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CCS auxilia no monitoramento de infecções intramamárias durante o período seco

POR MARCOS VEIGA SANTOS

E TIAGO TOMAZI

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 27/01/2013

4 MIN DE LEITURA

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Marcos Veiga dos Santos e Tiago Tomazi*

O período seco (PS) é a fase do ciclo produtivo em que a vaca pode tanto contrair quanto eliminar uma infecção intramamária (IIM). Durante o PS, a probabilidade de uma vaca adquirir IIMs por patógenos ambientais é mais alta que durante a lactação, e esta probabilidade é particularmente mais alta no início e final do PS. Infecções intramamárias adquiridas durante o PS são frequentemente associadas a surtos de mastite clínica na lactação seguinte.

A probabilidade de eliminação de uma IIM pré-existente durante o PS é, da mesma forma, mais alta que durante a lactação. Após a terapia de vaca seca, já foram descritas taxas de eliminação de IIM subclínicas por S. aureus de 66% na secagem contra 34% durante a lactação. Saber o número de novas IIM e de eliminação de IIM existentes durante o período seco são duas formas de monitoramento imprescindíveis em qualquer programa de controle de mastite.

A identificação de microrganismos por meio da cultura microbiológica de amostras de leite coletadas na secagem e no início da lactação seguinte é uma prática efetiva no monitoramento da sanidade da glândula mamária. No entanto, o tempo para se chegar à identificação de determinados microrganismos e o alto custo de análise, em muitos casos, inviabiliza o uso frequente desta prática pelos produtores. Resultados de contagem de células somáticas (CCS) são utilizados para avaliar a sanidade do úbere em nível de vaca e/ou rebanho, já que altas contagens (> 200.000 células/mL) são indicativas de IIM. Entretanto, a disponibilidade de tais dados pode ser utilizada para avaliar as taxas de incidência e eliminação de IIM durante o período seco?

Um estudo realizado com 91 rebanhos canadenses buscou estimar as taxas de incidência e eliminação de IIM em nível de rebanho durante o PS com base nos resultados de análise de CCS realizada antes da secagem e logo após o parto. Amostras de leite para cultura microbiológica foram coletadas entre a quarta semana precedente à secagem e até duas semanas após o parto. Os resultados de CCS (amostras compostas e por quarto mamário) foram extraídos de programas nacionais de gerenciamento de rebanho e de instituições de pesquisa ligadas ao setor. Análises estatísticas de regressão lineares foram utilizadas para comparar as taxas de incidência e eliminação de IIM por meio de dados de CCS com as taxas de incidência e eliminação de mastite diagnosticada por cultura microbiológica.

A incidência de agentes primários e secundários da mastite, avaliada em nível de úbere ou quarto mamário por meio de cultura microbiológica, demonstrou relação positiva e linear com o aumento (>200.000 células/mL) na CCS. No entanto, apenas nas amostras coletadas por quarto mamário o aumento na CCS foi capaz de predizer a incidência de IIM. Ao avaliar dados de amostras compostas, perdas substanciais do poder preditivo foram observadas para a incidência de agentes secundários quando comparada com a CCS por quarto. Para a incidência de agentes primários durante o PS, a CCS de amostras compostas demonstrou poder preditivo similar, porém de forma mais modesta que os dados de amostras por quarto mamário.

Com relação às taxas de eliminação de IIM, o estudo também possibilitou observar relação linear e positiva entre IIMs causadas por agentes primários e a CCS. Os dados de CCS das amostras com isolamento por agentes primários demonstrou ser um indicador significativo quanto à eliminação de IIM em nível de rebanho. Por outro lado, não foi possível observar a mesma relação para os agentes secundários. Quando os dados de amostras compostas foram avaliados, tanto a CCS de vacas com isolamento de agentes primários quanto secundários demonstrou poder preditivo da eliminação de IIM em nível de rebanho.

Os resultados deste estudo confirmam que os dados de CCS, os quais podem ser mensurados em nível de fazenda por alguns modernos sistemas de ordenha, podem ser úteis para estimar a taxa de novas infecções e de eliminação de IIM entre a secagem e o parto. Ao avaliar os dados de CCS por quarto mamários, limiares de 200.000 e 50.000 células/mL foram os mais indicados para o monitoramento da incidência de IIM por agentes primários e secundários, respectivamente. Além disso, ao utilizar um limiar de 150.000 células/mL, os dados de CCS de amostras compostas demonstraram bom potencial no monitoramento de novas IIM por agentes primários. De forma geral, este estudo sugere que dados de CCS, tanto de amostras compostas quanto de amostras por quarto mamário, podem ser utilizados como alternativa ao uso da cultura microbiológica, quando se pretende estimar e monitorar a eliminação de casos de IIM por agentes primários durante o período seco em nível de rebanho.

Entretanto, o monitoramento da sanidade do rebanho por meio de cultura microbiológica permanece sendo uma prática de extrema importância na identificação dos agentes causadores de mastite. Principalmente em fazendas com altas taxas de prevalência e incidência de infecções intramamárias, ou quando se busca medidas de controle específicas para determinado agente causador.

Fonte: DUFOUR, S. e DOHOO, I. R. J. Dairy Sci. (2012) 95:7173-7185.

*Tiago Tomazi é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal da FMVZ-USP (https://www2.fmvz.usp.br/nutricaoanimal/)

 

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

TIAGO TOMAZI

Médico Veterinário e Doutor em Nutrição e Produção Animal
Pesquisador do Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP

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MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 24/03/2013

Prezado Luiz Paulo,

Caso o leite não tenha problema de acidez verdadeira (não passa no teste do Alizarol, mas passa no teste de Acidez Dornic), as causas mais prováveis estão ligadas com a dieta das vacas. Infelizmente, não se conhecem com exatidão as causas desta instabilidade do leite, mas o primeiro passo seria uma avaliação de readequação da dieta das vacas.

Este tema foi muito debatido em artigos anteriores e seria também interessante fazer uma busca com o termo instabilidade do leite e prova do álcool. Acredido que nestes artigos temos mais informações detalhadas.

Atenciosamente, Marcos Veiga
LUIZ PAULO DE ANDRADE

POÇO FUNDO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/03/2013

Bom dia. Um pequeno produtor me pediu para ir na propriedade dele pois estava tendo problema com acidez no leite, só que o leite da ordenha da tarde que fica no resfriador até o outro dia de manha não da acidez e o leite quente que acaba de ser tirado não passa no teste do alizarol e na analise do laboratorio da 20 º D. Ja avaliei praticamente tudo, os baldes, as latas. Cheguei a fazer CMT nas vacas. O que voce acha que pode está acontecendo e como podemos resolver?
obrigado

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