![]() | Fernando Ceresa NetoFernando Ceresa Neto, brasileiro, economista, empresário no segmento de turismo. Produtor de leite de vaca na fazenda Boa Esperança, município de Piracanjuba, Sul de Goiás. |
MKP: Como é a sua propriedade leiteira?
Ordenho, em média, 160 vacas com vários graus de sangue holandês, 1/2 sangue holandês/jersey e 1/2 sangue holandês/sueco vermelho e branco, confinadas na estação seca e semi-confinadas no verão. Os animais são divididos em 4 lotes, com produção média diária em torno de 22 quilos. O sistema de ordenha está amparado em um conjunto duplo 6, trabalhando com 12 animais ao mesmo tempo, totalmente informatizado.
MKP: Quais são as principais dificuldades que você vê na atividade, enquanto produtor?
Não há como fugir ao lugar comum que, enquanto produtor, enfrentamos o desconhecido em termos do preço pago pelo leite. Ousar fazer investimento em novas tecnologias é como amarrar a corda na árvore e fazer o laço. Outro desconforto surgiu com a decisão pelo pagamento por qualidade. Nada contra o programa de qualidade, de fundamental importância. Ficou o produtor com o ônus do resfriamento do leite, restando-nos, ainda, a dificuldade de conciliar o resultado da análise das amostras/tanque coletadas pelos transportadores com as realizadas pelo produtor, por mais cuidadosas e eficazes que sejam executadas as rotinas de higiene, sanitárias, de alimentação e de conservação do produto.
MKP: O que está melhorando no setor?
A transmissão de conhecimentos promovida por técnicos de várias áreas, diretamente ao produtor ou as suas associações, está trazendo ao homem do campo uma possibilidade maior de crescimento, tanto pessoal quanto economicamente.
MKP: O que acha que falta no setor?
Muita coisa. Entretanto, classifico como primordial providência a organização da classe produtora em associações ou cooperativas. Com a força dessa união será maior a probabilidade de atendimento das necessidades setoriais. Entendo, também, importante que a união surgida desse agrupamento fosse coordenada por uma única centralizadora, específica para o setor leiteiro, com atribuições de arrecadadora de recursos, fomentadora de ações de marketing, promotora de pesquisas dos mercados interno e externo e reguladora tanto da produção como do escoamento e ainda do preço do produto. Os tantos órgãos hoje existentes, vinculados ou não ao governo, voltados para uma multiplicidade de áreas, pouco ou nada fazem em prol do setor primário.
MKP: Qual personalidade admira no setor?
Temos várias personalidades preparadas para orientar, divulgar e discutir assuntos do setor. Mas me volto para a importância dos técnicos de campo, não só aos vinculados ao Mapa, Senar, Educampo, Balde Cheio, Secretarias Estaduais, Municipais, etc., mas também aos componentes dos quadros de empresas particulares, que vão domiciliarmente levar conhecimentos, técnicas, novas tecnologias, alterar rotinas e melhorar as condições de trabalho e de vida do homem do campo. A esses missionários rendo meu tributo.
MKP: Qual empresa admira no setor?
A EMBRAPA - orgulho de grande parte dos produtores rurais.
MKP: Dica de sucesso ou frase preferida
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos" (Charles Chaplin).
MKP: Quais os serviços do MilkPoint você utiliza mais?
A newsletter, o fórum técnico e os radares técnicos.
MKP: Como o MilkPoint lhe auxilia no dia-a-dia?
Ao trazer notícias atualizadas, informações técnicas, comentários e artigos assinados por renomados profissionais, o MilkPoint familiariza e atualiza o produtor sobre negócios e tendências dos mercados. Estes conhecimentos reputo essenciais para embasar e ajudar nas decisões do dia-a-dia.

