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Especial Região Sul, Agrop. Sto. Agustinho: do piquete ao compost barn

POR MAYSA SERPA

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 14/01/2020

4 MIN DE LEITURA

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Sem dúvida, o investimento em bem-estar animal e o retorno econômico proporcionado por isso tem dado o que falar entre os produtores e demais envolvidos em toda a cadeia leiteira. Aqui no MilkPoint, já publicamos diversos textos que mostram que proporcionar conforto para vacas leiteiras é um bom negócio. E, para bater nesta tecla mais uma vez, vamos contar a história da Agropecuária Santo Agustinho, uma propriedade que resolveu investir no compost barn, quando a tecnologia ainda estava começando no Brasil. Quem conversou conosco foi a Letícia Reisdorfer Strack, médica veterinária e sucessora na fazenda, que está localizada na cidade de Almirante Tamandaré do Sul/RS.


Fonte: cedida pela Família Reisdorfer.

“A história da Agropecuária Santo Augustinho já ultrapassa três décadas. A proposta de produzir leite, no entanto, teve início em 1996, quando surgiu a ideia de implantar na propriedade uma segunda fonte de renda, além do cultivo de grãos”, contou Letícia. Até o ano de 2014, o sistema de produção era semi-intensivo, com pastejo em piquetes e suplementação com silagem, ração e minerais no cocho, após as ordenhas. Sempre trabalharam com gado Holandês, mantendo cerca de 60 animais em lactação, com produção diária de 1700 litros (aproximadamente 28 litros/vaca/dia).

Em 2013 começam a pensar em investir no confinamento, por meio da construção de um galpão de compost barn. Porém, antes de construírem as instalações, Letícia contou que assistiu um curso online do EducaPoint e, após a conclusão, participou de um dia de campo realizado pelo Prof. Adriano Seddon, em Lins/SP. “Como o compost barn era muito recente no país, fomos a várias fazendas que já haviam implantado o sistema, com diversas realidades, climas e temperaturas, a fim de ver o desempenho. Visitamos propriedades em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e algumas aqui no estado do Rio Grande do Sul”, comentou.

Finalmente, no final de 2014, finalizaram a primeira parte do projeto e descolaram os animais para o galpão. Segundo a veterinária, “o resultado foi muito melhor que o esperado, pois os animais tiveram uma excelente adaptação e uma resposta muito rápida, tanto em saúde como em produção, viabilizando o projeto”. A produção média por vaca por dia - que era anteriormente era de 28 litros - passou a ser de 35, com picos de até 37,5 litros, com duas ordenhas diárias. Além disso, os descartes involuntários por problemas locomotores diminuíram muito e a longevidade dos animais aumentou de forma significativa.


Fonte: cedida pela Família Reisdorfer.

Atualmente, a alimentação é fornecida à vontade no cocho, sendo composta por silagem de milho (safra e safrinha) e silagem de culturas de inverno (como aveia branca, trigo, triticale). Também utilizam pré-secado de azevém, palha de trigo, feno de azevém e grão úmido de milho. “A terceirização de serviços sempre foi utilizada para a produção de silagem e feno, bem como para reposição da campa do galpão”, esclareceu Letícia.

A propriedade dispõe de equipamentos tecnológicos para otimizar a produção. A ordenhadeira é de saída rápida, subway, duplo doze, com espera para mais oito conjuntos e conta com software, no qual são armazenados diariamente as informações geradas durante a ordenha dos animais. Além disso, as vacas utilizam coleiras que auxiliam na detecção de cio e saúde do rebanho.

Os proprietários investiram também em um laboratório para realizar análises de leite no local, o que agiliza a tomada de decisão quando um animal é acometido por mastite. Em relação a essa doença, a veterinária contou que costumam ter pequenos surtos no inverno ou durante longas temporadas de chuva, períodos em que a cama do compost barn fica mais úmida.

Atualmente o proprietário da Agropecuária Santo Agustinho é o pai de Letícia, Luiz Carlos Reisdorfer, que cuida da gestão e do financeiro da fazenda. Além deles - Letícia e o pai -, trabalham o esposo dela, Diego Strack, que é engenheiro agrônomo e analisa a viabilidades dos investimentos, e seu irmão, Luiz Augusto Reisdorfer, também formado em Agronomia e que cuida do plantio de grãos. “Hoje contamos com um quadro de funcionários bem enxutos, porém engajados e qualificados”, comentou.


Curso inseminação ministrado na propriedade para todo o quadro de funcionários.
Fonte: cedida pela Família Reisdorfer.

Letícia contou que, tanto ela quanto o irmão mais velho, cresceram na fazenda. Ela formou-se em Medicina Veterinária e passou a trabalhar na propriedade da família, visando expandir a produção de leite. Ajudou a implementar o projeto do compost barn e pretende aumentar ainda mais a produção. “Quando confinamos as vacas, compramos mais um rebanho de fora e paramos de vender novilhas, a fim de aumentar o número de vacas em lactação. Demos continuidade ao nosso projeto, aumentamos os barracões e construímos uma nova sala de ordenha, com capacidade para 100 vacas/hora, a qual foi inaugurada em julho de 2019. Hoje estamos ordenhando 175 animais e produzindo 6000 litros/dia. Nossa meta é chegar a 400 animais em lactação.”


Da esquerda para a direita: Diego Strack, Letícia Reisdorfer Strack, Luiz Carlos Reisdorfer, Augusto Meira Reisdorfer (sobrinho de Letícia), Dorildes Reisdorfer (mãe de Letícia), Luiz Augusto Reisdorfer, Aline da Silva Meira Reisdorfer (cunhada de Letícia) e Laura Luiza Meira Reisdorfer (sobrinha de Letícia).
Fonte: cedida pela Família Reisdorfer.

Como produtora e também médica veterinária, Letícia destacou a importância de o produtor rural ter consciência que o leite que produz irá chegará à mesa de pessoas. “Levando em conta que estamos trabalhando com a produção de alimento, e que, com nossa produção atual, alimentamos em torno de 12.900 pessoas por dia, nossa principal responsabilidade é trabalhar com leite de qualidade.”

Gostaria de ver alguma propriedade do Sul no nosso especial? Indique ela clicando aqui! 

MAYSA SERPA

Médica Veterinária, MSc. e doutoranda em Sanidade Animal pela UFLA.

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