Diante da necessidade de debater os desafios e incentivar a produção de alimentos artesanais e tradicionais, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu na quarta (6) o Seminário “Agro em Questão - Alimentos Artesanais e Tradicionais: mais valor para quem vende e para quem compra”.
Mais de 200 pessoas acompanharam o evento realizado pelo Sistema CNA/SENAR/ICNA e com o apoio da Confederação Nacional dos Municípios. O evento reuniu produtores rurais, empresários, pesquisadores e especialistas para debater iniciativas que viabilizem a produção e comercialização de alimentos e bebidas artesanais e tradicionais brasileiros.
A programação abordou a necessidade de regulamentação desses produtos para possibilitar segurança aos produtores. Também tratou das tendências da alimentação, conveniência e confiabilidade apresentadas pelos produtos artesanais e tradicionais. Os palestrantes trataram ainda da valorização dos produtos ligados às identidades locais com valor histórico-cultural conectando produtores e consumidores.
No primeiro painel, o evento mostrou como as organizações contribuem para o sucesso do mercado de alimentos artesanais e tradicionais. O presidente do Sindicato Rural da Serra Gaúcha, Elson Schneider, apresentou a história dos vinhos da região, proveniente do Vale dos Vinhedos.
O superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, Juliano Tarabal, destacou a importância da valorização desses produtos. “Trabalhamos para que o café com denominação de origem do Cerrado Mineiro ocupe as gôndolas dos principais supermercados”, destacou Tarabal.
A CNA apresentou casos de sucesso de produtores de diversas partes do Brasil que superaram os desafios e se tornaram referência em suas atividades produtivas.
Daniela Messias, do Distrito Federal, compartilhou sua experiência na produção de plantas alimentícias não convencionais. “A proposta é resgatar e incorporar a utilização de plantas, como ora-pro-nóbis, em receitas artesanais e convencionais”, afirmou Daniela.
Tulio Madureira, produtor do queijo Serro, em Minas Gerais, afirmou que, além do sabor, o queijo artesanal agrega fatores históricos em seu processo de produção centenária. “É necessário considerar ainda o manejo e o trabalho diferenciados dispensados no processo de fabricação”, afirmou o produtor de queijo, premiado no Salão Internacional de Paris.
A necessidade de aproximar os produtores dos consumidores finais foi um dos pontos abordados no painel “Acesso a mercados: O que os consumidores exigem? O que esperamos dos nossos fornecedores?”
Participaram do painel, o chef de cozinha, Diego Jacob, educador pelo Senac e especialista em produção artesanal de embutidos; a proprietária da marca Tarsitano - Sabor de Origem, Rosanna Tarsitano e o proprietário do Armazém Mineiro Roça Capital, Guilherme Vieira.
O Diretor de Assistência Técnica e Gerencial do Senar, Matheus Ferreira, apresentou os resultados do programa Do Rural à Mesa no painel 'Explorando soluções alternativas para os principais desafios do setor'. A parceria entre o Senar e o Senac possibilita que 43 produtores de frutas e hortaliças do município de Alexânia, em Goiás, forneçam seus produtos diretamente aos restaurante do Senac no Distrito Federal. Durante o evento os participantes tiveram a oportunidade de adquirir mel, vinho, geleia, azeite, queijo, café, licor, pães, doces e embutidos artesanais em uma feira organizada dentro da CNA.
Também participaram do evento, o pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos/RJ, Rodrigo Paranhos, o diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), Carlos Lima e consultor em Gestão Sensorial de Bebidas & Alimentos, Ensei Neto.
As informações são da CNA, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.