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Reflexões sobre Integração no leite

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 11/07/2008

8 MIN DE LEITURA

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Nesse ambiente de grandes mudanças no setor leiteiro, com novos patamares de preços (e custos), investimentos e consolidação no segmento empresarial, um dos novos temas e que ainda não vem sendo discutido a fundo pelo setor, que se mostra meio cético, meio desconfiado em relação a ele, é a proposta de integração na produção, anunciada pela Integralat (que tem forte ligação com a Pamalat, por ser controlada pelo mesmo grupo, a Laep) e, especula-se, planejada também pela Perdigão, que possui logicamente experiência e uma história de sucesso no tema.

Pela proposta (clique aqui para ver a entrevista com Othniel Lopes, presidente da Integralat), os laticínios terão uma participação bem mais ativa na captação de leite do que a prática usual do setor, em que o produtor é o responsável pelo leite produzido, cabendo a indústria ou cooperativa receber o produto e remunerá-lo de acordo com as possibilidades de mercado. Pela proposta mais conhecida até então, a da Integralat, o produtor receberá matrizes, alimentos, medicamentos e demais insumos, devendo utilizar um sistema de produção recomendado para a região, com foco em baixo custo, e será remunerado pelos serviços prestados. Como ocorre com a bem sucedida produção de suínos e aves, o produtor se torna um prestador de serviço para a empresa, sendo uma engrenagem importante em uma cadeia de produção que visa entregar ao mercado um alimento padronizado e no volume desejado. Para os mais críticos, o produtor passa a ser praticamente um "funcionário" da empresa, porém sem os benefícios previstos nas leis trabalhistas e sem que a empresa precise investir em terra e benfeitorias.

Antes de discutir as possíveis vantagens do sistema de integração, é válido discutir o porquê dessa proposta. O primeiro motivo é que a execução do planejamento estratégico das empresas só pode ser efetivado se todos os componentes necessários a sua realização estiverem disponíveis na quantidade e na especificação (qualidade) necessárias. Em 2005, na Expomilk, o presidente da Nestlé, Ivan Zurita, disse que a empresa pretendia crescer entre 13 a 15% ao ano e que, para tal, era muito importante que houvesse crescimento compatível na oferta de leite, sem as oscilações características da atividade no Brasil. De nada adianta construir fábrica, a fábrica produzir e o comercial vender, se a oferta é uma incógnita. É certo que a questão climática tem e sempre terá um peso relevante nessa equação e que o leite, pelo seu ciclo longo, tem suas particularidades, mas também é certo que a maneira pela qual o leite vem sendo transacionado entre indústrias e produtores, sem uma coordenação realmente forte, contribui para essa inconstância, em que um bom ano gera excedentes de oferta no ano seguinte, para depois haver escassez, dificultando a consecução das metas do laticínio. Na integração, a empresa controla a produção, garante o suprimento de parte importante do seu leite e, com isso, diminui o máximo possível a variabilidade na oferta, que fica quase que restrita às questões climáticas.

O outro motivo é a maior facilidade de padronização e rastreabilidade. Ao trabalhar com um grupo de fornecedores definido, a empresa tem, em tese, maior controle sobre esses aspectos, ainda que seja passível de argumentação que tais atributos não necessariamente só possam ser obtidos mediante integração, um sistema aliás desconhecido na atividade leiteira nos demais países. Vale lembrar, de qualquer forma, que parte importante do sucesso das empresas atuantes na industrialização de suínos e aves residiu justamente na oferta de um produto padronizado ao mercado. Com a integração, fica mais fácil atingir esse objetivo.

O terceiro motivo é o mais relevante: a possibilidade de captar leite, um item obviamente significativo de custos em um laticínio, a um custo mais baixo do que a concorrência. Essa possível redução de custos decorre de uma série de fatores: aquisição de insumos em grandes quantidades, a preços menores; financiamento de equipamentos em grandes volumes, a custos menores; definição e utilização de sistemas de produção que geram custo menor; escolha de integrados que tenham baixo custo de oportunidade e acesso a juros favoráveis (ex: "Pronafianos"); envolvimento da empresa na gestão da atividade, com ganhos de eficiência; busca de sinergias com outros agentes, como governos, ONG´s, empresas interessadas em se envolver no projeto, etc.

O motivo acima nos faz refletir que existe um potencial de ganho considerável caso as empresas se dediquem a melhorar a eficência na captação de leite. Historicamente, as empresas, não só de laticínios, se dedicaram a aperfeiçoar os "nós" da rede de valor, isto é, seus processos de pessoal, industriais, comerciais e financeiros, ficando em segundo plano o aperfeiçoamento das ligações ou "entrenós", ou seja, na gestão dos outros elos envolvidos na cadeia de produção e que, com isso, acabaram se tornando reservas de ganhos potenciais mais significativos. A indústria automotiva mudou isso, chegando ao ponto de ter fornecedores dentro de suas fábricas, sendo responsáveis por uma etapa do processo de montagem do veículo. McDonalds, Wal-Mart, Embraer e muitas outras empresas desenvolveram na gestão da rede de suprimentos parte relevante de sua vantagem competitiva.

A indústria de suínos e aves encontrou na integração essa fórmula. Os frigoríficos de carne bovina estão investindo em confinamentos próprios. No leite, não há nada parecido. Olhando de outra maneira, para uma indústria de lácteos, em que o leite é parte significativa dos custos, talvez seja mais fácil obter valor mexendo com a eficiência da produção do que com os processos que vêm sendo exaustivamente trabalhados nas empresas há décadas (qualidade total, reengenharia, planejamento estratégico, etc).

A integração nos faz refletir que os laticínios conhecem pouco de seus produtores, se envolvem igualmente pouco na gestão e no sistema produtivo e, coincidência ou não, os índices de produtividade são bem abaixo do potencial, significando uma eficiência represada que a integração pretende captar. Nosso leitor Nei Antônio Kukla, de Santa Catarina, deu a sua visão para a situação em carta enviada ao MilkPoint: "O produtor está e quase sempre foi desorganizado. Aponto como principal causa desta indesejável desorganização a falta de assistência técnica. Em minha região, com o "boom" do preço do leite, temos empresas (indústrias, cooperativas) que aterrisaram de longe, cerca de 500 km para comprar o leite. Pelo menos 5 dessas empresas. Sabem quantas delas fornecem assistencia técnica ao produtor para ele melhorar a produção, tomar medidas necessárias a boa gerência do empreendimento, enfim, se organizar? Resposta: Nenhuma empresa. São meramente compradoras de leite (...) até vejo técnicos com os carros da empresa andando pelo interior, mas por outro motivo: Convencer o produtor "X" para deixar de vender seu leite para a empresa "Y" e passar para a empresa "W". O leite vale ouro hoje e está briga está só começando, porém as empresas deveriam olhar com mais carinho para o lado do produtor que carece de informações técnicas e está apto a recebê-las, porém não há quem faça."

Evidentemente, não se pode generalizar. Há empresas e principalmente cooperativas que têm uma atuação mais presente junto ao seus fornecedores. Há programas de fidelização, como por exemplo compras em larga escala, há o Educampo em Minas Gerais, o Balde Cheio em São Paulo, Paraná e Minas, em que os laticínios têm participação ativa em sua implantação. Porém, ainda são poucas as empresas que colocam peso considerável na evolução desse elo da cadeia. Mesmo as que colocam, talvez pudessem ir além do que fazem hoje. É possível afirmar que a perda de espaço da assistência técnica oficial, ocorrida nas décadas de 80 e 90 (vale dizer que o MDA está trabalhando fortemente no sentido de resgatar esse serviço), não foi substituída satisfatoriamente pelo mercado, pelo menos não até agora. A integração visa ocupar essa brecha.

Independentemente se esses projetos vão mesmo adiante, dadas as dificuldades inerentes a eles e a não existência de precedentes no setor, uma coisa é inegável: levantam a lebre de que há um ganho potencial em eficiência, integrando ou não, caso as empresas de fato se envolvam nos processos produtivos e gerenciais de seus fornecedores, repassando de forma mais eficaz e duradoura suas experiências bem sucedidas em gestão.

Pode-se, ainda, questionar que dada a natureza do mercado, em que baixa fidelização de ambos os lados desestimula essas ações, o quadro atual nada mais seria do que a melhor solução encontrada pelo mercado, uma vez que caso a empresa invista realmente na capacitação de seu fornecedor, terá, ao final das contas, que pagar os preços de mercado e, pior, correrá o risco de perder o produtor para um concorrente que pague mais momentaneamente e que nada disso faz. É verdade. Para resolver isso, estão programas de fidelização e contratos de mais longo prazo, que precisam ser trabalhados para que um maior envolvimento da empresa seja acompanhado de uma maior garantia para ela no futuro.

Esse artigo não poderia terminar sem responder à pergunta que muitos fazem hoje: a integração, enfim, é boa? Embora fosse necessário conhecer mais a fundo as experiências em suínos e aves, a lógica econômica nos permite responder o seguinte: para o produtor integrado, que hoje está à margem, sem dúvida é uma esperança, ao menos no curto prazo; para o consumidor, possivelmente, caso tenha à sua disposição produtos de qualidade padronizada, rastreada e a preços atraentes; para a sociedade, também, caso esse modelo seja o dominante e permita a produção muito mais eficiente, em área menor, com menos animais; para o produtor não integrado, ficam as dúvidas. De um lado, se esse sistema permitir a ampliação do mercado e uma maior eficiência da cadeia de produção, há um benefício. De outro, ao se envolver em mais uma etapa da cadeia de produção, a tendência é que a indústria tenha, ao longo do tempo, uma parcela maior do valor gerado na atividade. Se esse sistema resultar em custos de captação menores, representando uma real vantagem competitiva, pode se tornar o modelo dominante, como nos mostram os exemplos na suinocultura e na avicultura, resultando em uma cadeia altamente eficiente e bem sucedida, porém na qual o produtor controla uma parte pequena do processo, sendo sua remuneração compatível com esse poder. E isso, para o produtor, não me soa tão bom quanto à primeira vista pode parecer.

Obs: em outubro de 2005, lembro-me de ter escrito um artigo sobre o relacionamento produtor/indústria, que fala um pouco sobre isso. Quem quiser ler, clique aqui

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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CRISTIAN QUEIROZ VALENTE

DIVINÓPOLIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/10/2008

Prezados, gostaria de apenas fazer uma ressalva aos projetos de assistência mencionados. Tive 8 meses de assistência com um ex-técnico, do EDUCAMPO de Formiga-MG. Este aplica a mesma metodologia deste e alcançamos excelentes resultados de eficiência produtiva e econômicos.

Em contato pelo site do EDUCAMPO, ví claramente o desinteresse do SEBRAE que passa a resposabilidade para as agroindústrias parceiras. Estas não recebem recursos do governo para incentivar a produção de leite, como acontece com o SEBRAE.

Em contato com o Projeto Balde Cheio fui prontamente atendido, mostrando que há empresas estatais que buscam o melhoramento da cadeia leiteira. Parabéns a EMBRAPA pelo excelente trabalho. Graças a esta entidade, vamos trazer o Balde Cheio para a região de Divinópolis, onde a produção leiteira tem crescido muito.
RODOLFO MENEGUELLO

CORONEL FREITAS - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/08/2008

Marcelo, mais uma vez um artigo seu levanta um assunto de grande relevância para a atividade leiteira..parabéns. Só tenho a acrescentar que a CONFEPAR por meio de seu departamento técnico (ASTEC) do qual faço parte já desenvolve em parceria com a EMBRAPA o projeto BALDE CHEIO no estado de Santa Catarina. Para maior esclarecimento, tenho como base a Unidade da Confepar situada na cidade de Coronel Freitas,no Oeste Catarinense. Sendo que desde Abril deste ano as atividades já estão sendo desenvolvidas.


Abraços e sucesso.
RODRIGO MARONEZZI

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 28/07/2008

Alguém assistiu o Filme "Uma mente brilhante?
O filme teve seu apice no momento em que o ator principal decifrou a teoria do caos.

Ele utilizou uma metáfora em que 4 amigos seus chegavam em um bar e neste mesmo momento chegavam 5 mulheres, sendo que uma era deslumbrante. O protagonista teve um insite, disse aos amigos: "Se todos quiserem se dar bem não invistam na deslumbrante (lucro máximo) e sim nas amigas! Se todos forem ao mesmo tempo na deslumbrante, esta ficará superofertada e não irá querer ninguém; em seguida vocês podem querer se aproximar das amigas da deslumbrante, e elas dariam o troco ´já que voce queria ficar com minha amiga fica à espera dela eu não quero ser a segunda escolha´.

As perguntas para saber se você tem potencial para se integrar são:

Vocês, integrado e integrador, aceitam ficar com as amigas menos deslumbrantes? (menor lucro) porém mais estável e com tendência a aliança? Vocês, integrado e integrador, aceitam negociar fatores críticos do negócio, de forma clara (mais que transparente), honesta e com capacidade de flexibilizar sua posição pelo bem comum no futuro?

Você integrado aceita não ter 100% da palavra final nos processos de produção em sua propriedade? Vocês, integrador e integrado, aceitam aprender com seus erros e acertos, como também com os erros e acertos de outras cadeias de produção? Vocês, integrador e integrado, estão cientes que não são concorrentes um do outro e sim de outra cadeia de produção?

A pergunta que vale um milhão é: Este sistema de produção, que é uma reestruturação da cadeia produtiva, é mais forte (competitivo) que as cadeias existentes? O consumidor final será seduzido por qual pacote de produto? Preço? Qualidade? Logística? Diferenciação?

Eu não tenho respostas para as perguntas acima, mas sei que se alguma delas não for bem respondida, todo o sistema corre o risco de ir por água abaixo.

Abraço e sucesso a todos.
RAQUEL RODRIGUES MAIA

SANTA HELENA - PARANÁ - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 21/07/2008

Como Veterinária, vejo pouca ênfase aos serviços de assistência técnica no processo de aumento da produtividade e da qualidade do leite. Sr Marcelo, qual a importância que essas empresas estão dando a esses serviços prestados diretamente ao produtor que, muitas vezes, gostaria de recebê-los, mas não pode pagar por eles?
FRANCISCO DE ASSIS PERAZZO

JOÃO PESSOA - PARAIBA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/07/2008

Bastante louvável esta iniciativa da CNA. Fiz algumas indagações semanas passadas sobre tal atividade, a qual, sem dúvida, será um fator dos mais importantes para podermos ter, de uma maneira permanente, a regularização da demanda e oferta de leite, assim como eliminação dos entraves hoje existentes na sua comercialização. Seja a nível dos produtores, ou dos laticínios. Principalmente nas regiões com preponderância da produção oriunda dos pequenos e médios.

Segundo fui informado, já existe uma experiência no Paraná. Ao tempo em que parabenizo o Dr Alvim e Paulo Martins, sugiro que sejamos sempre convocados para participarmos mais ativamente desta corrente em formação para a viabilidade, com a maior brevidade possível, de implantação desta política de integração.
ALDO LEOPOLDO ROSSETTO FILHO

DRACENA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/07/2008

Os processadores de leite, estão se unindo cada dia mais. Hoje talvez, no Brasil, já podemos contar nos dedos das mãos o número de empresas que estão no mercado lácteo. Isso acaba tirando do produtores de leite a opção de escolher aonde vender a sua produção.

As raras cooperativas, que ainda possuem saúde financeira, estão entregando a produção dos cooperados, ou no mercado "spot" ou em uma grande empresa. As opões estão se estreitando e, com isso, os produtores ficam sem alternativas. Acredito que a integração de leite, se tirarmos, talvez, um melhor acompanhamento para ter leite de qualidade, para o produtor é péssima. Não traz vantagem financeira, amarra em um único laticínio, liquida o poder de barganha, obriga a uma única política (a do laticínio), tira do produtor o poder de decisão, assim como o direito de questionar.

Acredito que as cooperativas, quando bem administradas (isto é, profissionalmente), serão a saída para os produtores de leite, que optarem por independencia. Particularmente, não acredito em CNA, Faesp, Faemg, Famat, Faepar, etc. Essas entidades que deveriam representar os produtores, possuem dirigentes que há décadas estão trocando figurinhas e se perpetuam nos cargos de liderança.

Concluindo, mais uma vez, os produtores estão sozinhos; terão que decidir individualmente. Somos uma classe desunida, heterogênea, com objetivos diversos e, todas essas característica, os laticínios sabem e vão se aproveitar disso para a implementação da integração.
NEI ANTONIO KUKLA

PORTO UNIÃO - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/07/2008

Com certeza, quando temos a ocorrência de uma mudança, esta geralmente nos traz os prós e contras.
Não me preocupo em tecer maiores comentários nos benefícios que o sistema apresenta, como compra em grande quantidades diminuindo custos e outros citados pelo autor.

Nos contras, cabe-me expor minha preocupação: no processo de integração com suínos e aves ocorreu uma verticalização do setor, ou seja, as integradoras passaram a um dado momento exigir que o produtor aumentasse o aviário ou então o número de matrizes e, nesse compasso, o sistema expurgou muitos pequenos agricultores que não conseguiram acompanhar tal exigência, por vários motivos.

Se a integração vier a ocorrer na atividade leiteira, será que esse expurgo dos pequenos também não virá à tona? Olha que vaca que come pasto, sistema de produção de baixo custo, precisa espaço físico e as pequenas propriedades muitas vezes não aumentam o rebanho justamente por este motivo.

Creio que o assunto deve ser analisado não só com profissionalismo mas com carinho também, pois se a verticalização da produção ocorrer no leite, o que será dos agricultores familiares?
CLEBER MEDEIROS BARRETO

UMIRIM - CEARÁ

EM 15/07/2008

Recentemente em evento realizado em Fortaleza (PEC NORDESTE 2008), tivemos a oportunidade de ouvir de dois grandes expoentes (Rodrigo Alvin e Paulo do Carmo Martins) suas opniões sobre essa novidade que está se desenhando no setor leiteiro brasileiro. Ambos foram enfáticos em dizer que projetos de tal envergadura ainda precisam e muito de esclarecimentos mais concretos.

Segundo Alvin, a CNA está estudando a possibilidade de contratar uma consultoria para que o tema seja investigado a fundo para futuras conclusões e orientações. De nossa parte, compartilhamos com o pensamento tão bem exposto pelo João Paulo Vaienti. Penso que com as grandes fusões e aquisições, que permitem uma maior concentração na compra da matéria-prima, será que não seria a hora de centrar esforços numa política de captação séria, através de simples contrato, palavra essa que parece não existir no dicionário da indústria laticinista?

Por fim, insisto na tese de que para se conseguir leite em nosso imenso e heterogêneo Brasil, em qualquer quantidade e com qualidade desejada, basta que as indústrias parem de praticar descaradamente o oportunismo exagerado, o qual fomenta o mercado informal, mantendo milhares de tiradores de leite ou algo parecido com tal (NaOH) no ramo, penalizando quem realmente luta por dias melhores no segmento da produção. Não é difícil imaginar que exista muita gente com bala na agulha (R$) para, ao primeiro sinal de uma negociação limpa, investir no negócio leite.

Sem muita pirotecnia, veremos sim surgir a tão sonhada profissionaização do setor.

Atenciosamente,
Cleber Medeiros Barreto
SILVIO SARAIVA SAMPAIO

ARAXÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/07/2008

Partindo do Diagnostico da Produção de Leite de MG , onde uma informação nos assusta , segundo o levantamento para produzir 1 litro de leite em MG , tem R$2.400,00 investidos (terra, beifeitorias, maquinas , rebanho) , a integração alivia um pouco isto . Porque a maioria dos produtos so faz o custo variavel do leite e a cada dia esta ficando mais pobre , pastagem degradando, instalações depreciando , enfim se a terra nossa não valorizasse, ser produtor rural era impossivel da forma que levamos e somos remunerados.
Uma reflexão para todos.
AILTON CÉSAR BARBOSA

SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/07/2008

Segundo o dicionário Aurélio, Integração é o Ato ou Efeito de integrar-se, adaptar-se, juntar-se, tornando-se parte integrante. Do ponto de vista econômico-empresarial, existem dois tipos básicos de integração: a integração horizontal e a integração vertical. A integração horizontal é aquela caracterizada pela fusão de empresas dentro do mesmo ramo de atividade. A título de exemplo: a fusão de Indústrias de Laticínios.

Já a integração vertical é caracterizada pela ampliação dos negócios de uma empresa para abranger outras etapas de um mesmo processo de produção. A título de exemplo: uma indústria de laticínos que investe numa fazenda própria de produção de leite, para conseqüente industrialização e comercialização no atacado e varejo, abrangendo todas as fases da atividade.

No Brasil as fazendas-empresas que se dedicam a produção de leite do tipo A, caracterizam bem a integração vertical. E fazem isto muito bem. Mas isto não é coisa para qualquer um, especialmente àqueles que, por simplesmente ordenhar de maneira arcaica umas vaquinhas, se intitulam produtores de leite. Para investir na integração vertical, além de dinheiro é claro, o produtor-empresário precisa desenvolver características, que passam longe da maioria dos produtores de leite - capacitação, competência, inovação, gostar do saber, só para enfatizar algumas - onde muitos mal sabem escrever o próprio nome.

Portanto, a integração vertical entre produtor de leite e indústria é uma alternativa que pode trazer bons resultados para ambas as partes, mas que não se deve descartar o grau de desconfiança dos produtores, em função do próprio analfabetismo profissional que eles arrastam ao longo de sua história. Um projeto de integração, começa pela séria e competente elaboração de um contrato de parceria e trabalho, onde cada cláusula deve ser minunciosamente estabelecida e caucada de raciocínio teórico e operacional, com o objetivo de evitar transtornos, especialmente econômicos e financeiros, para ambas as partes.

A indústria possui profissionais qualificados e capacitados no seu quadro de funcionários para defender seus interesses, num projeto de integração. O produtor não tem ninguém por ele. É ele e o que o papai e o vovô ensinou. Então a quem ele recorrerá? Com certeza, a indústria terá que usar de muita ética empresarial para pensar para ambas as partes. Se assim for, terá início uma nova e promissora fase do jeito de se produzir leite no Brasil.
THIAGO PALMEIRA DA COSTA

AREIA - PARAIBA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2008

Primeiramente gostaria de dar os parabéns a você por discursar sobre tão importante tema.

Aqui no Nordeste, em particular na Paraíba, temos uma forte abrangência do sistema de integração principalmente no que diz respeito ao ramo avícola, observando-se que este caminho tem se alargado no decorrer do tempo.

A principal vantagem deste sistema é a facilidade do produtor (que muitas vezes é descapitalizado) em ter um sistema de produção eficiente e com isso poder ver sua propriedade produzir. Acrescente isso a uma assistência técnica efetiva (uma vez que a empresa integradora não pode obter baixos índices de produtividade), que está em total sinergia com produtor, que desta maneira torna-se embasado técnicamente e com isso mais confiante no setor, inclusive com pretenções de crescimento da atividade.

Por outro lado, como a própria reportagem acima reflete, a participação do produtor na atividade torna-se limitada, reduzindo cada vez mais a percentagem dos lucros de sua propriedade.

Com isso, uma dúvida que certamente o país tenta responder: ganhar menos e produzir com segurança de mercado, ou se arriscar para ter maior lucratividade?

Na pecuária leiteira, esta questão é tão importante quanto qualquer outra na hora de se pensar em adotar um sistema de integração, falando de Nordeste, pois somos uma região com potencial singular para produção de leite, sendo inclusive alvo de interesse de grandes indústrias laticinistas, contudo esbarramos quase sempre em questões culturais de produção que quase sempre diminuem o ritmo de crescimento da atividade regional.

Com este "boom" do leite, estamos passando por um momento positivo, no qual as perspectivas de crescimento, mesmo com todos os entraves, são consideráveis, sendo inclusive uma deixa para as empresas de assitência técnica atuarem, uma vez que temos necessidade de mais empresas atuando em nossa região.

Assim urge uma segunda pergunta que refletirá no futuro da peuária leiteira, "diminuir as margens de lucro dos produtores mesmo propiciando uma segurança técnica e de absorção de produtos é uma saida efetiva?"

O leite ganhou a posição de importância no mercado que sempre mereceu, tornou-se inclusive um produto disputado; creio desta forma que possuimos sem a necessidade de integração uma segurança de mercado, nos faltando apenas mais efetividade da existência de empresas de assitência técnica que atuem maciçamente no mercado de produção de leite.
ROBERTO CARLOS DE CASTRO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/07/2008

Eu não concordo, pois ficaremos nas mãos da industria. Outro ponto é a questão climática, ano passado tivemos problemas com a seca e com isso a reprodução demorou. Na suinocultura e na avicultura isso não acontece, é tudo controlado pelo homem, mas o clima não é. Particulamente, eu não gosto de ficar preso a nenhum laticínio; isso parece mais um jeito de formar um cartel gigantesco. Acho melhor os produtores se unirem e criarem uma associação central e depois regionalizar esta associação para poder negociar seu produto (leite) com as industrias, de acordo com o mercado.

Um abraço, Roberto.
ROBERTO CUNHA FREIRE

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 12/07/2008

Tudo isso é muito bonito e importante, porém o que nós produtores rurais de leite precisamos é que haja mudança na lei do cooperativísmo no Brasil, introduzir artigos que permitam a oxigenção do setor com o surgimento de novas lideranças e de mentalidade, como por exemplo, os conselhos de administrações, engenharia e tantos outros, não permitem releleições indefinidamente dos seus presidentes, diretores e de membros dos seus conselhos. Porque não fazer o mesmo com as nossa cooperativas de leite?

Como sabem, eu por exemplo estou a mais de vinte anos no segmento e apesar do leite que forneço ser em estado natural e dele se extrai a gordura e outros elementos, que se fabricam vários e vários derivados do leite, o preço do litro de leite que recebo é baseado somente no litro de leite longa vida vendido nos supermercados, mercearias e padarias.

Creio que o mesmo deveria ser pago em função da média dos preços dos derivados do leite, incluindo, é óbvio, o leite longa vida também no atacado. Creio que se partissem das cooperativas de leite essa metodologia, haveria sem sombra de dúvida uma remuneração justa para o produtor rural de leite e por consequencia voltaríamos a fornecer para as cooperativas de leite, pois hoje uma grande maioria migrou para os laticínios particulares e multinacionais, pois as cooperativas de leite não estão nos protegendo, muito pelo contrário, estão fazendo o jogo dos particulares.

Por isso é que muitas estão fechando e se incorporando ou sendo vendidas para grandes empresas que operam no setor. Creio que esse modelo existente está superado e precisamos sim oxigenar o setor, a começar pelas cabeças dos diridentes das cooperativas de leite. Se a Câmara Federal resolver fazer uma CPI das cooperativas de leite, creio que após o relatório de apuração da situação, teremos vergonha de termos permanecido em silêncio durante muitos anos.

Uma pergunta que fica no ar: por que tantas cooperativas de leite faliram no Brasil e por que os laticínios particulares e multinacionais estão cada dia maiores? Como tem um ditado antigo "O pior cego é aquele que não quer enxergar". A palavra chave se chama choque de gestão e para que isso ocorra, é necessário mudar a mentalidade dos nosso colegas que presidem e compõem diretorias e membros dos conselhos das cooperativas de leite e, concomitante a isso, adequar a legislação que rege a matéria para implementar as mudanças tão necessarias.

Ressalvo também que não posso generalizar, porque apesar de discordar da legislação vigente e da metodologia de apuração do preço do litro de leite que nos pagam, há exceções, mas são raras.
CLAUDINO LUIS PITA DE OLIVEIRA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/07/2008

A produção de leite no Brasil tem que ser conhecida dentro da sua realidade para poder se formar um conceito quanto à questão da integração e da sua viabilidade. Os modelos de produção hoje vigentes são os mais diversos, passando do extensivo, com raças não especializadas, até o confinamento total com vacas super-especializadas, sendo isto condicionado por diversas condições conjunturais (capacidade financeira do produtor, preço recebido pelo leite, capacidade técnica, gosto pessoal, etc) e isso acontece dentro da mesma região geográfica.

A integração antes de um modelo de negócio, inclusive derivado de outro ramo de atividade econômica com caracteristicas totalmente diferenciadas, tráz um conceito advindo da palavra integrar, que é unir partes em busca de objetivos comuns. Diferente do modelo de integração que pressupõe que uma das partes dita as regras e absorve a outra.

A verdade é que até hoje a indústria e o produtor de leite, na maior parte dos casos, tem tido uma relação promíscua e que a integração é mais uma alternativa dentro do que se tem visto para fazer perdurar isto ao invés de mudar o atual estado de coisas.

O que realmente se precisa hoje é que cada um dos lados, produtor e indústria, busquem sim entendimento e uma relação profissional, e isto passa por planejamentos em comum de curto, médio e longo prazos, compromentimento no cumprimento de acordos e principalmente respeito entre as partes, ou seja, a que se unir a cadeia como um todo e não buscar modelos como o da integração em que uma parte se considera mais apta que a outra e toma conta do negócio, pois ambos os lados tem espertise para apresentar na busca da sobrevivência em comum.
MARCOS SALAZAR DE PAULA

LIMA DUARTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/07/2008

Leite é muito mais complexo do que frango e suínos. No Brasil as pessoas têm mania de tentar soluções mágicas. É lógico que as empresas podem dar muito suporte aos produtores, mas creditar a falta de qualidade e estabilidade de produção a estes é um grande erro. Experimentem valorizar a qualidade e dar mais estabilidade de renda aos produtores e aposto que o olho do dono vai funcionar melhor que o de empregados (ou quase). Quanto maior o comprometimento de patrimônio e renda maior será a responsabilidade.

Assim como foi feito com a estabilização de nossa moeda, planos mágicos não funcionaram. Só haverá solução com seriedade, estabilidade e renda. Sou otimista e acredito que da mesma forma que pessoas de valor foram capazes de controlar a hiper-inflação no passado, possam aparecer executivos com capacidade de entender que todos têm que ganhar em uma cadeia produtiva, inclusive os produtores.
JOSÉ LUIZ DE ANDRADE FIGUEIRA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/07/2008

Faço integração de frango de corte. Como produtor de leite no passado e me preparando para recomeçar até o final deste ano (sou apaixonado pela produção de leite), acho a proposta uma faca de dois gumes. O integrado anda no fio da navalha. É quem sempre paga a conta! Qualquer aumento na cadeia de produção acaba estourando nas mão do integrado. O integrador não quer saber. Não divide nunca o prejuízo!

Os preços pagos ao integrado oscilam muito de lote para lote, independente dos resultados. Os integrados ficam 100% nas mãos do integrador, principalmente se na região não há concorrência entre integradores. Pode ser uma solução para a melhoria do rebanho, da qualidade do leite e do aumento da produção. Mas a corrente que amarra o integrado ao integrador, que faz daquele gato e sapato, como no caso do frango de corte, é uma temeridade.

Os pequenos sitiantes, os chamados agricultores familiares, não sentem tanto. Mas os produtores investidores, médios e grandes, sentem demais. A bem da verdade, integrar rebanhos leiteiros será totalmente diferente que integrar frangos de corte, mas... todo cuidado, de ambas as partes, será pouco. Vamos torcer!

Um forte abraço do Figueira
ELIO QUIRINO DA SILVA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/07/2008

Excelente matéria Marcelo, parabéens!

Você foi muito feliz quando escolheu esse tema, pois hoje é exatamente essa a dúvida que os produtores de nossa região estão tendo e tenho certeza que o mesmo acontece em outras regiões. Há pouco tempo deu-se início um sistema de integração por aqui, exatamente nos moldes que você colocou. O projeto está bem no começo. Mas como você colocou, as dúvidas ainda são muitas e vários questionamentos ficam no ar; é bem verdade que, mudando de sistema ou não, o produtor já está ganhando com a nova concorrência.

Temos acompanhado os noticiários diários sobre economia e as questões voltadas para a terra e principalmente o nosso produto de cada dia, "o leite". Sabemos das dificuldades de gerenciar a nossa produção, reduzindo custos e produzir em escalas maiores. Também sabemos o quanto falta para ter uma classe unida e preparada para defender melhor o nosso negócio; então, quem sabe a integração irá nos proporcionar um pouco disso, onde teremos grupos de produtores em que podemos eleger um conselho que venha a discutir preços, volume de produção, fornecimento de assistência técnica, entre outros.

Talvez esteja aí um bom começo para que possamos trabalhar com mais tranquilidade, fazer um planejamento para o futuro, sabendo que não teremos surpresas repentinas como excesso de produção e preços baixos, ou mesmo produção aquém da desejada e com preços exorbitantes. Agora, talvez comece a ficar mais claro o que podemos tirar de proveito desse novo sistema, vamos trabalhar com algumas ressalvas e com os pés no chão, pois se no fim, as coisas não derem como esperadas, não fiquemos na lama da amargura!

Um grande abraço Marcelo.
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/07/2008

A integração pode ser uma opção, claro. No entanto, devemos tomar cuidado ao abordarmos a integração de maneira "simplista" conforme alguns comentários e análises disponíveis na mídia, atualmemente. Para que a proposta seja passível de ser posta em prática é necessário, antes de tudo, um processo de estruturação que, certamente, levará alguns anos para ocorrer e, para quem sabe das dificuldades inerentes da atividade, resta uma dúvida: até que ponto a indústria pagará para produzir e disponibilizar o referido: "pacote tecnológico abrangente"?

A sensação que temos é a seguinte: "bom, como temos objetivos em comum", vamos, agora, "ensinar" estes produtores. Vamos "turbinar" este pessoal, pois o Brasil é uma terra de oportunidades, possui particularidades como condições sócio-econômicas e edafoclimáticas favoráveis que permitem a execução de um projeto desta magnitude. Quantos investidores entraram nos últimos anos e saíram do mercado devido à baixa rentabilidade da atividade e por quê baixa rentabilidade se os modelos e projetos revelaram bons índices?

O que temos em questão é a discussão da capacidade de investimento num megaprojeto. Fazendas de "ponta", no Brasil e no mundo, enfrentam desafios enormes para crescerem em função da "pressão" imposta por sistemas de produção intensivos, com elevada taxa de descarte, baixa fertilidadade, gerando nem sempre a esperada taxa de reposição e o necessário crescimento do rebanho. Não será o montante a ser investido que irá gerar a rentabilidade, ressaltemos.

A atividade é onerosa, difícil e os mesmos desafios que um rebanho comercial num manejo profissional e tecnificado enfrenta, a integradora enfrentará. Por que financiar, então, este projeto? Para haver padronização? A integradora, além dos custos atuais envolvendo a industrialização do leite, arcará também com todos os demais custos, "fechando" por completo a cadeia? Por que não começar de maneira mais branda, pagando efetivamente por qualidade (há exceções, ressaltemos), descartando/eliminando o leite sem qualidade, prestando assistência ao produtor? Não seria mais barato este projeto? E não seria mais rentável? Quanto custo produzir uma novilha e entregá-la ao produtor prenha, com 24 meses? Qual será o retorno sobre tal investimento? Aguardemos.

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