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Escassez de matéria-prima persiste e embalagem fica 30% mais cara

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 30/03/2021

5 MIN DE LEITURA

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O desarranjo imposto pela pandemia da Covid-19 à cadeia de embalagens, em particular as de plástico e papelão, continua deixando marcas no mercado brasileiro. Além da dificuldade de acesso a determinados tipos de embalagem, os preços subiram 29,1% em 12 meses até fevereiro.
 
De acordo com a  Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), refletindo o encarecimento de matérias-primas, o real desvalorizado e a procura muito acima da média desde meados do ano passado. A depender do material, o aumento foi ainda maior, segundo fontes da indústria ouvidas pelo Valor.
 
Agora, a situação mais crítica está na cadeia do plástico, mais especificamente no polipropileno (PP), que tem diferentes aplicações além das embalagens flexíveis e rígidas. “Além do aumento dos preços, há falta de matéria-prima”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho.
 
Nos segmentos de papel e papelão, os produtores afirmam que não há falta de produto. Mas reconhecem que os prazos de entrega de embalagens, que antes podiam ser até diários, foram ampliados para mais de 30 dias com o elevado volume de vendas. “É um problema bom, porque indica que há atividade econômica”, ponderou uma fonte.
 
A retomada mais forte do que o esperado, após a paralisação das encomendas no início da pandemia no país, ocorreu em um momento de estoques mais baixos de insumos e embalagens. E mesmo com recorde consecutivo nas vendas internas de resinas e na expedição de embalagens de papelão, ainda não houve normalização.
 
Para reduzir o risco de desabastecimento de PP nos próximos meses, a Braskem propôs ao governo a adoção de cota de importação, com redução da alíquota de 14%, a exemplo do que ocorreu com o PVC — para essa resina, a alíquota foi reduzida a 4% por três meses, com cota de 160 mil toneladas.
 
O mercado de PP já está apertado e uma parada programada na central petroquímica do ABC, postergada do ano passado para o fim de março devido à pandemia, pode ter impacto adicional na oferta da resina. Tanto a Braskem quanto as indústrias consumidoras tinham até sexta-feira para apresentar suas propostas de cota — a menor proposta, apurou o Valor, estava em 60 mil toneladas, embora o mercado de PP seja maior que o de PVC.
 
“Estamos negociando a cota para o segundo trimestre, quando pode haver ruptura”, afirmou o vice-presidente de Olefinas e Poliolefinas da Braskem na América do Sul, Edison Terra. A proposta foi apresentada pela petroquímica em reunião com a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), do Ministério da Economia, na quarta-feira, da qual participaram 16 associações de indústrias, entre as quais a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), que se queixaram da falta de embalagem.
 
Cerca de 70% da produção de embalagens, considerando-se os diferentes tipos de materiais, é destinada a bens de abastecimento, com destaque para alimentos. Principal consumidora, a indústria de alimentos é também a mais afetada pelo desequilíbrio entre oferta e demanda, que só deve ser corrigido no início do segundo semestre no caso do plástico.
 
“Em relação ao mercado de embalagens de papel e papelão ondulado, a previsão de regularização nas entregas é de médio prazo, a depender da evolução da economia”, diz a presidente da Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel), Gabriella Michelucci.
 
As matérias-primas representam entre 60% e 70% do custo total das embalagens. Desde o início do ano passado, as principais resinas termoplásticas subiram mais de 100% no mercado doméstico, acompanhando as cotações internacionais e o câmbio.
 
Nesse período, o polietileno de baixa densidade (PEBD, muito usado em alimentos) ficou R$ 7.646 por tonelada mais caro, superando os R$ 15.000 por tonelada. O polipropileno (PP), por sua vez, teve acréscimo de preço de R$ 6.826 por tonelada, segundo índices das consultorias ICIS e Platts.
 
Já as aparas de papel do tipo 2, usadas nas caixas de papelão, praticamente triplicaram de preço no mesmo período, para R$ 1.450 por tonelada em março, segundo a Fastmarkets RISI. A fibra reciclada representa a base da indústria de embalagens de papelão ondulado, com peso de cerca de 70%, e a coleta seletiva foi prejudicada com a pandemia. “Os estoques abaixaram de forma importante, mas não houve ruptura, e sim aumento de custo”, afirmou Gabriella.
 
De acordo com o presidente da ABRE, Marcos Barros, o pagamento do auxílio emergencial e mudanças nos hábitos de consumo derivadas da pandemia, como o deslocamento da alimentação para dentro do lar, o forte crescimento do comércio eletrônico e o delivery sustentaram a produção da indústria de embalagens no ano passado.
 
“O auxílio emergencial foi o pilar central da possibilidade de consumo e trouxe para o mercado aqueles que estavam na margem, e não consomem regularmente”, explica o executivo. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 4,1% no ano passado, a produção física de embalagens cresceu 0,5%. “Não podemos falar que a indústria de embalagens sofreu [com a pandemia]”, acrescentou.
 
O ritmo de produção se mantém forte no início de 2021 e os estoques ao longo da cadeia de valor ainda não foram totalmente reconstituídos. Em fevereiro, segundo a prévia da Empapel, as expedições de caixas, chapas e acessórios de papelão ondulado alcançaram 323,5 mil toneladas, com alta de 12,1% ante o mesmo mês de 2020, marcando a oitava vez consecutiva de volume recorde na comparação interanual. Com esse desempenho, a produção de embalagens de papelão ondulado acumulou alta de 8,7% no ano.
 
Em nota, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) disse que “não há falta de papel para o mercado de embalagens, especialmente o papel cartão, voltado para e-commerce e delivery” e as empresas trabalham para se adequar à forte demanda, com produção acima dos níveis pré-pandemia.
 
Em 12 meses até fevereiro, indica a entidade, a demanda de papel cartão no país alcançou 657 mil toneladas, um crescimento de 9,4% na comparação com os 12 meses anteriores. Ao mesmo tempo, a produção nacional somou 770 mil toneladas nesse período, que somada à importação de 52 mil toneladas totaliza uma oferta de 822 mil toneladas.
 
“O setor representado pela Ibá segue comprometido, operando em volumes acima dos anos anteriores, tendo em vista a readequação de toda a cadeia de abastecimento. As empresas produtoras projetam que o mercado deve se estabilizar rapidamente nos próximos meses”, finalizou.
 
As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela Equipe MilkPoint. 

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