Durante o evento, foram citados alguns pontos considerados fundamentais e estratégicos para entendimento do mercado e possíveis previsões. Uma das afirmações foi de que o setor lácteo certamente foi afetado pela crise financeira global, sendo que 150 milhões de famílias que atuam na produção de leite foram afetadas no mundo todo.
De acordo com os dados apresentados, o preço do leite no mercado mundial atingiu o nível de US$ 0,20 ou 0,15 euro por quilo. A análise de custos feita pelo IFCN indica que somente 10% da produção mundial de leite pode ser produzida a um custo de US$ 0,20/Kg, mostrando que esse baixo preço do leite não é sustentável, a menos que o mercado seja distorcido por políticas intervencionistas. Com isso, a política leiteira será o principal direcionador dos níveis futuros de preços mundialmente.
Entre os países que conseguem produzir leite a menos de US$ 0,20/Kg estão a Argentina, Paraguai, Ucrânia e Polônia. O Brasil encontra-se no grupo de países com custo entre US$ 0,21 e US$ 0,30/Kg, junto com Chile, Austrália, Nova Zelândia, Rússia e Índia (dados de 2007). Os Estados Unidos possuem custo de produção entre US$ 0,31 e US$ 0,40/Kg, igualmente à China, África do Sul e Espanha. Os custos nos países da Europa e no Canadá são os mais altos, entre US$ 0,41 e US$ 1,20/Kg.
Gráfico 1. Custo de produção dos maiores produtores mundiais, em 2007 (US$/100Kg).

O IFCN tem acompanhado 600 laticínios, em mais de 70 países. Os 21 maiores laticínios representam apenas 21% da produção mundial de leite. Em primeiro lugar está a Fonterra, que processa 2,7% do leite mundial e está situada na Nova Zelândia. Ocupando da 2ª a 5ª posição, estão: DFA (Dairy Farmers of America), Nestlé, Dean Foods, FrieslandCampina.
Tabela 1. Principais laticínios do mundo, de acordo o volume processado.

As análises dos laticínios, feita em 69 países, mostrou que a indústria processadora de leite, no mundo todo, é muito fragmentada. Existem 6 países nos quais o maior processador tem uma participação de mercado acima de 70%. Em outros 15 países, 3 dos principais processadores têm participação de mercado superior a 70%.
As informações são da IFCN (Press Release), adaptadas e traduzidas pela Equipe MilkPoint.
