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Tendências para formação profissional

POR ROBERTA ZÜGE

NA MIRA

EM 02/08/2016

4 MIN DE LEITURA

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Os processos de certificação no agronegócio estão se ampliando. No entanto, há um número insuficientes de profissionais que possam atender tais demandas. Devido a isto, algumas instituições estão se preocupando com esta formação. A Universidade Federal de Viçosa está realizando um curso de Produção Integrada (PI), que é promovido pela Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância (Cead) da UFV, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Tem como objetivo capacitar os participantes na filosofia e procedimentos para implantação da Produção Integrada, com foco na área vegetal, e profissionais da agronomia. 

A produção integrada busca a adequação de sistemas produtivos para geração de alimentos e outros produtos agropecuários de alta qualidade. O objetivo é oferecer produtos seguros para a saúde humana e animal, levando em conta aspectos como higiene, conservação ambiental e uso racional de insumos.

O curso, dividido em três módulos, é destinado a produtores rurais (módulo 1), técnicos agropecuários (módulos 1 e 2) e engenheiros agrônomos (módulos 1, 2 e 3). Todas as atividades serão desenvolvidas na modalidade a distância, exceto o módulo 3, que terá um encontro presencial. A duração de cada um dos três módulos do curso irá variar de duas a oito semanas. A seleção dos inscritos foi realizada pela coordenação do curso da UFV e Mapa, levando em consideração a relação dos candidatos com a Certificação de Produtos Agrícolas.

Do mesmo modo que a área vegetal está demandando profissionais, a área animal também precisa de corpo técnico que conheça e possa assessorar, tanto produtores quanto indústrias. Há uma crescente exigência do consumidor em ter mais informações sobre o produto que está adquirindo.

Quando o mercado possui assimetria informacional, ou seja, quando uma das partes possui mais informações a respeito de um produto (geralmente o fabricante conhece mais do produto que o consumidor), a certificação se faz necessária por trazer à relação um aspecto de isenção e, portanto, de credibilidade em relação ao que se atesta. Um exemplo característico dessa situação é o atual comportamento dos consumidores europeus, que foi modificado após a incidência de casos da vaca louca e do advento e difusão dos alimentos transgênicos, sendo necessário, então, o advento da certificação dos produtos não-transgênicos. Uma das consequências da informação assimétrica é que produtos de qualidade distinta são vendidos ao mesmo preço porque os consumidores não são suficientemente informados para determinar a qualidade real do produto no momento da compra.

Percebe-se, então, que aqueles fornecedores que possuem produtos de qualidade diferenciada, são motivados a mostrar aos consumidores que seus produtos são realmente distintos dos da concorrência em algum aspecto fundamental para a escolha na hora da compra. Existem vários meios para demonstrar essa diferença, tais como: rastreabilidade, certificação, ou mesmo por mecanismos reputacionais, entre outros.

O fornecedor conhece muito mais a respeito da qualidade de seu produto que o consumidor, já que trata tecnicamente do assunto. No mercado de alimentos, o problema vem aumentando devido a uma série de fatores, tais como: industrialização e crescimento da escala das empresas, tendência de suprimento globalizado dos supermercados e das indústrias, preocupação dos consumidores com a saúde e crescente complexidade das cadeias de produção e distribuição. Tais fatores vêm aumentando a distância entre fornecedor e consumidor, que passa a não ter acesso a informações básicas de como o alimento que está sendo consumido foi produzido e processado. Assim, ninguém melhor que o próprio fornecedor conhece a respeito da qualidade de seu produto e é de seu interesse demonstrar essa qualidade ao consumidor, diminuindo a distância entre eles na cadeia produtiva.

Devido à existência de assimetria de informação no setor de alimentos, há uma demanda, principalmente dos consumidores, por mecanismos que reduzam as incertezas da qualidade alimentar. Nesse contexto surgem mecanismos de garantia da qualidade, como a certificação: um serviço que tem por objetivo restaurar a transparência de mercados em que a informação não é compartilhada igualmente por vendedores e compradores e que a verificação dos atributos relevantes é custosa.

A certificação na pecuária tem como objetivo garantir ao consumidor um produto seguro, saudável, de alta palatabilidade e com as características organolépticas exigidas, por meio do controle de todas as fases da produção, do controle das raças utilizadas, das análises laboratoriais, da industrialização, do transporte, da distribuição e da comercialização, com uma perfeita correlação entre o produto final e a matéria-prima que lhe deu origem. Sendo um produto certificado, o consumidor sabe exatamente o que está adquirindo no momento da compra.

Em outro âmbito, com o aumento da conscientização mundial para as questões ambientais, alguns mercados vêm exigindo cada vez mais produtos diferenciados, que em sua produção e processamento tenham causado o mínimo de dano ao ambiente. Diante dessa nova postura, a agricultura orgânica vem crescendo em importância como sistema sustentável de produção de alimentos. Juntamente com esse crescimento, aumenta a necessidade de regulamentar o mercado para comercialização desses produtos. Esta regulamentação estabelece padrões de produção e processamento, lista de insumos e práticas de produção recomendados e proibidos, que devem ser seguidos para assegurar a integridade do produto em todas as fases do processo até o consumidor final. A certificação entra como um fator chave nesse processo, garantindo a conformidade do produto em relação aos padrões estabelecidos e permitindo ao consumidor conhecer a origem dos mesmos e de que maneira foram produzidos.  

ROBERTA ZÜGE

Membro do CCAS.
Consultora técnica em fazendas e industrias de alimentos com foco no atendimento a requisitos legais e normas de qualidade. Coordenou o projeto da norma Brasileira de Certificação de Leite (MAPA/Inmetro).
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