"Às vezes somos tentados a ver apenas o rebanho, embora este rebanho seja composto de indivíduos diferentes que lidam de maneira diferente com eventos estressantes", disse a coordenadora da pesquisa, Marina von Keyserlingk, em um comunicado. "É importante considerar a perspectiva do indivíduo, porque mesmo que as condições sejam boas, em média, alguns animais ainda podem sofrer."
Para a pesquisa, 22 bezerros foram treinados para entrar em um pequeno recinto no qual havia uma parede com cinco buracos dispostos em uma linha horizontal. O buraco em uma das extremidades continha leite, enquanto o buraco na extremidade oposta continha apenas uma garrafa vazia e emitia uma baforada de ar nas faces dos bezerros.
Rapidamente os animais aprenderam como funcionava o mecanismo e, então, os pesquisadores apresentaram garrafas em um dos três orifícios intermediários, para que os bezerros não soubessem ao certo se seriam recompensados com leite. A hipótese da equipe era a de que os bezerros mais otimistas se aproximariam da garrafa, mesmo se estivesse posicionada perto do local com a garrafa vazia. Em contraste, os mais pessimistas evitariam aproximar-se do objeto nos orifícios intermediários, mesmo se estivesse perto do buraco onde estava a garrafa com leite.
As respostas variaram bastante, mas os animais tenderam a ser consistentes em suas perspectivas, o que levou a equipe a concluir que o pessimismo é um traço característico dos animais, não apenas o resultado de alterações de humor ou emoções temporárias.
A análise também avaliou o quanto os animais eram corajosos. A conclusão foi a de que os filhotes mais "medrosos" eram também mais pessimistas: "Bezerros que eram mais medrosos também tinham maior probabilidade de ver o copo meio vazio", afirmou von Keyserlingk.
As informações são da Revista Galileu.