanda aquecida no mercado doméstico e os volumes recorde de exportação levaram o Brasil a renovar máximas também na importação de soja neste ano. A combinação desses fatores, aliada ao dólar em alta, reduziu os estoques domésticos e os volumes do grão comprado do Paraguai e Uruguai devem continuar marcantes até janeiro.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no mês passado as importações alcançaram 122,4 mil toneladas, 20 vezes mais que em novembro de 2019, quando somaram 6 mil toneladas. As compras custaram US$ 49,2 milhões, ante US$ 1,97 milhão um ano antes, já que o valor médio da tonelada adquirida aumentou de US$ 328,8 para US$ 402,4.
De janeiro a novembro, as importações somaram 748 mil toneladas, ante 131 mil ao longo dos 11 primeiros meses do ano passado. Conforme a Secex, o valor das compras chegou a US$ 245 milhões, quase seis vezes mais que o do mesmo período de 2019 (US$ 41,1 milhões).
O último ano em que o Brasil importou um volume expressivo de soja foi 2014, quando o total chegou a 577 mil toneladas de janeiro a novembro. A expectativa do setor é que as importações persistam em patamares elevados até janeiro, quando começa a colheita desta temporada 2020/21 no Brasil - o país deverá colher um volume recorde de 134,9 milhões de toneladas.
Na quinta-feira, o porto de Paranaguá, no Paraná deu início ao processo de descarga de 30,5 mil toneladas de soja vinda dos Estados Unidos. Apesar de pequeno, foi o maior volume comprado pelo Brasil dos EUA desde 1997. A expectativa é que a operação no navio Discoverer, de bandeira das Ilhas Marshall, seja concluída na segunda-feira, segundo a administradora do porto.
As informações são do Valor Econômico.