Cepea: preços ao produtor têm forte alta

O aumento de 0,87% na captação de leite de maio para junho não foi suficiente para frear o movimento de alta nos preços do produto. Nos sete estados (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA) considerados para a "média nacional" do Cepea, o preço ponderado foi de R$ 0,7719/litro (bruto) no pagamento de julho (referente ao leite entregue em junho), alta de 9%, ou seis centavos por litro, frente ao mês anterior. Esse valor é semelhante, em termos nominais, ao de agosto de 2007, quando o leite era negociado a R$ 0,7654/litro.

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O aumento de 0,87% na captação de leite de maio para junho não foi suficiente para frear o movimento de alta nos preços do produto, mesmo após a valorização de 7% em junho. Pelo contrário, desta vez, a alta foi ainda mais expressiva que a dos meses anteriores, segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Nos sete estados (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA) considerados para a "média nacional" do Cepea, o preço ponderado foi de R$ 0,7719/litro (bruto) no pagamento de julho (referente ao leite entregue em junho), alta de 9%, ou seis centavos por litro, frente ao mês anterior. Esse valor é semelhante, em termos nominais, ao de agosto de 2007, quando o leite era negociado a R$ 0,7654/litro.

Em junho, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) do Cepea foi de 125,45. Apesar do ligeiro aumento de maio para junho, o volume de leite captado em junho ainda foi 4,91% inferior ao do mesmo mês do ano passado. Se comparado o primeiro semestre deste ano com igual período de 2008, a captação foi 6,5% menor - em abril, a diferença chegou a 7%. Em junho, é normal a produção aumentar, mas os baixos preços especialmente no último trimestre de 2008, quando seria produzida alimentação para este período de estiagem, poderia ter desestimulado o investimento.

O aumento no preço pago ao produtor também esteve atrelado às novas altas observadas para o leite UHT no mercado atacadista. Em junho, a média nacional do produto (considerando os estados de RS, PR, SP, MG e GO) apurada pelo Cepea foi de R$ 1,96/litro, elevação de 11% em relação à de maio. Especificamente no mercado atacadista do estado de São Paulo, o UHT foi negociado a R$ 2,13/litro, forte valorização de 11,6% no mesmo período. Nos demais estados da amostra do Cepea, também foram fortes os reajustes do derivado. Em Goiás, por exemplo, a elevação do UHT foi de 16,8%, com a média a R$ 1,88/litro em junho.

Os aumentos nos preços ajudam produtores a cobrir os custos mais elevados de produção neste período em que aumenta a quantidade de concentrado dado ao rebanho, tendo em vista a escassez de pastagens. Esse reforço à alimentação também explica o aumento da produção de leite em junho. No dia-a-dia, produtores se mantêm atentos à relação de troca de leite por concentrados. Se considerada uma mistura de milho e farelo de soja, no estado de São Paulo, a relação de troca atual é a mais favorável ao produtor desde setembro de 2007.

Julho Entre os estados pesquisados pelo Cepea, o maior aumento do leite de junho para julho foi verificado no Rio de Janeiro, com o litro ao produtor sendo reajustado em 15,22% ou em 10,5 centavos/litro. Já o menor aumento, de 1,5%, ou praticamente um centavo/litro, foi registrado na Bahia.

O leite negociado no estado de São Paulo valorizou 11%, ou pouco mais de 8 centavos/litro, com o valor médio a R$ 0,8189/litro. Em Minas Gerais, o preço médio teve um aumento de seis centavos, passando para R$ 0,7652/litro.

Para o próximo pagamento, 56% dos agentes consultados pelo Cepea (que captam 42% do volume de leite da amostra do Centro) apostam em estabilidade nos preços. Outros 27% dos colaboradores do Cepea (ou 39% do leite) acreditam em aumentos nas cotações no próximo pagamento. Já os 17% restantes dos agentes (19% do leite) acreditam em recuos nos preços.

Gráfico 1. ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - JUNHO/09. (Base 100=Junho/2004).

Figura 1
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Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em JULHO/09 referentes ao leite entregue em JUNHO/09.

Figura 2
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Tabela 2.Médias estaduais das novas regiões - RJ e MS.

Figura 3
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Gráfico 2. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA
(média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA).

Figura 4
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As informações são do Cepea-Esalq/USP, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/07/2009

Prezados Senhores: O problema é que este aumento, em verdade, não representa ganho algum, já que o preço básico do produto está, há mais de três anos, defasado. Nunca é demais lembrar que a pecuária leiteira depende, em estreita relação, do alimento que é conduzido aos animais e que teve aumentos muito mais expressivos que o destinado ao produto final, leite. Assim, não é nenhum espanto a tão anunciada alta, já que ela e nada são a mesma coisa. Aliás, se levarmos em conta que, no ano passado, produtores chegaram a receber até mais que R$ 1,00 por litro, nada mudou de substancial no mercado e os preços de episódio continuam circulando por aí. Benditos aqueles que podem impor seus preços, em face de sua elevada produção, porque, se assim não fosse, melhor seria fechar as porteiras.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG.
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