O resultado final do último balanço feito na cooperativa de lácteos argentina SanCor mostra um resultado negativo em 111 milhões de pesos (US$ 28,82 milhões) e ainda assim a empresa estava celebrando. Isso porque, apesar da crise interna que atravessa o setor leiteiro e da desvalorização do último ano, a empresa, que fatura 80% de sua receita total em pesos argentinos, conseguiu apagar cerca de US$ 37 milhões de sua dívida financeira. Assim, seu saldo no vermelho ficou, durante o ano que terminou em 30 de junho, em um valor de cerca de US$ 155 milhões, segundo indicaram a cooperativa.
O valor pago representa mais de 15% de redução da dívida com a qual a SanCor começou o exercício, no ano passado. Seu principal credor é a Venezuela, que salvou a cooperativa da falência com uma injeção de US$ 130 milhões em 2007, durante o Governo de Néstor Kirchner.
Segundo a informação enviada pela empresa à Comissão Nacional de Valores, o impacto negativo da desvalorização durante o período foi da ordem de 132 milhões de pesos (US$ 34,28 milhões).
O resultado foi celebrado porque, segundo a firma, dá-se em um contexto de intensa seca que envolveu todas as zonas produtivas de leite, além do conflito agropecuário, a queda dos preços nos mercados internacionais dos produtos lácteos e dos controles de preços do Governo sobre os produtos alimentícios.
O aumento de 24% nas vendas totais da SanCor - principalmente pelo crescimento no mercado interno - deu certo impulso à cooperativa para poder reduzir sua dívida. Para aumentar sua receita, a empresa se concentrou em elaborar produtos com maior valor agregado, como um novo leite fortificado, pudins fortificados, leites infantis e novos queijos. Com essa estratégia, conseguiu também desviar-se dos controles de preços que pesam sobre os produtos básicos, como o leite integral comum.
Contudo, o faturamento pelas vendas alcançou no último ano os US$ 2,27 bilhões, enquanto que os lucros antes dos impostos foram de 27% sobre esse número. Em 2007, esse resultado foi de 20% e, em 2008, de 24%. Segundo a cooperativa, a redução dos custos foi possível pela melhora dos processos produtivos e logísticos.
A SanCor destacou também que pagou pelo leite recebido de seus associados um preço médio superior ao preço médio do mercado regional. Hoje, o valor que se paga em média ao produtor está em torno de 80 centavos (20,77 centavos de dólar) por litro, mas nos meses anteriores, esse pagamento foi maior. Ainda assim, os produtores diretamente afetados pela seca denunciam que recebem um preço abaixo de seus custos de produção, o que obrigou o Governo a implementar um sistema de subsídios de 20 centavos (5,19 centavos de dólar) por litro. Pelo contrário, o esquema de compensações às indústrias lácteas da Argentina, que beneficiava principalmente a SanCor e a La Serenísima, deixou de ser aplicado em janeiro de 2008, de forma que não houve ajuda oficial para melhorar o último balanço.
A reportagem é do Cronista.com, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Argentina: cooperativa consegue reduzir dívida em 15%
O resultado final do último balanço feito na cooperativa de lácteos argentina SanCor mostra um resultado negativo em 111 milhões de pesos (US$ 28,82 milhões) e ainda assim a empresa estava celebrando. Isso porque, apesar da crise interna que atravessa o setor leiteiro e da desvalorização do último ano, a empresa, que fatura 80% de sua receita total em pesos argentinos, conseguiu apagar cerca de US$ 37 milhões de sua dívida financeira. Assim, seu saldo no vermelho ficou, durante o ano que terminou em 30 de junho, em um valor de cerca de US$ 155 milhões, segundo indicaram a cooperativa.
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