O Fairebel, leite justo da Bélgica, completou dez anos. A aposta dos produtores de leite da cooperativa Faircoop revelou-se vencedora, pois a marca que criaram encontrou o seu lugar nas prateleiras de distribuição e nas listas de compras dos consumidores. Agora é também um modelo para outros setores que também se preparam para oferecer seus produtos em supermercados com o logotipo da Fairebel. Embora a marca belga de comércio justo tenha crescido, seus valores e ambições não mudaram, como prova esta entrevista com Erwin Schöpges, presidente da Faircoop.
Em 2020, a Fairebel venderá nada menos que 13 milhões de litros de leite, contra 11 milhões no ano anterior. Sem falar de outros laticínios como manteiga, queijo, leite com chocolate, sorvete. Além disso, a grande novidade de 2020 é que produtores de frutas e pecuaristas se juntaram à marca para oferecer seus produtos ao público seguindo o mesmo processo da produção justa.
Erwin Schöpges, o presidente da Faircoop, defende sua fé em um modelo sustentável e virtuoso de agricultura. “Eu dirijo 60.000 km por ano”, ele nos conta. Fairebel é antes de mais nada uma questão de energia e vontade.
“Comprovamos a importância de os agricultores retomarem a comercialização de seus produtos sob uma marca que lhes pertence. Os fazendeiros se mostravam muito desinteressados, escondidos timidamente atrás dos intermediários, e ainda há muitos que não entenderam a importância desse assunto. Quando começamos a Fairebel, éramos loucos. Mas dez anos depois, vemos que é um verdadeiro sucesso, e que também foi o método certo para voltar a nos envolver na comercialização do nosso produto, até o distribuidor e o consumidor ”.
Assumir o destino, construir uma marca, era de fato confrontar universos pouco conhecidos. “A distribuição entendeu a mensagem e a importância de dar lugar no varejo ao mundo agrícola”, acrescenta Erwin Schöpges, que não hesita em homenagear esses parceiros do comércio: “Sem distribuição em massa não teríamos sido capazes de nos desenvolver, atrevo-me a dizer. Passamos do estágio inicial de desconfiança e ceticismo e devemos construir juntos para o futuro.”
Para a Fairebel, esse futuro passa, é claro, por um lugar maior para seus produtos nas prateleiras de distribuição. O leite está em toda parte. Mas este não é necessariamente o caso de manteiga, queijo, leite com chocolate, sorvete. E em breve haverá frutas e carne nas bandejas, obedecendo à mesma filosofia do comércio justo.
“Somos razoáveis. Não somos exigentes a ponto de querer ocupar todo o espaço, mas apenas queremos deixar ao consumidor a escolha de direcionar as suas compras para onde quiser, principalmente em um período que mais do que nunca, os consumidores devem aderir a uma produção local, justa, ética e de qualidade. Se analisarmos os resultados do distribuidor que passou a oferecer toda a nossa gama, verificamos que maximiza as suas vendas ao público que procura deliberadamente este tipo de produto movido por valores éticos.”
As informações são do Agri-web, traduzidas pela Equipe MilkPoint.