Influenciadas por cortes acima do esperado previsto pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as cotações do milho caíram nessa terça-feira (09/02) na bolsa de Chicago. Para maio, os contratos tiveram um recuo de 1,38% (7,75 centavos de dólar e R$4,21 BRL), e com bushel à US$ 5,5425.
A expectativa de produção global do cereal cresceu. Segundo o relatório publicado hoje, o USDA elevou de 1,133 bilhão de toneladas para 1,134 toneladas a expectativa de produção. E para a colheita, a única alteração foi referente a África do Sul, passando de 16 milhões, para 16,5 milhões de toneladas.
A projeção de produção para Brasil e Argentina se mantiveram em 109 milhões de toneladas e 47,5 milhões de toneladas, respectivamente, contrariando analistas que expectavam recuo. Os analistas previam o retrocesso para 47,2 milhões de toneladas na safra Argentina e 108,7 milhões de toneladas para a safra Brasileira.
Guilherme Belotti, gerente de consultoria Agro do Itaú BBA, disse em nota que ainda que as estimativas de estoque de passagem tenham sido reduzidas pelo USDA devido ao aumento das exportações, o mercado esperava um número superior ao apresentado. “Apesar de se esperar alguma redução das cotações do grão em resposta ao relatório, o cenário ainda é de um balanço de oferta e demanda apertado, o que deverá dar sustentação aos preços”, destacou.
Com o trigo, não foi diferente. Como reflexo dos dados do relatório de oferta e demanda, os preços caíram. Lotes futuros para entrega em março, sofreram alteração e diminuíram 0,95% (6,25 centavos de dólar e R$3,39 BRL), fechando o bushel cotados à US$ 6,495.
Devido ao aumento do consumo mundial, a previsão de estoques globais reduziu. Mesmo com o USDA aumentando a estimativa para a produção mundial em 20/21, o numero de estoque não se manteve.
A previsão global para a colheita agora está estimada em 773,44 milhões de tonelada, enquanto em dezembro, era de 772,64 milhões de toneladas. Quanto ao consumo, por sua vez, passou de 759,54 milhões para 769,32 milhões de toneladas. O reflexo desse aumento do consumo resulta em quase 9 milhões de toneladas a menos de estoque final de safra segundo o USDA.
As alterações no relatório se dão devido a perspectiva de consumo da China ter aumentado. A utilização do trigo para compor ração é recorde, devido ao preço dos grãos estarem em alta. A estimativa de consumo da China aumentou de 25, para 30 milhões de toneladas.
O relatório também apresentou alta nas cotações do mercado de soja. Os contratos para maio subiram 0,92% (12,75 centavos de dólar e R$0,69 BLR) e fecharam o bushel a US$ 13,9875. Para o analista da StoneX, Evandro Oliveira, o relatório do USDA foi “neutro” para a soja. “O relatório trouxe dados inalterados para a safra americana. Enquanto isso, o corte para os estoques do país também ficou aquém do esperado”, disse ao Valor Econômico.
Para os estoques globais, o volume informado pelo USDA ficou em 86,36 milhões de toneladas, quase 1 milhão a menos que o previsto em janeiro — e 12,1% menor que o de 2019/20.
O USDA manteve a projeção para a produção Brasileira em 133 milhões de toneladas, um aumento de 5,6% em comparação a 2019/20. Quanto as exportações, manteve a projeção em 85 milhões de toneladas, diminuindo 7,7% do recorde da temporada passada.
Matéria produzida pela equipe MilkPoint com base nas informações do Valor Econômico.