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2º lugar no Concurso Mulheres do Agro, Beatriz Vilela conta a sua experiência positiva com o compost

RAQUEL MARIA CURY RODRIGUES

EM 27/11/2019

4 MIN DE LEITURA

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Nove mulheres foram homenageadas no último mês de outubro na segunda edição do Prêmio Mulheres do Agro, realizado durante o 4º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, que reuniu quase duas mil participantes, em São Paulo (SP). A premiação reconhece a excelência da gestão feminina nas propriedades rurais. As vencedoras se destacaram por ações inovadoras, como uso sustentável de recursos naturais, desenvolvimento social da comunidade e de seus colaboradores, boas práticas agropecuárias, utilização de tecnologias no campo, bem-estar animal, entre outros quesitos.

Na categoria Grande Propriedade, a produtora de leite Beatriz Vilela Pacheco, da Fazenda Barreiro, esta última localizada em Ilicínea (MG), ficou em 2º lugar. Ela foi a única selecionada do Estado de Minas e na produção de leite e – em entrevista exclusiva ao MilkPoint – ela comentou que ficou muito surpresa com o resultado.


Beatriz Vilela Pacheco, da Fazenda Barreiro

“Fiz a inscrição sem pretensão de ser uma das classificadas e ainda ficar em 2º lugar foi uma honra muito grande. Tivemos a oportunidade de fazer uma viagem de férias com uns amigos para o exterior a fim de aproveitarmos a semana do saco cheio em que meus filhos não teriam aula e acabei não podendo participar da entrega da premiação, mas o Concurso Mulheres do Agro é uma oportunidade de mostrar e valorizar nosso trabalho em um meio tão masculino que é o do agronegócio - em especial - a pecuária de leite. Apesar de ter crescido muito a participação das mulheres nos últimos anos, ainda somos pouco reconhecidas”.

Ela acha importante mostrar que as mulheres atuam diretamente no setor, seja na parte financeira, seja no dia a dia da fazenda e que elas estão ligadas à tecnologia e ações inovadoras em busca não só do ganho econômico, mas do desenvolvimento social dos colaboradores, das boas práticas agropecuárias, do bem-estar animal e no uso sustentável dos recursos naturais.

“O concurso também é importante para encorajar outras mulheres a divulgarem seus trabalhos e assim mostrar que também fazemos parte desse setor tão importante e que gera tanta riqueza para o nosso país e para a nossa região”.

História da Fazenda Barreiro

Beatriz pertence à terceira geração de agricultores e produtores de leite da Fazenda Barreiro. Foi criada na fazenda e aos 16 anos saiu para estudar em Belo Horizonte, onde se formou em jornalismo, sem pretensões de trabalhar na fazenda, apesar do incentivo do seu pai.


Fazenda Barreiro

“Por uma fatalidade do destino, perdi meu pai em 2003, aos 60 anos, vítima de um câncer no intestino e acabei assumindo a administração da fazenda com o apoio do meu marido e junto com meu irmão que tinha se formado em agronomia. Ele com 25 anos e eu com 30. Na época a fazenda estava cheia de problemas, dívidas e com uma produtividade baixa”, contou ela.

Seu pai estava utilizando na época touros da raça Gir e as vacas eram primordialmente mestiças, com uma produtividade baixa por animal. O volume de leite era 1.200 litros com 100 vacas em lactação. A partir daí, eles fizeram vários levantamentos, buscaram consultoria especializada, investiram em um financiamento no banco e decidiram investir no leite e aumentar a produção do rebanho.

“Passamos a usar somente touros da raça Holandesa para apurar o gado e adotamos o sistema de pastejo rotacionado. Depois, já com o gado melhorado e com uma melhor produtividade, investimos no sistema de piquetes com uma meta de atingir em 2008, 6.000 litros de leite por dia com 280 vacas em lactação. Conseguimos alcançá-la até antes desse prazo, mas dentro de pouco tempo fomos acumulando problemas relacionados ao conforto animal e à estrutura física existente, e os índices começaram a cair. Notamos que teríamos que adotar outro sistema para termos sustentabilidade, continuar crescendo e por isso, começamos a pesquisar o sistema de compost barn”.

Em 2012 começaram a fazer o projeto para o compost e buscaram a ajuda de financiamento, pois precisaram mudar toda a estrutura de lugar, inclusive a ordenha, que estava obsoleta. Por quase dois anos, pesquisaram sobre o sistema, visitaram outros projetos e aguardaram a liberação do dinheiro pelo banco, fato que ocorreu no início de 2016, quando inauguraram a nova ordenha, vale destacar que o primeiro barracão foi concluído em agosto de 2016. Hoje a produção é de 11 mil litros/dia com cerca de 350 animais em lactação e a equipe registrou melhoria em praticamente todos os índices de controle de qualidade, sanitário, zootécnico, reprodutivo, dentre outros. Além disso, foram obtidos benefícios em relação à qualidade de vida, trabalho dos funcionários e aproveitamento dos dejetos.  

“Mesmo fazendo uso de várias tecnologias que podem gerar ganhos, ainda temos muitas variáveis que estão fora do nosso controle e que afetam diretamente no nosso bolso, como as condições climáticas, os planos do governo, entre outros. Agora que tivemos melhorias em vários índices, estamos trabalhando para aprimorar a gestão da equipe afinando cada vez mais os processos a fim de evitarmos erros e desperdícios e atuar nas prevenções. Estamos investindo no aprimoramento genético e na seleção dos animais para obtermos ganhos na produtividade e na saúde das vacas, também, avaliando geneticamente os animais jovens que têm maior potencial para serem futuras doadoras. No nosso projeto, ainda teremos a construção de mais um galpão para alojar outras 150 vacas e chegar próximo de 16 mil litros/dia, mas minha área de produção de grãos é limitada e no momento não nos permite crescer mais do que isso, por isso nosso foco principal é o aprimoramento do sistema já existente”, finalizou.

RAQUEL MARIA CURY RODRIGUES

Zootecnista pela FMVZ/UNESP de Botucatu.

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