Tudo começou com um tacho de cobre com capacidade para 30 litros ainda na década de 1960. O casal José Ferreira Salles e Maria Aparecida Salles produziam deliciosos
doces de leite e
pés de moleque para vender na pequena cidade mineira de Cambuí. O sabor inconfundível e o cuidado na produção tornaram o doce reconhecido nas redondezas e isso fez a empresa crescer.
Maria Aparecida e José Ferreira Salles
Foi por meio da união dos filhos do casal Salles que a empresa Portão de Cambuí conseguiu a tão sonhada expansão. Roberto Salles, o mais velho, quando adolescente, passou a observar que a produção era pequena, mas, fornecia indícios de que poderia crescer.
“Aquilo ficava martelando na minha cabeça e quando eu completei o segundo grau, fui para São Paulo cursar engenharia química, embalado sempre pela ampliação da empresa. Meu irmão, que é mais novo do que eu, ficou trabalhando com o meu pai e nós combinávamos que quando eu me formasse, voltaria para contribuir com o nosso negócio familiar”.
O desejo de fazer a empresa vingar era tanto que deu certo. “Unimos a experiência com a teoria que eu aprendi na graduação”. Segundo Roberto, a receita da família e a preocupação com a qualidade dão aos doces um sabor único.

Roberto Salles
“Nossa receita agrada a todos, porque é caseira e contém menos açúcar. Nós somos pioneiros no mercado com o doce em formato de cubinhos e desde sempre, essa versão foi o nosso carro-chefe. A princípio, focamos na produção do doce de leite puro, mas com o passar dos anos, lançamos outros sabores”.

A empresa oferece atualmente uma diversidade de sabores nos cubinhos como: doce de leite com ameixa, cocada, castanha do pará, coco, amendoim, banana e chocolate. Além disso, há a linha de doce de leite pastoso, doce de leite pastoso de uso profissional e a recente linha OURO, composta por uma sobremesa láctea de coco e chocolate.


Hoje a indústria emprega mais de 50 colaboradores e alguns funcionários já têm mais de 20 anos ‘de casa’.
Para a produção dos doces, a
empresa capta leite diretamente das cooperativas da região do sul de Minas Gerais. A matéria-prima passa por rigorosos exames laboratoriais, repetidos em sua totalidade na empresa antes da descarga em tanques próprios. O consumo de leite varia a cada mês, mas na média, gira em torno de 300.000 litros/mês.
Segundo Rubens Nóbrega, gerente comercial, a marca está presente em todos os estados do país por meio das principais redes varejistas, como o Eataly em São Paulo. “Fazemos um trabalho de distribuição horizontal em todas as capitais. Nosso plano é também levar os produtos para fora do país e para isso, estamos em batalhando pelo SIF internacional. Temos isso como a próxima meta do nosso projeto de expansão”, complementa.

Rubens Nóbrega
Com relação ao consumo dos produtos Portão de Cambuí, Rubens ressalta que com o aumento do desemprego e a consequente diminuição do poder de compra das famílias brasileiras, as vendas de todos os tipos de produtos foram afetadas. “Com a venda do doce de leite não foi diferente. Neste momento de baixa no consumo, a estratégia da empresa foi buscar novos mercados, novas áreas de atuação e novos canais de distribuição. Se estamos vendemos menos nos pontos de vendas então, aumentamos a quantidade deles".
Nóbrega destaca que a empresa está lançando novos produtos e os adequando à realidade e disponibilidade de gastos dos consumidores, sempre mantendo a qualidade já conhecida. “Trabalhamos com transparência e formamos e qualificamos pequenos distribuidores focados em nossos itens. Olhamos o futuro com otimismo e queremos ser reconhecidos como o melhor doce de leite do Brasil, trabalhando com humildade, respeito, responsabilidade, comprometimento, lealdade, proatividade e agilidade”.
No portal da empresa, há sugestões de receitas para os consumidores desbravarem e botarem a criatividade em ação.



O patriarca José Salles se orgulha dos filhos por terem dado continuação na sua ideia inicial e comemora o resultado de todo o esforço. Atualmente, observa o sucesso da empresa e relembra que, no passado, tudo era muito mais difícil.