Câmara dos Deputados discute política de preços

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Regional realiza hoje (11) audiência pública para discutir os recentes reajustes no preço do leite para o consumidor. O debate foi sugerido pelos deputados Vitor Penido (DEM-MG) e Antônio Andrade - (PMDB-MG). Penido denuncia a existência de uma assimetria de preços dentro da cadeia produtiva do leite, que engloba o produtor primário, a indústria e o comércio.

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A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Regional realiza hoje (11) audiência pública para discutir os recentes reajustes no preço do leite para o consumidor. O debate foi sugerido pelos deputados Vitor Penido (DEM-MG) e Antônio Andrade - (PMDB-MG). Penido denuncia a existência de uma assimetria de preços dentro da cadeia produtiva do leite, que engloba o produtor primário, a indústria e o comércio.

"O produtor de leite não recebe hoje mais do que R$ 0,75 por litro, e esse leite está sendo comercializado a quase R$ 3 o litro para o consumidor. Não há nenhum motivo para esse acréscimo de mais de 300%, levando-se em conta que houve redução nos insumos e até mesmo na tributação. A preocupação da Comissão de Agricultura hoje é que, se for mantido esse preço de R$ 2,80 a R$ 3 para o consumidor, principalmente para o pobre, ele acaba deixando de comprar e, mais uma vez, os pecuaristas de leite no Brasil passam a ter um preço infinitamente aquém dos custos desse produto", afirmou Penido.

Segundo Penido, o pecuarista hoje gasta cerca de 80 centavos para produzir cada litro de leite. O deputado reclama que, nos períodos de escassez do produto, a indústria e o comércio costumam elevar o preço do leite em mais de 50% para o consumidor, enquanto que o valor pago ao produtor primário não sobe mais do que 10%. Já nos períodos de aumento da oferta, os produtores costumam perder 20% da remuneração enquanto o valor cobrado do consumidor fica quase inalterado.

Foram convidados para o debate:
- o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel;
- a diretora do Departamento de Gestão Integrada da Política de Segurança Alimentar e Nutricional, Neila Maria Batista Afonso;
- a diretora do Departamento de Indústrias Intensivas em Mão-de-Obra e Recursos Naturais da Secretaria do Desenvolvimento da Produção do Ministério da Indústria e Comércio, Aneli Dácas Franzmann;
- o coordenador para Pecuária e Culturas Permanentes da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, João Antônio Fagundes Salomão;
- o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Rodrigo Sant'Anna Avlim;
- o coordenador da Câmara Temática do Leite da Organização das Cooperativas Brasileiras, Vicente Nogueira;
- o presidente da Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios, Alexandre de Almeida Marques;
- o vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados, Márcio Milan;
- o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Arthur Badin;
- o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Rio Grande do Sul (Contag), Elton Roberto Weber;

A reunião será realizada às 14h30 no plenário 6.

A informações da Agência Câmara, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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antonio patrus de sousa filho
ANTONIO PATRUS DE SOUSA FILHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/08/2009

Lamentavel. Nos convidados para o debate,nao vemos nenhuma entidade, verdadeiramente ,representativa dos produtores de leite.Nao acho o presidente da comissao Nacional da Pecuaria de leite,e o coordenador da camara tematica do leite da organizacao das cooperativas brasileiras ,estes representantes.Na verdade nao temos uma associacao ou central que atue nacionalmente e por isso discordo do amigo Marcello de Moura Campos Filho.Tentei organizar uma Central mas percebi que existem muitas pessoas engajadas nesta luta ha mais tempo e com estruturas muito melhores para formar esta central, mas por motivos que desconheco ,nao atuam de maneira mais agressiva,e nem tiveram interesse de formar a central..Acho que como donos do produto, deveriamos ter uma central nacional, para informar regionalmente o preco minimo de venda,baseado no ICP do leite de cada regiao, e defender o produtor que nao conseguir impor este preco ,intervindo junto a este laticinio,dentre outras atribuicoes.A partir dai, o preco se formaria na cadeia produtiva do leite ate chegar ao consumidor de forma justa, preservando a margem de todos, inclusive do consumidor. Hoje o que assistimos, e uma definicao e imposicao de precos por parte dos laticinios, altamente organizados, em cima do produtor ,que acuado ,nao tem outra alternativa, a nao ser entregar seu produto com prejuizo.Os laticinios repassam seus custos ,e mantem suas margens para os varejistas, que agem da mesma maneira junto ao consumidor.Por isto tudo acima ,alerto os nossos presidentes de associacoes e cooperativas a necessidade de uma central nacional ou continuaremos a ser os bobos da corte! Um abraco a todos,Patrus
DARLANI  PORCARO
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/08/2009

Na cadeia leiteira, ou qualquer negocio que voce entra para trabalhar se visa o lucro . O produtor de leite geralmente ele não pensa em lucro , e nem pode , pois ele só recebe seu dinheiro depois que todos ganharam o seu lucro em cima dele. Então o que acontece, ele fica impaciente aguardando o dia do pagamento e rezando para que ele possa pagar as suas obrigações , que geralmente são muitas .Ainda mais no periodo da seca.
E Preciso colocar um fim nisto, pois a baixa remuneraçao paga ao produtor influencia a qualidade do produto e a dificuldade de achar mão de obra qualificada para trabalhar. Geralmente são muitas ainda mais no período da seca.
Leonel Fonseca
LEONEL FONSECA

PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/08/2009

Audiencia publica, CPIs e afins, este filme nós ja conhecemos. Esta realidade realmente so vai mudar no dia que nós produtores deixarmos de ser individualistas e agirmos em bloco focados em metas mais contundentes e de impactos reais perante aos demais elos da cadeia, lembrando sempre que assim como nossa classe, os consumidores também são penalisados. Preço médio pago ao produtor é ridiculo frente aos custos e o consumidor paga uma exorbitancia.
DARLANI  PORCARO
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/08/2009

Precisamos de medidas urgentes, antes que seja tarde. O produtor quer trabalhar e ganhar dinheiro, e náo ficar pendurado em bancos com emprestimos, ou seja, o seu produto tem que ter valor. Se o governo quer comida barata na mesa do povo tem que estudar uma forma de subsídio como funciona em alguns paises.
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/08/2009

A falta de correlação entre os reajustes do preço do leite para o consumidor e o preço pago ao produtor não está acontecendo apenas agora, mas há muito tempo, e com certeza não será essa audiência pública que irá resolver.

Parodiando uma frase célebre que diz que "o preço da liberdade é a eterna vigilância", digo que "o preço de uma correlação justa entre o preço do leite ao consumidor e o preço do leite ao produtor depende de eterna vigilância".

Essa vigilância não acontecerá com atos isolados e esporádicos como essa audiência pública.

É preciso um grupo permanente e agil, com representantes dos produtores, da indústria e do comércio, com coordenação e mediação do Governo, que cuide da política e do planejamento do setor leiteiro, onde a correlação desses preços seja discutida de forma permanente, e assim possa se assegurar que ela seja justa e assegure a sustentabilidade de todos os elos da cadeia produtiva.

A Associação dos Produtores de Leite do Estado de São Paulo - Leite São Paulo - tem defendido esta proposta desde a criação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados, mas não temos encontrado vontade política, até mesmo em entidades representativas da pecuária leiteira, de caminhar nessa direção.

Mas temos esperança que essa audiência pública pelo menos aponte que é preciso caminhar nessa direção, de forma a termos um trabalho permanente, com representantes dos produtores, da indústria e do comércio, coordenado e mediado pelo Governo, para se chegar a uma correlação justa entre o preço do leite ao consumidor a o preço do leite pago ao produtor.

Marcello de Moura Campos Filho
Presidente da Leite São Paulo
Sirlaine Martins Cardoso Nunes
SIRLAINE MARTINS CARDOSO NUNES

MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/08/2009

Do jeito que as coisas vão,vai chegar num ponto em que não haverá leite ;porque nós ( os produtores) não teremos condição de produzir leite,porque o valor gasto para produzir o leite será maior que o recebido(o que já está perto de acontecer).É uma vergonha um litro de leite valer apenas R$ 0,75, como estamos recebendo.
Qual a sua dúvida hoje?