Em 2019, a CB Insights enfatizou a importância da inovação da cadeia de suprimentos, discutindo especificamente como as tecnologias emergentes podem melhorar a flexibilidade operacional para varejistas e marcas. Em meio ao surto do novo coronavírus (COVID-19) em 2020, essa flexibilidade se tornou crítica.
À medida que o vírus continua a se espalhar globalmente, os principais players do setor de consumo estão se esforçando para ajustar suas cadeias de suprimentos, após súbitas interrupções. À medida que a preocupação cresce, a atenção da mídia dispara significativamente.
Risco crescente
Este aumento de atenção não é surpresa. Comparado com o surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARs) em 2003, o surto de coronavírus está prestes a causar um impacto econômico maior, dada a ascensão da China como principal participante do comércio global.
Para contextualizar, o PIB da China cresceu de menos de US$ 2 trilhões em 2003 para perto de US$ 14 trilhões em 2018, tornando-se a segunda maior economia do mundo, de acordo com o Banco Mundial. Além disso, a China se tornou o maior exportador mundial e o segundo maior importador desde 2009, segundo a Organização Mundial do Comércio e a CNBC.
Do ponto de vista da manufatura, os gigantes da tecnologia de consumo que dependem fortemente da manufatura chinesa - como Apple, HP e Microsoft - estão antecipando os atrasos na produção e se preparam para os impactos na receita. Em 17 de fevereiro, a Apple alertou os investidores de que não espera cumprir as diretrizes trimestrais de receita devido, em parte, à baixa produção industrial chinesa devido ao coronavírus.
Do ponto de vista do setor de vendas, muitas marcas de luxo estão enfrentando vendas reduzidas no primeiro trimestre, já que os compradores chineses representam uma grande porcentagem das vendas mundiais de luxo - em 2019, eles representaram 40% dos gastos globais em itens de luxo, de acordo com Jefferies e Financial Times.
Que soluções podem ajudar?
Uma série de tecnologias da cadeia de suprimentos está ajudando marcas e varejistas a obter maior controle sobre suas cadeias de suprimentos.
Visibilidade das remessas: Startups emergentes, como a Shippeo, com sede na França, fornecem visibilidade global dos envios em tempo real para varejistas e marcas de bens de consumo. O sistema pode ajudar as empresas a gerenciar com mais precisão e eficácia o inventário em meio a atrasos inesperados. A startup levantou uma rodada de financiamento de US$ 22 milhões Série B este mês.
Automação da manufatura: À medida que a tecnologia de armazenamento e manufatura se torna cada vez mais automatizada, a produção de mercadorias se torna menos dependente do trabalho físico. Isso pode proteger as empresas em caso de futuros surtos de doenças ou desafios à saúde pública.
Entrega autônoma: Como milhões de pessoas na China permanecem confinados em suas casas, a demanda por comércio eletrônico está aumentando. Para ajudar a conter a doença, a gigante chinesa do comércio eletrônico JD.com implantou veículos de entrega e drones autônomos como uma maneira de distribuir bens e suprimentos e reduzir o contato humano. As marcas de luxo que enfrentam perdas de vendas devem explorar maneiras de melhorar e automatizar a experiência de compras e entrega on-line para permanecerem acessíveis aos compradores.
Olhando para o futuro
O financiamento para startups globais da cadeia de suprimentos e logística atingiu um recorde de mais de US$ 15 bilhões em todo o mundo em 2019.
O surto de coronavírus continuará a impulsionar o financiamento, aquisições, parcerias e experimentação de marcas e varejistas, pois eles são forçados a lidar com os desafios globais de fornecimento colocados por nosso mundo cada vez mais interdependente.
Independentemente do impacto do coronavírus na economia global, certamente enfrentaremos uma situação semelhante no futuro; marcas, varejistas e suas cadeias de suprimentos precisarão ser preparados.
As informações são do CB Insights, traduzidas pela Equipe MilkPoint.