Censo 2006: agricultura familiar produz 58% do leite

A agricultura familiar tem forte peso na cesta básica dos brasileiros, segundo revela o Censo Agropecuário do IBGE. Dos 5,2 milhões de estabelecimentos agropecuários do País, 4,4 milhões, ou 84%, eram desse tipo. Esse tipo de exploração da terra foi responsável por 87% da produção nacional de mandioca, 70% de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo e, na pecuária, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves e 30% dos bovinos.

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A agricultura familiar tem forte peso na cesta básica dos brasileiros, segundo revela o Censo Agropecuário do IBGE. Dos 5,2 milhões de estabelecimentos agropecuários do País, 4,4 milhões, ou 84%, eram desse tipo. Para o secretário executivo e ministro interino do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Daniel Maia, isso é motivo de comemoração. "Há um conjunto de ações que garantem segurança e estabilidade para o produtor, como o Pronaf (Plano Safra da Agricultura Familiar) e a Previdência Rural. Antes, os produtores migravam para a cidade e agora podem ficar no campo."

O alcance da agricultura familiar na produção de algumas culturas brasileiras impressiona. Esse tipo de exploração da terra foi responsável por 87% da produção nacional de mandioca, 70% de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo e, na pecuária, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves e 30% dos bovinos.

No entanto, a área média dos estabelecimentos familiares (18,37 hectares) é muito inferior a dos não familiares (309,18 hectares). Os dados não são comparativos aos censos anteriores porque foram apurados de acordo com a nova lei que define a agricultura familiar. Dos 80,25 milhões de hectares da agricultura familiar, 45% eram destinados a pastagens, 28% com matas, florestas ou sistemas agroflorestais e 22% com lavouras. No que diz respeito à escolaridade, entre os 11 milhões de pessoas da agricultura familiar e com laços de parentesco com o produtor, quase 7 milhões (63%) sabiam ler e escrever.

Pelo critério adotado pelo IBGE, um estabelecimento familiar se caracteriza pela limitação de área de quatro módulos rurais - que podem variar entre cinco e cem hectares, de acordo com a região do país - e pelo uso predominante da mão-de-obra da família. Para o IBGE, a renda familiar deve provir da produção - não só da atividade agropecuária, mas também da silvícola, da extrativista e da pesqueira.

Avaliação do ministro Reinhold Stephanes

Na avaliação do ministro, a mostra dos dados da agricultura familiar prejudicou a avaliação do agronegócio brasileiro. Como o IBGE incorporou à agricultura familiar as pequenas propriedades, o desempenho do setor ganhou destaque e ofuscou a importância do agronegócio na balança comercial. Por meio da sua assessoria de imprensa, o ministério informou que somente depois de uma análise mais detalhada irá se pronunciar sobre os dados do levantamento.

Avaliação da CNA - Confederação Nacional da Agricultura

A CNA também considera que a análise dos dados relacionados à agricultura familiar pode ter gerado distorções. De acordo com a entidade, um estabelecimento não pode ser considerado como uma unidade familiar, pois o mesmo produtor poderia ser contado mais de uma vez. A coordenadora de assuntos econômicos da CNA, Rosimeire Santos, avalia que o aumento da concentração demonstra que a política agrária do governo não tem gerado resultados. Ela explica que, sem garantir acesso ao crédito e à assistência técnica, o governo acaba forçando a saída do produtor do campo. "Não basta dar a terra, é preciso dar condições para que o produtor permaneça nela. Entre ter a terra e produzir há uma grande diferença", afirmou Rosimeire.

As informações são dos jornais O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo, adaptadas e resumidas pela Equipe MilkPoint.
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DARLANI  PORCARO
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/10/2009

Devido a uma política completamente errada, que é comida barata nas prateleiras dos mercados, às custas do sofrimento do produtor rural, especialmente o de leite, a tendencia daquí alguns anos vai ser é entregar ás terras ao pessoal do M.S.T., pessoas qualificadas, que com ajuda do governo poderão produzir os produtos agrícolas e viverem tranquilos em suas propriedades.
Cleber Medeiros Barreto
CLEBER MEDEIROS BARRETO

UMIRIM - CEARÁ

EM 01/10/2009

O Censo do IBGE, ao menos em se falando de agropecuária, sempre nos trazendo mensurações grotescas com distorções patentes. Se gasta uma fortuna de recurso público para um resultado assombosamente inconsistente. Um dia a gente chega lá...
Marcos Salazar de Paula
MARCOS SALAZAR DE PAULA

LIMA DUARTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/10/2009

O próprio governo desconfia dos dados do governo.
Isto é que é credibilidade.
Estamos caminhando para a ditadura da ignorância.
O jornal O globo de 1/10/09 diz em sua primeira página que: segundo "especialistas" a agropecuária voltada para exportação (soja, cana e pecuária) agrava a concentração de terras por exigir investimento elevado. Que "especialista" é esse? Já ouviu falar de economia de escala? Será que o milho, soja , cana, café, pecuária, etc., para o mercado interno, não exigem investimentos igualmente altos?

São as instabilidades próprias da atividade, somadas à falta de políticas agrícolas, que dificultam a capitalização e crescimento dos pequenos e médios produtores. Agora vem os marqueteiros do governo, mudam a avaliação e transformam os pequenos e médios produtores que ainda resistem em números que pretendem mostrar o "sucesso" das suas "políticas agrícolas". É demais !

Como o dito popular, o governo falar ou um cachorro latir, dá no mesmo.
Qual a sua dúvida hoje?