Enchentes comprometem lavouras gaúchas e dão prejuízos a produtores rurais

A chuva que castiga a metade sul do Estado, especialmente a Fronteira Oeste e Região da Campanha, já começa a trazer prejuízos significativos também para o setor agrícola, em especial para as lavouras de arroz.

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A chuva que castiga a metade sul do Estado, especialmente a Fronteira Oeste e Região da Campanha, já começa a trazer prejuízos significativos também para o setor agrícola, em especial para as lavouras de arroz.

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A produção gaúcha de arroz deve encolher de 8,2 milhões de toneladas, em 2018, para 7,3 milhões de toneladas.Fernando Gomes / Agencia RBS

A situação preocupa o secretário de Agricultura e Pecuária de Alegrete, Daniel Gindri. "Somos o quarto maior produtor de arroz do Estado, e mais de 60% do PIB do município está relacionado à produção agropecuária, e por isso estamos muito apreensivos". 

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Além das lavouras de arroz, Gindri explica que uma análise preliminar realizada pela secretaria aponta também para um impacto em outros setores, como o leite, cujo prejuízo está próximo aos R$ 150 mil (o que equivalente a 150 mil litros de leite) e a produção de soja, que teve pelo menos dois mil hectares, ou cerca de 5% de sua área, afetada diretamente com as enchentes e enxurradas. "Esta área deve ser ainda maior se contabilizarmos o excesso de umidade e a pouca radiação solar que atingem também a produtividade em outras localidades, principalmente nas partes altas", explica.  

De acordo com levantamento da Emater, a região de Santa Maria contabiliza 2,5 mil hectares de plantação de soja afetados, o que representa perda de pelo menos 2% na produção. A entidade afirma, entretanto, que é preciso esperar os níveis da água baixarem para que tenha estimativas mais precisas sobre os prejuízos em todos os setores. 

Enquanto o governo e entidades calculam os prejuízos, produtores têm buscado alternativas para contornar as dificuldades que o excesso de chuva traz para o Estado. Paulo Rodrigues, um dos líderes no assentamento fundiário Unidos pela Terra, em Alegrete, afirma que desde início da enchente, há seis dias, ele e seus cinco vizinhos já descartaram 2,4 mil litros de leite

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Assentamento Unidos pela Terra teve que descartar leite por falta de refrigeração e para evitar que vacas ficassem doentes. Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS

Foram dois problemas: primeiro, faltou luz e não havia como refrigerar o produto, para conservá-lo. Depois, o acesso: com estradas alagadas e enlameadas, os caminhões de recolhimento não chegam. Para evitar que as vacas fiquem doentes por falta de ordenha, ele retira o leite delas e depois, o que não é destinado ao gado e às galinhas, é despejado fora.

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Já o veterinário e pecuarista Renan Roggia, há seis dias, repete uma busca. Pega o cavalo baio e percorre pacientemente cada canto dos seus 180 hectares de campo em Alegrete, nas proximidades do rio Caverá. É que ele perdeu para as águas um rebanho inteiro, em dois dias da tempestade que assolou o município, semana passada.

"O rio, que não é muito grande e nem profundo, virou leão com a chuvarada e arrastou 60 reses, sendo 40 adultas e o resto, terneiros", descreve Renan.

Os animais eram das raças Brafford, Angus, Zebu e Hereford. Todos os animais têm brincos e marcação. A cena foi vista por empregados da fazenda, situada a 45 quilômetros do centro de Alegrete. Renan guarda as últimas fotos do rebanho, feitas no mesmo dia da enxurrada. Na busca, encontrou apenas duas vacas vivas. Acredita que todas as outras morreram. Prejuízo de, no mínimo, R$ 130 mil.

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As informações são do portal  Zero Hora.

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