Dejetos de animais podem gerar energia elétrica
O reaproveitamento de matéria orgânica produzida na atividade agropecuária, sobretudo o esterco de animais, pode gerar um bilhão de kilowatts-hora por mês, quantidade equivalente à que será produzida pela usina hidrelétrica de Jirau e suficiente para abastecer uma cidade de até 4,5 milhões de habitantes. Produtores agropecuários dispostos a investir no negócio podem embolsar até R$ 1,5 bilhão com a venda da energia elétrica, segundo estudo recém-concluído pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em parceria com Itaipu Binacional.
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 2 minutos de leitura
A matéria orgânica de onde a energia pode ser gerada - classificada como biomassa residual - são dejetos sólidos e líquidos de animais e restos de vegetais inaproveitáveis para o consumo. Para fazer o tratamento dos efluentes é necessária a utilização de biodigestores que fazem sua degradação em processo que envolve uma etapa em total ausência de ar. Os climas tropicais - como o brasileiro - já facilitam essa degradação, pois possuem maior biodiversidade de bactérias necessárias no processo e o clima em si garante que o processo biológico ocorra.
Além da energia produzida, o tratamento produz biofertilizantes como subprodutos. O estudo sustenta que esse aproveitamento pode diminuir substancialmente a tradicional dependência brasileira de fertilizantes importados. Com o tratamento do estrume e de outras biomassas residuais, como a vinhaça de cana, pode-se produzir 85% do nitrogênio, 43% do potássio e 15% do fósforo necessários na safra de grãos 2008/09.
Só na criação de bois, aves e porcos confinados o país gera 180 milhões de toneladas de esterco. O dado não inclui a pecuária extensiva, que corresponde a mais de 85% da produção nacional, mas dá uma ideia da quantidade de material poluente despejado no meio ambiente. Se todo o esterco animal do país se transformasse em energia limpa, deixaria de ser lançado na atmosfera o equivalente a 71,3 milhões de toneladas de CO2 - aproximadamente um terço do que o desmatamento da Amazônia gera anualmente em gases do efeito estufa. Com o direito de comercializar os créditos de carbono, essa redução de emissões poderia garantir aos criadores um faturamento anual de € 671 milhões - considerando o valor de € 9,41 por tonelada de CO2, como citado no estudo.
No Paraná, já existe mercado para a venda da energia extra produzida pelo tratamento dos efluentes. A Copel assinou em março deste ano os primeiros contratos para a aquisição de energia da biodigestão da matéria orgânica. Quatro produtores se interessaram em vender a energia, que no total soma 524 kilowatts. Na Granja Colombari, no município de São Miguel do Iguaçu, a energia gerada a partir dos excrementos de 3 mil porcos é vendida para a Copel e os produtores ainda comercializam os créditos de carbono, previstos no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto.
A matéria é de Paulo Victor Braga, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
Publicado por:
MilkPoint
O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.
Deixe sua opinião!

SOROCABA - SÃO PAULO
EM 09/05/2012
Maria Aparecida = e-mail:parecidacomercial@ig.com.br

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 25/09/2009
Sou muito interessado no assunto
atc paulo mello
RIO DO CAMPO - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 24/09/2009
BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 01/09/2009
Para efeito de complementação de V. Sa. eu visitei algumas propriedades onde é explorada a atividade de suinocultura na região da Zona da Mata Mineira e observei em algumas dessas propriedades biodigestores já em funcionamento, gerando energia elétrica, tornando a granja autosuficiente em energia e também gerando créditos de Carbono. Inclusive, em alguns casos, a empresa de biodigestores instalou o equipamento em troca desses créditos. Quem produz grandes volumes de dejetos não pode deixar de fazer um estudo de viabilidade da implantação do biodigestor, na minha opinião é uma alternativa de redução de custos com energia, redução de emissão de gases de efeito estufa e, o mais interessante, aquele cheirinho característico das granjas de suinocultura deixa de existir.

TRÊS CORAÇÕES - MINAS GERAIS - ESTUDANTE
EM 26/08/2009

TRÊS CORAÇÕES - MINAS GERAIS - ESTUDANTE
EM 25/08/2009
RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO
EM 25/08/2009
Porém sou leigo no assunto e são escassas informações sobre isso.
Agradeceria se esses questionamentos sobre viabilidade do investimento e também como um produtor teria acesso aos creditos de carbono, fossem esclarecidos.
Quão distante estão essas ferramentas da maioria dos produtores rurais?

JUAZEIRO DO NORTE - CEARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 25/08/2009
BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 25/08/2009
Me desculpem mas aqueles que afirmam que a Pecuária contribui para o AUMENTO do nível desses gases na atmosfera são, no mínimo, BURROS ou IRRESPONSÁVEIS. Infelizmente tem sido comum nos depararmos com esse tipo de informação, regurgitadas por Ongueiros e Ambientalistas desinformados e oportunistas. É óbvio que o AUMENTO do nível desses gases na atmosfera só ocorre quando utilizamos combustíveis fósseis. Não acredito que seja difícil entender isso.
Um abraço a todos.