EUA: morre cientista pai da "Revolução Verde"

Morreu nos EUA, aos 95 anos, o agrônomo Norman Borlaug, arquiteto da "Revolução Verde" e talvez o único ser humano que pudesse dizer, com justiça, que salvou centenas de milhões de vidas.

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Morreu nos EUA, aos 95 anos, o agrônomo Norman Borlaug, arquiteto da "Revolução Verde" e talvez o único ser humano que pudesse dizer, com justiça, que salvou centenas de milhões de vidas.

O americano Borlaug foi o responsável pelo desenvolvimento de variedades de trigo e de um pacote de técnicas agrícolas que impediram uma mortandade em massa na Índia, no Paquistão e nas Filipinas nos anos 1960. Graças a suas pesquisas, esses países praticamente dobraram sua produção do cereal em apenas cinco anos.

"Norman Borlaug salvou mais vidas do que qualquer homem na história", disse Josette Sheeran, diretora-executiva do Programa de Alimentação das Nações Unidas.

Por seu trabalho, Borlaug ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1970, mas também a antipatia dos ambientalistas: o pacote de práticas agrícolas exportado para a Ásia, que depois virou padrão no mundo todo, incluía o uso maciço de fertilizantes à base de nitrogênio -potenciais poluentes da água- e levou à expansão acelerada da área cultivada no mundo, inclusive no Brasil, à custa dos ecossistemas.

A esses críticos, o agrônomo tinha uma resposta na ponta da língua: "Para aqueles cuja principal preocupação é defender o "ambiente", vamos olhar o impacto que a aplicação da agricultura baseada na ciência teve sobre o uso da terra. Se a produtividade dos cereais de 1950 tivesse permanecido em 1999, teríamos precisado de 1,8 bilhão de hectares adicionais de terra da mesma qualidade, em vez dos 600 milhões que foram usados", escreveu, num artigo publicado em 2002.

Nas últimas duas décadas, tornara-se um defensor fervoroso dos transgênicos, vendo-os como ferramentas principais de uma nova "Revolução Verde"..

Ele pregava insistentemente contra "o crescimento irresponsável da população". "Ainda temos um número alto de pessoas miseráveis e famintas, e isso contribui para a instabilidade", disse, em 2006. "A miséria humana é explosiva, não se esqueça disso."

Norman Borlaug nasceu no Estado americano de Iowa em 1914. Ele estudou na Universidade de Minnesota.

Borlaug morreu em Dallas, em decorrência de complicações de um câncer. Deixa dois filhos, Norma Jean e Bill, cinco netos e seis bisnetos.

A reportagem é de Cláudio Angelo do jornal Folha de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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Rodrigo de Souza Costa
RODRIGO DE SOUZA COSTA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 14/09/2009

Uma das pessoas mais importantes da história recente da humanidade passou sem alarde, discreto. O que faz falta é a divulgação desse grande exemplo de dedicação e compromisso com a comunidade. Um homem que todo jovem deveria admirar.
Rogério Lima do Valle
ROGÉRIO LIMA DO VALLE

MOCOCA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/09/2009

Dr. Norman Borlaug: é necessário saber que foi ele quem trouxe para o Brasil 500 variedades de soja, que estudadas pelo Sr. Luiz Souza Lima ( Seu Lu ) Francisco Terazawa, Sebastião Conrado e Pedro, selecionaram a famosa soja "CRISTALINA", que foi a variedade que desenvolveu a cultura da soja nos Cerrados do Brasil.

Este GRANDE HOMEN trouxe alimentos abundantes a toda população. Muito obrigado Dr. Norman, são homens como o senhor de que precisamos.
Qual a sua dúvida hoje?