A Diretoria da Cooperativa Nacional dos Produtores de Leite (Conaprole), do Uruguai, definiu o “prêmio especial”, onde dará aos produtores um fundo de US$ 5 milhões.
Para o cálculo do valor que é devido a cada produtor remetente, a empresa terá como base o período de agosto de 2020 a fevereiro de 2021. O pagamento será independente da conta do leite e estará disponível gratuitamente. Conforme informado pela Conaprole, no dia 25 de março será depositado o dinheiro na conta em dólares de cada parceiro remetente.
Relativamente à avaliação correspondente ao mês de fevereiro passado, o conselho de administração decidiu manter o parâmetro de avaliação. O bônus sazonal de 10% continua até 31/07/2021, pois a liquidação de fevereiro fecha em 9 de março.
O aumento de insumos como concentrados, grãos, rações, sementes e fertilizantes está afetando fortemente as fazendas leiteiras e ofuscou a alta dos preços internacionais do leite em pó integral e outros produtos. Da mesma forma, segundo dados do Instituto Nacional do Leite (Inale), o preço do leite enviado, medido em pesos, atingiu o valor máximo no mês passado.
Preços
A valorização dos produtos lácteos no mercado internacional continua se consolidando e é promissora.
O valor médio por litro foi de 13,259 pesos (US$ 0,30), o maior preço desde 2002, já que está 4% acima da média de 12,74 pesos (US$ 0,29) em dezembro e 10% acima dos 12,052 pesos (US$ 0,27) por litro de janeiro de 2020. Já, medido em dólares, também apresentou melhorias, ao passar para US $ 0,31 por litro, mas caiu 2,2% em relação ao valor de janeiro, quando os produtores recebiam US $ 0,314 por litro enviado.
Por sua vez, nesta semana, no leilão virtual da neozelandesa Fonterra, maior produtora e exportadora mundial de leite em pó, os aumentos surpreenderam analistas do mercado internacional.
Todos esperavam que os valores fossem semelhantes aos do leilão anterior ou apresentassem uma subida moderada, foi anunciado na Bolsa de Valores da Nova Zelândia mas o aumento foi explosivo (15% para o índice geral).
Segundo Inale, as hipóteses testadas pelos analistas apontam que o principal “é o aumento das importações dos países do Norte da Ásia, com a China à frente. E por trás desse aumento estão afetando as dificuldades no transporte internacional: atrasos, dificuldades de programação, navios nos portos com atrasos inusitados.”
Países com déficit lácteo como a China e seus vizinhos poderiam estar acumulando estoques em caso de desprovisionamento devido a irregularidades no transporte internacional e isso seria parte da explicação para este aumento explosivo.
Por sua vez, esse estoque que os importadores chineses montam mostra a recuperação econômica daquele país, que está comprando mais grãos e lácteos, entre outros alimentos. "A economia da China se recuperou mais rápido do que o esperado e isso está puxando para baixo a maior demanda por todos os produtos, principalmente aqueles com o maior déficit do país, como laticínios e grãos."
Mas mais um fator conjuntural poderia ser “o desenvolvimento da produção neozelandesa. A Fonterra prevê um crescimento de + 0,5% para a temporada 2020/2021.”
As informações são do El País Digital.