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Uso de selantes de tetos na prevenção de mastite em novilhas

POR MARCOS VEIGA SANTOS

E ALESSANDRA MÓDENA ORSI

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 18/03/2016

4 MIN DE LEITURA

16
0
Alessandra Módena Orsi
Marcos Veiga dos Santos


A criação de animais de reposição independentemente do sistema de criação utilizado, é um ponto crítico para a produtividade de uma fazenda leiteira, uma vez que esses animais representam o futuro do rebanho. Nesse caso o objetivo principal é proporcionar condições adequadas para que as novilhas sejam criadas para expressar o máximo potencial de produção de leite, na idade adequada e com o menor custo. Um dos fatores para o sucesso do desenvolvimento e do crescimento das novilhas é a manutenção da saúde, sendo a mastite uma das doenças que podem afetar a capacidade produtiva desses animais.

Quando ocorrem infecções intramamárias em novilhas - ainda que muitas vezes a doença não seja diagnosticada, pois a maioria dos casos apresenta-se na forma subclínica - essas infecções podem persistir por longos períodos resultando em:

• Desenvolvimento incompleto da glândula mamária durante a gestação;
• Aumento da contagem de células somáticas (CCS) após o parto;
• Redução do potencial de produção de leite dos animais infectados.


A glândula mamária de um animal jovem ainda não está totalmente desenvolvida quando ocorre a infecção e o tecido mamário não se desenvolve adequadamente resultando em menor quantidade de células produtoras de leite e a infiltração de leucócitos. Sendo assim, infecções intramamárias em primíparas afetam negativamente o desenvolvimento da glândula mamária e consequentemente diminuem o potencial de produção pelo resto da vida.

Os fatores de risco para infecções intramamárias e mastite clínicas em novilhas não são totalmente conhecidos. Em sistemas intensivos de produção, os patógenos encontrados com maior frequência em glândulas mamárias de novilhas antes do parto incluem, Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase negativo (SCN), Streptococcus uberis, Streptococcus dysgalactiae, Corynebacterium spp e coliformes. Fatores ambientais afetam o tipo e prevalência dos patógenos causadores da mastite. Infecções causadas por estreptococos ambientais geralmente ocorrem durante o começo da lactação. Em sistemas de pastejo, que é o mais utilizado para criação de novilhas, o grupo dos estreptococos ambientais ganha destaque. Streptococcus uberis é a causa comum de mastite clínica em sistemas de pastejo na Nova Zelândia, já o Streptococcus dysgalactiae, quando a infecção intramamária ocorre antes do parto, aumenta o risco de mastite clínica pós parto em novilhas.

Uma prática já conhecida é a aplicação de antibióticos intramamários antes do parto. Essa prática tem se mostrado eficiente na redução da prevalência de infecções intramamárias e na redução da incidência de mastite clínica pós parto. Em vacas adultas, o uso de selantes de tetos na secagem auxilia na redução das mastites no período pós parto. Desta forma, um dos questionamentos que tem sido levantados é se o uso de selantes de tetos antes da primeira lactação também reduziria a prevalência de mastite no pós parto, assim como a incidência de mastite clínica pós parto em novilhas e redução de infecções causadas por estreptococos ambientais.

Para tentar responder a este questionamento, pesquisadores da Nova Zelândia realizaram um estudo com 255 novilhas em sistema de pastejo, as quais foram tratadas ou não com selantes de tetos aos 30 dias antes da data prevista do parto e tiveram amostras de secreção da glândula mamária coletadas aos 30 dias antes do parto. Os principais resultados encontrados no estudo foram:

1) Qual foi a prevalência dos principais agentes causadores de mastite em novilhas em sistema de pastejo? A prevalência de mastite antes do parto foi de 15,5% e não foi diferente entre os rebanhos avaliados. Os agentes causadores mais frequentes foram SCN (11,9%) e Strep. uberis (2,2% dos quartos avaliados).

2) Existe relação entre a presença de mastite pré parto e probabilidade de ocorrer mastite clínica no pós parto? A ocorrência de mastite no pré parto aumenta em cerca de 4 vezes o risco de mastite subclínica e clínica no pós-parto. As mastites causadas por SCN aumentaram o risco de mastite por SCN, Strep. uberis e Staph. aureus no pós parto.

3) A coleta de leite antes do parto aumentaria o risco de IIM no pós parto? A coleta de leite antes do parto não aumentou o risco de mastite subclínica e clínica durante o período pós parto em relação aos novilhas não coletadas (grupo controle).

4) A utilização de selantes de tetos reduz a incidencia de novas infecções em novilhas? De um total de 440 quartos de novilhas avaliadas, 9,1% apresentaram nova infecção entre a amostragem e o pós parto. Os patógenos mais encontrados foram Strep. uberis, Staphylococcus coagulase negativo e S. aureus. Apenas 3,6% das glândulas mamárias apresentaram o mesmo patógenos nas duas coletas de leite (antes e após o parto) e 12,3 % apresentaram cura espontânea. A presença de uma infecção antes do parto e a utilização de selantes de tetos reduziu significativamente o risco de nova infecção. Com o uso do selante, a o agente causador que sofreu a maior redução no pós parto foi Strep. uberis, cujo risco foi reduzido em cerca de 84% para mastite subclínica e 68% para mastite clínica pós-parto.

Como conclusão do estudo, a ocorrência de Infecções intramamárias antes do parto é um fator de risco para mastite subclínica e clínica no começo da lactação. A utilização de selantes de tetos aproximadamente 30 dias antes do parto diminui o risco de infecções intramamárias causadas por Streptococcus uberis e também o risco de mastite clínica em até 14 dias de lactação. A utilização de selantes é um alternativa para redução da prevalência de infecções intramamárias pré e pós parto em novilhas.

Fonte:

Parker et al. Journal Dairy Science, 90: 207-218, 2007.
 

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

ALESSANDRA MÓDENA ORSI

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MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 08/04/2016

Prezado Valdecir,

Obrigado pela participação. Não faço propriamente uma recomendação de uso de selantes e de qualquer produtos comercial, mas sim uma descrição de resultados de estudos e pesquisas científicas, com base em publicações científicas nacionais e internacionais. Agredeço a contribuição,

Atenciosamente, Marcos Veiga

VALDECIR LUIS BONI

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 08/04/2016

Bom dia Marcos! Então Marcos, sua recomendação é de fazer aplicação de selantes 30dd antes do parto em novilhas para que possa ser evitado o aparecimento de um maior numero de casos de mastites no pós parto? E uma vez que a possibilidades de transmissão seja por meio de moscas, para contribuir c/ o amigo eu recomendaria que fizesse então o uso de selantes de tetos que possua junto um repelente neste selante, no caso do mentol que iria repelir moscas e mosquitos.
-Produto recomendado DERMALACT 10
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 08/04/2016

Prezado Clovis, não recomendo o uso de produtos manipulados e sim o uso de produtos comerciais, com comprovada eficácia. Temos algumas marcas de selantes de tetos disponíveis no mercado, logo, não seria recomendável usar produtos manipulados.

Atenciosamente, Marcos Veiga
CLOVIS MAURICIO LOPES

CARANGOLA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/04/2016

Bom texto, a minha pergunta seria com relação ao selante posso fazer em farmácias de manipulação inclusive ou qual sua recomendação.
Obrigado
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 02/04/2016

Prezado Bruno, um das possibilidades de transmissão de mastite entre as novilhas é por meio de moscas. Sendo assim, se houve estes problemas clínicos, a minha recomendação seria fazer uma avaliação no primeiro mês de lactação de todas as novilhas, pois é possível que ocorra mastite subclínica além destes casos de mastite clínica.

Atenciosamente, Marcos Veiga
BRUNO DA SILVA PEREIRA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/04/2016

Bom dia, Ótimo artigo.
Gostaria de expor um problema que tenho passado onde nos últimos seis meses 2 de minhas novilhas ja pariram com 1 dos tetos perdidos, ficam murchos e não dão leite. Todas as duas foram muito bem criadas, com muito cuidado em sistema de bezerreiro argentino, sem nenhuma chance de mamadas cruzadas, otima alimentação e manejo.
Estou muito chateado com este fato e queria a ajuda dos Srs. para entender a causa deste problema, se estaria ligado somente ao tema do artigo acima ou se podem existir outras causas e formas de prevenção.
Obrigado
VALDECIR LUIS BONI

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 28/03/2016

Parabéns pela grande matéria!, informação de grande utilidade.
VALDECIR LUIS BONI

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 28/03/2016

Parabéns pela grande matéria!, informação de grande utilidade.
VALDECIR LUIS BONI

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 28/03/2016

Ótima informação!
ALESSANDRA MÓDENA ORSI

TATUÍ - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/03/2016

Obrigada à todos pelos comentários.
ADRIANA AP. PELISSARI

EM 24/03/2016

Otimo artigo!!trabalho aqui na Nova Zelandia em fazenda de gado de leite a quase 9 anos,e acompanhei a introduçao do selante no sistema,e posso afirmar sem duvidas que realmente tem trazido resultados incriveis para as fazendas!
JOSE MARIA ROMUALDO

MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 24/03/2016

Ótimo texto a mastite subliclinica é um problema sério em nossa região, a informação acima irá nos ajudar muito na prevenção, no que se refere o uso do selante de tetos pre parto.
VALDECIR LUIS BONI

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 23/03/2016

Muito obrigado Marcos ! pela grandiosa informação,transmitirei aos clientes produtores de leite, as informações obtidas.
JOUSE MOREIRA SANCHES

BOA VISTA - RORAIMA - ZOOTECNISTA

EM 22/03/2016

Parabéns pelo excelente texto. Mais uma grande informação que irá contribuir na prevenção de infecções na glândula mamária das novilhas.
JOÃO LEONARDO PIRES CARVALHO FARIA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/03/2016

Excelente texto, mais uma ferramenta para auxiliar na prevenção de infecções na glândula mamária das novilhas!
GUSTAVO HENRIQUE PEREIRA VILELA

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/03/2016

Ótimo artigo e fonte de ótima informação, tenho visto nas fazendas que visito um problema crescente em novilhas no pós parto, como novilhas parindo já com mastite e até novilhas parindo já com tetos perdidos. A informação certamente levará aos produtores a olhar de maneira diferente para as novilhas e ajudará muito no manejo.

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