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Estoques e diversificação do consumo de queijos desafiam laticínios dos EUA

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 19/12/2018

3 MIN DE LEITURA

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Os estoques excedentes de queijo continuam a se acumular em níveis sem precedentes nos Estados Unidos, levando produtores a temerem que a montanha siga crescendo e force um número maior de laticínios a fechar suas portas.

Cerca de 1,8 milhão de toneladas de queijos como o cheddar, entre outros, estão estocados em armazéns refrigerados no país, o maior volume desde que os registros começaram a ser feitos, há um século.

Um dos motivos para esse excesso foi o aumento da produção dos fabricantes de queijo antes de as tensões no comércio exterior terem restringido as exportações. Mas a mudança no gosto dos consumidores domésticos também afetou o cenário para os fabricantes de queijos.

Muitos estão precisando pagar para armazenar esse excedente de queijo, na esperança de que demanda e preços melhorem. "Há uma tonelada inteira de produtos antigos parados", disse Nate Donnay, diretor do boletim "Dairy Market Insight" na INTL FCStone Financial.

O queijo, cuja vida nas prateleiras é limitada, passa a valer menos depois de ficar semanas em armazéns refrigerados. Os produtores temem que o excesso e a decorrente queda nos preços possam reduzir seus lucros. O preço no mercado à vista para barras de 18,4 quilos de cheddar, por exemplo, caiu cerca de 25% em 2018 em relação a 2014.

As exportações de queijo foram impactadas depois que o México e a China, grandes importadores, instituíram tarifas retaliatórias contra o queijo e o soro de leite dos EUA. Em setembro, as remessas de queijo para o México caíram 10% na comparação anual, segundo o Conselho de Exportação de Laticínios americano. Para a China, a queda foi de 63%.

Nos EUA, os americanos nunca consumiram tanto queijo quanto em 2017. Mas eles vêm trocando queijos americanos processados por variedades estrangeiras. O consumo per capita de muçarela já é maior que o de cheddar desde 2010. O consumo per capita de queijo processado caiu pela metade desde 2006.

As vendas de pizzas ajudaram a impulsionar a muçarela à liderança do mercado de queijos dos EUA, dizem analistas. O varejo também abastece cada vez mais as prateleiras com queijos importados e menos variedades típicas, à medida que os americanos se afastam dos alimentos processados e se aproximam dos produtos mais diferenciados.

Mas essa busca por queijos diferentes dos usuais nos EUA representa um desafio para os grandes produtores. A irlandesa Glambia , uma das maiores produtoras de cheddar do mundo, aparentemente está confiante. Está construindo uma fábrica de US$ 470 milhões em Michigan e vai expandir sua unidade no Novo México. "Embora os mercados de queijo possam ser inerentemente cíclicos, as tendências de longo prazo apontam para uma ascensão no consumo global de laticínios", afirmou um porta-voz da companhia.

Mas algumas fabricantes de queijo estão ajustando suas operações para produzir novas variedades populares. Um exemplo é a Sargent Foods, de Wisconsin, que adicionou à sua linha de queijos fatiados os tipos gouda e havarti. A Schuman Cheese, de Nova Jersey, passou a produzir parmesão, entre outras "novidades".

Elas vão enfrentar a concorrência de produtores externos em busca de maior participação do mercado americano. A Royal FrieslandCampina, da Holanda, comprou neste mês a importadora Jana Foods, de Nova Jersey, por um valor não revelado. A maior fabricante mundial de gouda e de outros tipos de queijo holandeses pretende dobrar sua receita nos EUA em três anos.

Varejistas americanos também vêm modificando suas linhas e passando a oferecer mais produtos especiais e importados, mais caros do que as fatias de cheddar. A rede Kroger, por exemplo, expandiu sua seleção de queijos desde que comprou em 2017 a Murray's Cheese, de Nova York. O executivo-chefe da empresa, Rodney McMullen, disse que desde então ele mesmo e sua esposa começaram a comprar outros tipos de queijo. "Não conhecíamos outros melhores".

As empresas cujo sucesso se baseou em queijos processados como o cheddar ainda apostam nesses tipos, confiando no crescimento das exportações. Os números dos embarques de outubro mostraram melhora, inclusive para o México, um dos maiores importadores. A oferta no curto prazo, contudo, vem derrubando o preço do leite e do queijo. Isso também vem prejudicando os fazendeiros que abastecem os fabricantes.

Os preços do leite caíram aproximadamente 40% em comparação ao pico de 2014, quando muitos pecuaristas aumentaram seus rebanhos leiteiros. Agora, diante do declínio dos preços, muitas fazendas vêm fechando as portas. Neste ano, só em Wisconsins mais de 600 estabelecimentos deixaram de operar.

Stan Ryan, executivo-chefe da Darigold, de Seattle, controlada pela cooperativa Northwest Dairy Association, disse que a queda dos preços vêm derrubando os lucros dos cerca de 450 fazendeiros associados. "Está muito difícil para os produtores de laticínios permanecerem no jogo", disse Ryan, acrescentando que mais de 25 de seus fazendeiros fecharam as portas nos últimos 12 meses.

Vale a pena > EUA: apesar das tarifas de retaliação, exportações de lácteos devem registrar ano recorde

As informações são do jornal Valor Econômico.

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