Greenpeace acusa Fonterra por destruição de florestas

A Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo, deverá se responsabilizar por parte de seu papel na destruição de florestas e massiva emissões de gases de efeito estufa que resultaram da destruição na Indonésia e na Malásia, para alimentar vacas leiteiras na Nova Zelândia, informou o Greenpeace.

Um quarto da produção mundial da ração animal Palm Kernel Expeller (PKE), produto econômico da indústria de palmeira da Indonésia e da Malásia, foi importado pela Nova Zelândia no ano passado, com a maioria sendo destinada para alimentar vacas leiteiras. Cerca de 95% de todas as fazendas leiteiras da Nova Zelândia são acionistas da Fonterra.

A subsidiária da Fonterra, que detém metade da empresa, RD1, também fez uma joint venture com a gigante do setor de óleo de palma, Wilmar International. A Wilmar é a maior comerciante de óleo de palma e de palmiste e tem uma reputação como uma das piores companhias em termos de destruição de florestas tropicais do mundo. Foram registrados casos documentados envolvendo a destruição de florestas, queimadas ilegais e conflitos sociais contra a Wilmar.

"É um escândalo que a Fonterra esteja alimentando suas vacas leiteiras com um produto que está contribuindo diretamente para a destruição das florestas tropicais remanescentes do mundo e para aumentar a mudança climática", disse o membro do Greenpeace New Zealand, Simon Boxer. Ele disse que isso não faz sentido e o Governo da Nova Zelândia precisa impedir que a Fonterra importe esse produto.

A Indonésia tem uma das mais rápidas taxas de desmatamento do mundo, com perda de 72% de áreas florestais. De acordo com estimativas recentes, a Indonésia é o terceiro maior poluidor com gases de efeito estufa do mundo por causa da destruição de suas florestas tropicais e turfeiras.

"A intensificação da indústria de lácteos feita pela Fonterra está impulsionando a destruição das florestas tropicais, aumentando as emissões de gases de efeito estufa aqui e no exterior, colocando pressão na saúde de nossa terra e ameaçando nossa reputação".

As importações de PKE aumentaram de 400 toneladas em 1999 para 1,1 milhão de toneladas em 2008, devido à intensificação do setor leiteiro da Nova Zelândia e da busca pela Fonterra pela maior produção de leite a custos menores. Mais de 1,5 milhão de hectares de plantações de palmeiras plantadas anteriormente nas terras com florestas na Malásia e na Indonésia teriam sido necessárias para suprir as importações de PKE em 2008, segundo o Greenpeace.

A reportagem é do Scoop.co.nz., adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.