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Por dentro da Tangará Foods

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 10/12/2009

3 MIN DE LEITURA

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Nessa última terça-feira, dia 08, estive em Vila Velha, Espírito Santo, a convite da Tangará Foods que, para quem não conhece, é a empresa que abastecia o programa Leve Leite, utilizando leite em pó importado. Em função deste posicionamento (e provavelmente de outras ações também), se tornou uma espécie de vilã no setor produtivo e industrial brasileiro.

Seus proprietários, de Belo Horizonte, começaram lá atrás, como vendedores do Ceasa. Em determinado momento, tinham a única empresa com licença para importação de bacalhau da Noruega no Brasil. O foco é comercial, indo atrás de oportunidades existentes em diversos setores.

Fiquei impressionado com a operação que vi. O tamanho das instalações é considerável e foi possível entender um pouco porque a empresa foi reconhecida (uma ironia, pois não possui fábrica!) como a melhor empresa do setor de laticínios do país pela Revista Exame. A analogia que faço é com uma grande fábrica de ração: não produz nenhuma matéria-prima, mas as reúne em fórmulas específicas ofertadas a diferentes mercados.

O que achei mais interessante do ponto de vista empresarial foi que há dois anos a empresa resolveu diminuir a dependência de grandes clientes e de produtos commoditizados. Analisou o mercado e resolveu focar sua atuação em segmentos como sorvetes e panificação, desenvolvendo produtos visando atender a esses mercados. Concorre com multinacionais como a Kerry, de origem irlandesa.

Sim, os produtos incluem soro e outros ingredientes além do leite integral. Sim, em parte os produtos substituem o leite em pó integral ou desnatado. No folheto de um de seus principais produtos, a aplicação sugere “para substituição do leite em receitas mais elaboradas”. Mas isso existe no mundo inteiro, e se eles não fizerem, a concorrência faz – e pior, com o risco de utilizar cada vez menos produtos lácteos nas formulações. Ao focar segmentos do food service até então sub-atendidos, agrega valor e mantém preços competitivos ao atuar na venda direta ao consumidor final. E talvez assim contribuam para manter os lácteos sendo consumidos…é controverso, mas talvez devamos alargar nossa visão a esse respeito.

Não vou entrar no mérito da questão dos danos causados pelas importações. É evidente que, sob o ponto de vista do produtor e dos laticínios que comercializam leite fluído ou em pó, as importações são nocivas uma vez que mascaram eventuais momentos de escassez que resultariam em elevação de preços, isso quando o produto importado não é subsidiado. O argumento utilizado pela Tangará para importar é que poucas empresas têm o padrão de qualidade que necessitam para formular seus produtos; em alguns casos, como soro desmineralizado e lactose, praticamente não há produção nacional.

Sob o ponto de vista empresarial, que me interessa especificamente, achei muito interessante ver a mudança de posicionamento da empresa, ao deixar de depender de poucos e grandes clientes para, em um espaço de 2 anos, abrir 7.000 novos clientes utilizando um call center interno com 150 pessoas. Achei a empresa bastante profissionalizada, atuando com consultorias e prestando serviços a clientes grandes e exigentes, além de atuar no mercado mais pulverizado, como colocado acima.

A Tangará faturou em 2008, segundo a Exame, US$ 228,4 milhões, com margem de vendas de 3,5% e lucro líquido ajustado de US$ 8,0 milhões.

É importante “ver o outro lado”, ir conferir de perto e só assim ter um julgamento isento. Como empresa, motivo da minha visita, achei válida a viagem. Afinal, não é sempre que se encontra no setor lácteo uma empresa com foco efetivamente no desenvolvimento de produtos para o mercado. Nesse ponto, ironicamente, talvez a Tangará possa ser copiada por outras empresas do setor, cuja atuação muitas vezes se restringe à venda de commodities para o grande varejo.

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