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Como a anatomia do teto afeta a ordenha?

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 29/10/2004

2 MIN DE LEITURA

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A manutenção da integridade e funcionalidade dos tetos, especialmente do canal e orifício, é extremamente importante na proteção do úbere contra a entrada de bactérias que podem causar mastite. No momento da ordenha, os tetos representam a barreira entre a glândula mamária e o equipamento de ordenha, em particular a teteira. É certo, portanto, que a anatomia e características funcionais dos tetos estão diretamente ligadas com o desempenho da vaca durante a ordenha. Para o estudo das características anatômicas dos tetos, podem ser usados atualmente equipamentos de ultrassonografia, os quais podem determinar as diversas dimensões dos tetos no animal vivo, conforme exemplo da figura abaixo.
 


Figura 1 - Visualização da seção transversal de um teto por ultrassom (Fonte: Weiss, et al., 2004).

Em um recente trabalho de pesquisa realizada na Alemanha, foram avaliadas as características anatômicas dos tetos (tamanho, diâmetro, tamanho e diâmetro do canal do teto espessura da parede dos tetos) e desempenho de ordenha de 38 vacas em lactação, objetivando estabelecer as correlações entre estes parâmetros e a determinação de características funcionais pelo uso de ultrasonografia. Foi observado que os tetos anteriores são maiores que os posteriores e que o diâmetro dos tetos anteriores é menor que o dos posteriores. Não foi identificada diferença no diâmetro da parede do teto e do canal do teto, conforme tabela abaixo:

Tabela 1 - Características anatômicas do tetos, distribuídas por quarto mamário.

 


As características de desempenho durante a ordenha (fluxo, pico, duração) podem ser observadas na figura 2. A produção total de leite foi de 13,10 kg/dia e o leite residual (stripping milking) foi de 250 g/dia (depois que o fluxo foi menor que 0,3 kg/min). Conforme esperado, a produção de leite, o pico de fluxo de leite e o tempo de ordenha foram maiores para os tetos posteriores, sendo que a duração da fase de ordenha dependeu da disponibilidade de leite no quarto mamário com menor produção de leite. Tanto a média de fluxo quanto a pico do fluxo de leite foram maiores para os quartos posteriores.

 


Figura 2 - Exemplo de curva de fluxo de leite nos quartos mamários durante a ordenha.

Foram observadas algumas correlações entre a anatomia dos tetos e a facilidade de ordenha das vacas. O tamanho do teto tem correlação negativa com a produção de leite e o fluxo médio de leite, mas apresenta correlação positiva com a quantidade de leite residual (stripping milking). O tamanho do canal do teto tem correlação negativa com o pico e fluxo médio de leite durante a ordenha.

Em conclusão, de acordo com os autores, o tamanho do canal do teto e o vácuo necessário para abrir o canal do teto durante a ordenha estão correlacionados negativamente com o pico de fluxo e fluxo médio de leite em cada quarto. A facilidade de ordenha do úbere é uma característica bastante complexa e é determinada pela distribuição da produção de leite entre os quartos mamários.

Fonte: Weiss, et al., 2004. J. Dairy Sci. 87:3280-3289, 2004.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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IARA NUNES DE SIQUEIRA

SÃO JOSÉ DO EGITO - PERNAMBUCO - PESQUISA/ENSINO

EM 18/09/2023

Professor, bom dia!
Que material riquíssimo que vocês disponibilizam para os amantes de leite.
Parabénssssssssssssssssssssssssss.
Sempre recomendo esse site para os alunos da veterinária que querem trabalhar nesta área.
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 19/09/2023

Olá Iara, muito obrigado pela mensagem, obrigado e um abraço, Marcos
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 17/09/2023

Prezada Iara, infelizmente não tenho conhecimento sobre estudos desta área de morfologia em caprinos leiteiros, atenciosamente, Marcos Veiga
IARA NUNES DE SIQUEIRA

SÃO JOSÉ DO EGITO - PERNAMBUCO - PESQUISA/ENSINO

EM 17/09/2023

Professor, boa tarde!
Tem alguma pesquisa sobre a morfologia em caprinos leiteiros ?
SILVIA REGINA SAIS

DOURADINA - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/01/2013

tenho uma vaca com 30 dias d parida e uma das tetas comecou a sair leite com cor bem avermelhada(sangue)O q devo fazer?
EDSON DE AZEVEDO RIBEIRO

UMUARAMA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 09/06/2007

Qual a melhor forma de corrigir o tamanho do teto em vacas gir para adequar ao tamanho da teteira?

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Edson,

Infelizmente, não tenho nenhuma resposta completa para a sua questão. Na minha opinião, esse é um processo lento que deve ser feito por meio do melhoramento genético e de cruzamentos, mas os resultados são de longo prazo.

Atenciosamente,

Marcos Veiga dos Santos
LUZIA APARECIDA ADÃO

MUZAMBINHO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 02/12/2005

Na verdade eu não quero comentar este artigo, eu gostaria de tirar uma dúvida. Gostaria de saber o que causa produção de leite com sangue no período pós parto? Desde o inicio da ordenha já há presença de sangue, que se evidencia com o final da ordenha. Sei que a brucelose pode levar a esta alteração no leite, más há um período da lactação específico para isto acontecer? Ou pode ocorrer em qualquer fase da lactação?



Obrigada,



Luzia



<b>Resposta do autor:</b>



Prezada Luzia,



Obrigado pela sua mensagem. É possível que animais de primeira parição (primíparas) tenha algum tipo de edema e até rompimento de vasos sanguíneos que poderiam resultar em presença de sangue no leite nos primeiros dias após o parto. No entanto, deve ser um evento passageiro e se resolver sem nenhum tipo de tratamento nos primeiros dias, quando o colostro estiver terminado.



Pode ocorrer também casos de mastite que levam a ocorrência de sangue no leite (raramente). Especificamente, existe possibilidade de ocorrência de Leptospirose que resulte em presença de sangue no leite. Sem dúvida que o ideal é realizar uma coleta de leite para exame microbiológico e para identificação se existe ou não algum agente causador de mastite, o que poderia auxiliar na definição de um tratamento mais adequado.



Atenciosamente,



Marcos Veiga

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