A empresa também produz doce de leite, creme de leite, achocolatado, requeijões e os queijos minas, provolone, prato, ricota, mussarela e montanhês. No ano passado, expandiu sua marca para o café torrado e moído. Em 2015, a empresa com sede em São Sebastião do Paraíso, no sul de Minas Gerais, faturou R$ 162,6 milhões, um crescimento de 7,7% em relação ao ano anterior. O laticínio já vinha de um crescimento robusto de R$ 127 milhões em 2013 para R$ 151 milhões em 2014.
“Investimos sempre em formação e treinamento dos produtores, para aprimorar a qualidade do leite”, diz Geraldo Alvarenga Resende Filho, CEO da empresa e um de seus herdeiros. “Mesmo assim, neste ano tivemos dificuldade de conseguir a matéria-prima por causa da seca na região.” Atualmente, cerca de 150 produtores entregam leite ao laticínio.
No ano passado, além da marca de café, os executivos da empresa modificaram o projeto original de uma fábrica concebida em 2014, no mesmo município: São Sebastião do Paraíso. A ideia inicial do projeto era aumentar em 50% a produção atual de 700 toneladas por mês de manteiga (o carro-chefe da empresa) e investir R$ 25 milhões. Agora, o plano é investir o dobro, para triplicar a produção de manteiga.
Resende explica que o novo laticínio é uma necessidade para expandir a produção, porque a unidade atual, construída no final dos anos 1970, fica no centro urbano da cidade. Por isso, foi adquirido um terreno em uma região mais afastada. A ideia é processar, além da tradicional manteiga, outros produtos da empresa a partir da abertura de mais mercados. “A expectativa é que o projeto saia do papel agora, mas vamos depender das condições da economia”, diz Resende Filho. “Pretendíamos ter feito já em 2016, mas optamos por esperar mais um pouco”.
Marcelo Costa Martins, diretor executivo da Viva Lácteos, entidade que reúne as principais indústrias do leite e derivados, diz que o setor vai continuar crescendo, embora possa enfrentar oscilações na produção de um ano para outro. Por exemplo, em função do clima, como ocorreu em 2016. “Mas, historicamente, a produção cresce em torno de 4% ao ano”, diz Martins. Para 2017, ele aposta em um cenário econômico mais fácil para o setor de lácteos, por conta de uma recuperação na safra de grãos (ingrediente que pesa na dieta animal), de menos problemas climáticos e também da melhoria da inserção brasileira no mercado internacional de leite em pó e de seus derivados.
“Fizemos uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para ampliar o acesso do produto brasileiro a mercados considerados estratégicos”, diz Martins. “São mercados que já estão abertos ao Brasil, mas podemos expandir nossa participação.” Não por acaso, em 2015 o Laticínio Gonçalves Salles também deu entrada ao pedido de registro de marcas e patentes nos Estados Unidos. O projeto, com a expansão da fábrica, é ganhar consumidores em todo o mundo, começando pelos americanos.
As informações são da Revista Dinheiro Rural.