Argentina quer alterar acordo de exportação ao Brasil

O setor lácteo nacional vem pedindo ao governo federal a adoção de medidas para "moralizar" o comércio internacional. Argentina e Uruguai, que respondem por mais de 70% das importações, são acusados de praticar "concorrência predatória", com a adoção de subsídios aos produtores locais. Na semana passada, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou um conjunto de iniciativas para conter a alta recorrente de importação de leite e outros lácteos.

Na próxima semana, representantes do Brasil e da Argentina devem se reunir em Buenos Aires. A Argentina quer alterar o acordo que limita sua exportação à média mensal dos últimos cinco anos, com um acréscimo de 50% sobre essa quantia. Em média, os argentinos vendiam 1.500 toneladas de leite em pó por mês ao Brasil. Mas em janeiro, por exemplo, o volume comercializado chegou a 8.600 toneladas do produto lácteo.

Para o Uruguai, a Camex estabeleceu a liberação de até 10 mil toneladas de importação referentes ao período de julho a dezembro.

Segundo o novo presidente da Comissão Técnica de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Rodrigo Sant'Anna Alvim, um grupo de trabalho do Ministério do Desenvolvimento vai estudar a proposta de elevar a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul sobre os lácteos que estão na Lista de Exceções dos atuais 27% para o máximo da Organização Mundial do Comércio (OMC) - entre 31,5% e 55%. Os lácteos seriam retirados dessa lista.

A matéria é de Zu Moreira, publicada no jornal O Tempo/MG, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.