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Embrapa fortalece a aposta em parcerias

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 27/12/2019

3 MIN DE LEITURA

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Prestes a completar 25 anos de trabalho na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os últimos cinco meses como presidente interino, o pesquisador paulista e doutor em produção vegetal Celso Luiz Moretti tem um receituário pronto para “repotencializar” a estatal, como querem o presidente Jair Bolsonaro e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, mesmo em tempos de restrições de orçamento.

Moretti quer jogar as fichas em projetos nas áreas de bioeconomia, conectividade, sustentabilidade e edição genômica, a partir dos quais acredita que é possível gerar “trilhões de dólares” para o país e garantir retorno para a empresa, sobretudo por meio da ampliação de parcerias com o setor privado. Cotado para ser efetivado no comando da Embrapa, ele não concorda que, apesar da escassez de recursos, tenha parado no tempo. Mas reconhece as dificuldades de trabalhar com um orçamento que foi de R$ 3,6 bilhões em 2019 e ficará em R$ 3,8 em 2020, mais de 80% comprometidos com o pagamento de pessoal.

Em entrevista ao Valor, Moretti, como seus antecessores, defendeu a necessidade modernizar a estrutura e a forma de atuação da Embrapa. “Temos que ser uma metamorfose ambulante. Trabalhar para aumentar potencialidades e diminuir fragilidades”, afirmou. Por ora afastada, a possibilidade de privatização da estatal, já aventada pelo governo, é considerada por ele “um erro grave”. Mas, nada nostálgico, troca o apego aos anos dourados das décadas de 1970 e 1980, quando a Embrapa foi fundamental para a conquista do Cerrado, por pragmatismo.

Nesse sentido, uma das prioridades é reduzir custos, com a reavaliação do número de unidades existentes e de cargos comissionados. E, diferentemente do ex-presidente Sebastião Barbosa, exonerado em julho, Moretti está aberto à contratação de uma consultoria para auxiliar a Embrapa nesse processo, que por enquanto permanece no terreno das intenções.

Sobre a aposta em bioeconomia, a intenção é desvendar a sequência de genes de animais, plantas e microorganismos. “Menos de 2% das espécies são catalogadas com genoma definido. Imagine quando chegarmos a 10% das espécies de animais, plantas e microorganismos?”

A Embrapa tem o quinto maior banco genético do país, com 120 mil amostras, e tem potencial, segundo Moretti, para chegar a 700 mil. Ele diz que, a partir do patrimônio existente, é possível buscar novas variedades ou genes resistentes a pragas e doenças - entre as pesquisas nessa frente, Moretti destaca a produção de morfina a partir da casca do café.

Em todos os campos, ele diz que é preciso utilizar melhor a “grife” Embrapa, de forma a ampliar um retorno financeiro que já existe, “mas em valores muito menores do que a gente pode fazer”. Moretti lembra, por exemplo, que no passado diversas cultivares foram lançadas e não foram “adequadamente protegidas”. “Hoje elas fazem um sucesso tremendo e a Embrapa não recebe nada por isso”, afirma. Nesse contexto, modernizar a imagem da empresa junto ao setor produtivo também faz parte da estratégia.

“Nosso papel é funcionar como uma locomotiva limpa-trilho. Vamos limpando o trilho e atrás vem o setor privado gerando emprego e renda e pagando impostos - e esses impostos vão sendo revertidos para nossos pesquisas”. Nessa mesma lógica, diz Moretti, a Embrapa também precisa se aproximar do que ele chama de “urbanoides”, a população das cidades influenciada pelas redes sociais e pela opinião de celebridades que distorcem a realidade do agronegócio e da pesquisa nacional. “Temos que nos comunicar mais e melhor”, diz ele, destacando que essa é outra prioridade para 2020.

Conforme Moretti, a Embrapa também está atenta às mudanças nos hábitos do consumo de alimentos e a novas ondas como a que move o avanço das proteínas vegetais. Nessa frente, a estatal assinou contratos com as empresas Marfrig e Sottile Alimentos para a comercialização de hambúrgueres à base de fibra de caju e nuggets de siri desenvolvidos por suas unidades no Ceará e no Rio de Janeiro. “É um mercado que já movimenta cerca de US$ 7 bilhões por ano e pode chegar a US$ 120 bilhões em 2030”.

Para Moretti, com essas e outras ações, inclusive a expansão da presença na África, a Embrapa será capaz de ajudar o país a suprir metade da demanda por alimentos no mundo até 2030. “Não tenho dúvidas de que o Brasil poderá alimentar metade da população global, de 8,5 bilhões de pessoas até lá, se quiser e tiver espaço”, vislumbra - tudo isso, claro, “sem cortar nenhuma árvore de nenhum bioma”, afirma.

As informações são do Valor Econômico. 

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