A indústria de lácteos dos Estados Unidos, que está passando por dificuldades, precisa ser reestruturada para evitar ciclos de altos e baixos, disse o secretário da Agricultura do país, Tom Vilsack, na última segunda-feira (05), menos de uma semana após o Congresso ter anunciado um pacote de US$ 350 milhões para o setor.
Os produtores de lácteos se beneficiaram nos últimos anos dos maiores preços do leite e crescente demanda em países como a China. No entanto, a demanda caiu com a recessão econômica e os preços atacadistas do leite começaram a cair. Ao mesmo tempo, os custos da dieta animal e outros custos permaneceram altos. Muitos produtores norte-americanos agora dizem que não podem vender seu leite a preço de custo.
"Eu acho realmente que o que acontecerá em seguida será uma discussão de longo prazo sobre se precisamos ou não fazer mudanças estruturais na forma como a indústria de lácteos é atualmente operada, de forma que não tenhamos mais esses altos e baixos", disse Vilsack.
Ele disse que gostaria de colocar ajuda federal nas mãos dos produtores o quanto antes. Pelo acordo anunciado na semana passada, seu departamento é responsável por distribuir US$ 290 milhões em suporte direto aos produtores de leite. Os outros US$ 60 milhões cobrirão as compras do excedente de queijos e outros produtos lácteos para ajudar a aumentar os preços. Os bancos de alimentos e outros programas nutricionais ficarão com os bens.
Um comitê conselheiro recomendará como gastar o dinheiro, disse Vilsack. "O princípio geral para mim é colocar dinheiro no bolso dos produtores o mais rápido possível", disse ele a 300 produtores reunidos em South Dakota.
O secretário também disse que espera que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) avalie os programas de suporte aos preços e comercialização para ver se podem ser feitas mudanças para ajudar a estabilizar os preços. "Precisamos saber quais mudanças, se tiver alguma, que precisamos fazer em nossos programas de suporte, em nossos programas de comercialização, naqueles que estão incluídos nesses programas, para ver se existe alguma forma que podemos criar uma maior estabilidade".
Ele disse que os produtores de leite estão vendendo algumas vacas para ajudar a reduzir o excesso de leite da nação e trazer a produção mais de acordo com a demanda. Ele disse que está feliz em ver as vendas administradas de forma que não prejudiquem os preços da carne. "Temos visto uma redução nos rebanhos leiteiros durante os últimos seis ou sete meses, mas isso tem sido feito de forma controlada para não distorcer o mercado de gado".
A reportagem é do The Associated Press, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.
EUA: indústria precisa ser reestruturada, diz secretário
A indústria de lácteos dos Estados Unidos, que está passando por dificuldades, precisa ser reestruturada para evitar ciclos de altos e baixos, disse o secretário da Agricultura do país, Tom Vilsack, na última segunda-feira (05), menos de uma semana após o Congresso ter anunciado um pacote de US$ 350 milhões para o setor.
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MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO
CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 09/10/2009
Chama a atenção a declaração do Secretário de Agricultura dos USA mostrando que a indústria de lácteos americana está passando por dificuldades decorrentes de ciclos altos e baixos, e logo após o Congresso ter anunciado um pacote de US$ 350 milhões para o setor, disse que gostaria de colocar a ajuda federal na mão dos produtores o quanto antes, sendo que US$ 290 milhões serão distribuido por seu departamento para suporte direto dos produtores e que os restantes US$ 60 milhões cobrirão a compra de excedentes de queijos e outros produtos lácteos para ajudar a aumentar os preços aos produtores.
Disse ainda que que espera que aconteça em seguida uma discussão de longo prazo para os USA precisam ou não fazer mudanças na forma como é operada atualmente a indústria de lácteros para evitar esses altos e baixos. O Secretário de Agricultura elogiou também o abate de matrizes que está sendo feito de forma programada por organizações de produtores para reduzir a oferta e adiministrado com cuidado de forma a não prejudicar os preços da carne.
Infelizmente aqui no Brasil não vemos ações consistentes parecidas nem por parte do governo, nem por parte da indústria e nem mesmo por parte das organizações de produtores. Na reunião da Câmara Setorial de Leite e Derivados de São Paulo, ocorrida no mesmo dia que era publicada por MilkPoint essa matéria, na discussão sobre o futuro do mercado de leite, citei outros exemplos de atitudes consistentes semelhantes que ocorreram nos USA que demonstram a maturidade do Governo, da indústria e dos produtores de leite na solução dos problemas da cadeia produtiva, e principalmente os cuidados que tem com o seu elo mais fraco, mas que é a base da cadeia, que são os produtores.
Esses fatos mostram a preocupação que existe nos USA com a cadeia do leite, que consideram importante para o País em termos econômicos, sociais e de segurança alimentar, e por isso praticam uma poliítica e planejamento consistentepara o desenvolvimento e a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva.
Nessa reunião da Câmara Setorial de Leite e Derivados de São Paulo, em função dos fatos que ocorreram no mercado de leite brasileiro no segundo semestre de 2008 e no primeiro semestre de 2009, ao meu ver demonstam falta de consistência na política e planejamento do setor leiteiro. E alertei que se o governo, a indústria e as próprias organizações de produtores não mudarem sua forma de agir e de forma conjunta tomarem medidas consistentes em termos de política e planejamento do setor leiteiro, que permitam tanto de imediato quanto a médio prazo preços que assegurem a sustentabilidade econômico-financeira dos produtores de leite, corremos sério risco de voltarmos a ser grandes importadores de leite, tal como aconteceu por décadas no passado recente.
Marcello de Moura Campos Filho
Presidente da Leite São Paulo
Disse ainda que que espera que aconteça em seguida uma discussão de longo prazo para os USA precisam ou não fazer mudanças na forma como é operada atualmente a indústria de lácteros para evitar esses altos e baixos. O Secretário de Agricultura elogiou também o abate de matrizes que está sendo feito de forma programada por organizações de produtores para reduzir a oferta e adiministrado com cuidado de forma a não prejudicar os preços da carne.
Infelizmente aqui no Brasil não vemos ações consistentes parecidas nem por parte do governo, nem por parte da indústria e nem mesmo por parte das organizações de produtores. Na reunião da Câmara Setorial de Leite e Derivados de São Paulo, ocorrida no mesmo dia que era publicada por MilkPoint essa matéria, na discussão sobre o futuro do mercado de leite, citei outros exemplos de atitudes consistentes semelhantes que ocorreram nos USA que demonstram a maturidade do Governo, da indústria e dos produtores de leite na solução dos problemas da cadeia produtiva, e principalmente os cuidados que tem com o seu elo mais fraco, mas que é a base da cadeia, que são os produtores.
Esses fatos mostram a preocupação que existe nos USA com a cadeia do leite, que consideram importante para o País em termos econômicos, sociais e de segurança alimentar, e por isso praticam uma poliítica e planejamento consistentepara o desenvolvimento e a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva.
Nessa reunião da Câmara Setorial de Leite e Derivados de São Paulo, em função dos fatos que ocorreram no mercado de leite brasileiro no segundo semestre de 2008 e no primeiro semestre de 2009, ao meu ver demonstam falta de consistência na política e planejamento do setor leiteiro. E alertei que se o governo, a indústria e as próprias organizações de produtores não mudarem sua forma de agir e de forma conjunta tomarem medidas consistentes em termos de política e planejamento do setor leiteiro, que permitam tanto de imediato quanto a médio prazo preços que assegurem a sustentabilidade econômico-financeira dos produtores de leite, corremos sério risco de voltarmos a ser grandes importadores de leite, tal como aconteceu por décadas no passado recente.
Marcello de Moura Campos Filho
Presidente da Leite São Paulo