ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

O que acontece com o leite em Goiás?

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 08/07/2011

9 MIN DE LEITURA

30
0

Estive recentemente em Campinorte, norte de Goiás, para dar uma palestra sobre perspectivas de mercado. No caminho, conversando com o presidente da Centroleite, Haroldo Max de Souza, discutíamos com preocupação o que vem ocorrendo com a produção de leite goiana.

O estado havia sido o grande destaque da década de 90, com crescimento anual que chegou em dado momento a atingir mais de 35%, segundo o IBGE. Eventos com mais de mil produtores eram corriqueiros, ancorados em uma forte organização de produtores através da Federação da Agricultura que, em última análise, projetou lideranças inclusive politicamente. O estado foi o berço da Centroleite, que de forma inovadora passou a reunir grande quantidade de leite para comercialização conjunta, obtendo como resultado uma equalização dos preços com Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, os redutos mais tradicionais. Já nessa década, o setor obteve redução de ICMS, parcialmente revertido para uma bem sucedida campanha de marketing, inédita nos demais estados.

Apesar de tudo isso, o leite em Goiás não manteve o ritmo. Pelo contrário, vem sendo ultrapassado em crescimento por outros estados que, embora tenham largado atrás, vem obtendo taxas de crescimento superiores. A figura 1 mostra o crescimento acumulado de alguns dos principais estados produtores de leite e do próprio Brasil, até 2009, último dado disponibilizado pelo IBGE. Nota-se claramente a forte arrancada de Goiás na década passada e a perda gradativa de força, a ponto de, em 2009, a dianteira acumulada anteriormente ter sido consumida. Nesta década, o crescimento relativo de Goiás foi ultrapassado pelo de SC e do PR (obs: não se trata de produção absoluta, mas sim relativa, considerando a produção de cada um em 1990 como sendo equivalente a 100).

Figura 1. Produção relativa de cada estado e do Brasil a partir de 1990, considerando a produção de 1990 equivalente a 100 (Fonte: IBGE)
 

 


A figura 2 retrata dois momentos distintos do leite goiano e embasa ainda melhor o argumento deste texto. De 1990 a 2000 foi o estado que apresentou as maiores taxas anuais médias de crescimento entre os principais estados, com quase 8%. Já no segundo período a taxa caiu para 3,6% ao ano, sendo o único estado que apresentou queda na taxa de crescimento nesse segundo período. Em outras palavras, enquanto o Brasil e os principais estados pisaram no acelerador, Goiás fez o contrário, perdendo o segundo e terceiro postos no ranking nacional, para RS e PR, respectivamente.

Figura 2. Taxas de crescimento na produção de leite nos principais estados e no Brasil, em dois períodos (Fonte: IBGE)

 

 



E tudo indica que os resultados de 2010 e desse início de 2011 foram ainda piores. De acordo com o Cepea/USP, a retração de Goiás de 2009 para 2010 foi de 9,1%, período este em que os demais estados cresceram: MG, 4,1%; SP, 5,0 %; RS, 5,9%.

No início de 2011, queda ainda maior: enquanto de janeiro a abril o país teria tido retração de 0,6%, Goiás teria despencado: 13%. Se os números do Cepea forem confirmados pelo IBGE, Goiás produzirá neste ano 2,398 bilhão de litros, a mesma produção de 10 anos atrás. Para se ter uma ideia da perda de participação do estado, nesse mesmo período o Brasil terá produzido 10 bilhões de litros a mais - e nenhum deles em Goiás. A preocupação de Max, portanto, se justifica.

O que estaria afinal acontecendo com o leite goiano?

Há provavelmente várias causas que explicam a situação atual, a começar pela restrição dos FCOs vigentes na década retrasada (e posterior endividamento de produtores) e que certamente contribuiram para uma expansão talvez exagerada, não embasada na realidade. Mas há outros fatores que podem ser analisados.

Em 9/10/2009, escrevi o editorial "Diagnóstico do leite em Goiás: a realidade continua a mesma".

O trabalho coordenado pelo Prof. Sebastião Teixeira Gomes e viabilizado pela FAEG mostra que, na ocasião (julho de 2008 a junho de 2009), 68,4% dos produtores produziam menos de 200 litros/dia. Na média, o goiano produzia 245 kg/dia, com capital investido de R$ 786.000, sendo 75% em terra - uma exploração extensiva e certamente ineficiente.

Reproduzindo o texto do artigo, concluí à época que "o nível tecnológico é, em geral, baixo. Pouco mais de 30% fazem controle leiteiro; 69,3% não utilizam caneca de fundo telado para diagnóstico de mastite; 20% ainda não resfriam o leite; dos que resfriam, 60% o fazem em tanques coletivos. Mais de 40% dos reprodutores são zebuínos puros."

Ainda: "a maior parte dos produtores não cobre os custos totais de produção e, quando cobrem, a margem é pequena e bastante inferior ao rendimento obtido pela poupança (apenas produtores acima de 500 litros/dia têm lucro). Em geral, são cobertos apenas os custos operacionais efetivos, isto é, o desembolso de caixa, sem contabilizar a mão-de-obra familiar e a depreciação. Isso quer dizer que i) o produtor se sujeita a trabalhar por um valor menor do que o custo de oportunidade de seu trabalho, e ii) no longo prazo, será forçado a deixar a atividade por não cobrir os custos totais de produção."

Em resumo, o diagnóstico de 2009 já deixava claro que a situação em Goiás não seria sustentável, e que a queda na produção poderia ser questão de tempo, caso nada fosse feito.

Há, no entanto, 3 aspectos que podem ter catalisado essa situação. O primeiro, já retratado em outro editorial e em artigo escrito recentemente pelo mesmo Prof. Sebastião Texeira Gomes, refere-se à melhoria da qualidade de vida da população mais carente, fruto das políticas de inclusão e do aumento do salário mínimo, que cresceu muito mais do que o preço do leite nas últimas 2 décadas. O resultado é que o custo de oportunidade da mão-de-obra se elevou, de forma a não justificar economicamente a existência de um produtor de pequeno porte que seja ineficiente: seus filhos não permanecerão na atividade e, mesmo ele tende a ter outras opções de renda. Contrapondo esse cenário com a realidade goiana retratada no trabalho da FAEG, fica evidente que o produtor médio do estado não estaria preparado para sustentar o crescimento da produção de leite necessária para manter Goiás em posição de destaque, em um cenário de mais desenvolvimento econômico e social.

O segundo fator, que está relacionado tanto ao custo de oportunidade da mão-de-obra quanto da terra, é a expansão de atividades como a cana-de-açúcar. A figura 3 mostra os dados até 2007, segundo o IBGE. A produção mais do que dobrou entre 96/97 (ano de forte crescimento do leite) e 2005/06. Em área de cultivo, entre 1992 e 2007, o crescimento foi de 232%.

Figura 3. Produção de cana-de-açucar em Goiás (Obtido de Castro et al, 2010)

 



Sabe-se que a questão logística, isto é, a proximidade das áreas de cultivo com a área de processamento, é crítica para viabilizar economicamente o empreendimento industrial. Quando se instala em uma região, uma nova usina tende a fomentar a produção de forma intensa em um raio próximo da unidade, oferecendo inclusive uma gama de serviços e novas formas contratuais que seduzem o agricultor, principalmente quando seus resultados não são particularmente bons, como pode-se depreender da análise do produtor médio de leite de Goiás.

As figuras 4 e 5 mostram que, no caso do leite, esse efeito pode ter sido relevante, ainda que não tenhamos os dados diretos para aferir a hipótese. A figura 4 mostra as usinas existentes em Goiás, em 2007. Já a figura 5 mostra a concentração da produção de leite no estado.

Figura 4. Usinas de cana em análise, implantação, operação e projeto aprovado em Goias, em 2007 (Fonte: Agência Ambiental de Goiás, adaptado de Castro et al., 2007)

 



Figura 5. Concentração da produção de leite no Brasil em 2009 (https://www.cileite.com.br/panorama/especial30.html, Cicarini, Nolan e Zoccal)

 



Fica evidente que há coincidência espacial entre a localização das usinas e a concentração do leite - ambas no Sul Goiano. Essa crescente competição com uma atividade que necessita de grande volume próximo à fábrica, aliado à caracterização de um produtor de leite que mal se sustenta, como o trabalho do Prof. Sebastião indicou, levará, mais cedo ou mais tarde, à conversão de áreas até então utilizadas para o leite, para a produção de cana.

O terceiro aspecto que potencialmente catalisou esta perda de produção em Goiás é a escalada de custos em comparação aos preços, desde janeiro de 2008.
A figura 6 mostra a evolução dos preços e custos de produção de leite em alguns estados (no caso, custo operacional efetivo), tomando como base o valor 100 de janeiro de 2008 para ambos os parâmetros. O gráfico mostra os valores dos últimos 12 meses.

Percebe-se que, nos estados do Sul do país, o valor do leite subiu mais do que os custos operacionais, sempre lembrando que a base de comparação é janeiro de 2008. Isso quer dizer que a situação do produtor de leite melhorou nesses 3 anos, mesmo considerando os altos e baixos da atividade e o fato de que janeiro de 2008 foi um mês de preços de leite bastante elevados. Possivelmente, esse resultado é fruto de uma equiparação (ou quase isso) dos preços dos estados do Sul do país em relação aos estados do Sudeste e Goiás, o que melhorou a situação dos produtores e deve ter sido um dos fatores que estimulou o aumento da oferta, ao lado dos fortes investimentos em novas plantas.

Já Minas Gerais e, principalmente, Goiás, apresentaram situação inversa. Os custos subiram mais do que os preços, de forma que a rentabilidade do produtor, mantida a mesma produtividade, foi pior. Esse aspecto, somado aos fatores anteriormente discutidos, fecha o quadro da estagnação e queda da produção em Goiás: endividamento, ineficiência, deterioração da margem de lucro, que já era preocupante, e concorrência com outras atividades.

Esse processo em curso em Goiás não é novidade nem no Brasil, nem fora dele. O tradicional meio-oeste norte-americano perdeu espaço para os grandes produtores do Oeste, até que novos produtores, ou projetos totalmente renovados, alcançaram eficiência e rentabilidade nestas mesmas regiões tradicionais. No Brasil, o estado de São Paulo viu o encolhimento de sua produção de leite à medida que nele atuaram os mesmos fatores que atuam agora em Goiás.

Será Goiás um novo São Paulo? Cedo para dizer, mas parece claro que se algo não for feito pelas partes interessadas - leia-se laticínios, cooperativas, organização de produtores, não há argumento que sustente no curto prazo a recuperação da produção goiana, ao menos nos níveis anteriores.

Ao mesmo tempo em que esse quadro se configura, temos a notícia de que a Fonterra, maior laticínio do mundo em captação de leite e dotada de uma das mais eficientes estruturas de captação de leite do mundo, se não a mais eficiente, anunciou a compra de terras para iniciar uma fazenda-modelo justamente em..Goiás!

Estará a Fonterra equivocada, errando de forma tão clara de lugar? É evidente que o estado de Goiás tem potencial para retomar sua trajetória. Tem área disponível, água, boa topografia, grãos e insumos.; tem localização estratégica, no centro do país, equidistante de vários mercado importantes. O que é necessário é repensar as formas de se produzir leite por lá, formas que, até então, estiveram na origem do crescimento verificado nos últimos 20 anos, mas que, em uma nova realidade, não mais se justificam.

Figura 6. Evolução do custo operacional efetivo (COE) e preço do leite em alguns estados (Fonte: Boletim do Leite, número 197, Cepea/USP)

 



Obs: Colaborou Aline Ferro, do Cepea/USP

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

30

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

ANTÔNIO FÁBIO SEVERO LIMA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/12/2018

GOSTEI MAS A CANA HOJE SE EQUIPARA COM A SOJA NO ARENDAMENTO SOJA DE 60 A 70 SACOS POR ALQUEIRE E CANA A 75 TONELADAS ESTAO IGUAIS ESTE ANO PARA MIM FORNECEDOR DE LEITE ESTA SENDO O PIOR LEITE A 1.12 O LITRO RAÇAO A50.00O SACO +DESPEZAS A COISA TA FEIA
THIAGO CARVALHO INÁCIO

BELA VISTA DE GOIÁS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/08/2012

Caro Guilherme Alves de Mello Franco: Você tem razão, a desunião da classe e notória. Fico feliz em saber que não busca uma competição e que assim como eu pensa em nosso Brasil como futuro alimentador. Gostaria de indicar uma revista que estou em mãos, Leite e Derivados (edição de Maio/Junho 2012). Esta fala sobre o mercado leiteiro em geral, inclusive tem uma matéria do Marcelo Pereira de Carvalho (Coordenador do MilkPoint), veja o potencial de crescimento do mercado, segundo pesquisa da Tetra Pak existem 2,7 bilhões de novos consumidores. Tenho ciência que para incorporar a ideia do "Bem Comum" aos produtores será um pouco assoberbante, porém e necessário que pessoas com amor a este tesouro que é nosso leite possa acreditar em uma mudança, influenciando essa expansão de mercado.
O bem comum será um processo natural do negócio, as indústrias sabem dos problemas e isso forçará um novo pensamento, gosto de pensar: parceiro produtor, não basta apenas aumentar o valor a ser pago as mãos que os sustentam. É preciso trabalhar em cumplicidade, conhecer os processos e as necessidades uns dos outros, isso pode ser realmente demorado, mais mesmo que seja, espero que aconteça.
Vejo seu desanimo como normal, as coisas não estão boas, o índice de capitação de leite do Cepea (ICAP-Leite) recuou 3,8% frente a fevereiro. Mas, mesmo com essa queda de um mês para o outro o ICAP-Leite/Cepea ficou em patamar 1,5% acima do observado em março/2011.
As maiores altas de preços do leite ao produtor foram Goiás com 2,7% (2,4 centavos por litro) e Minas Gerais com 2,2% (1,9 centavos por litro). Para fazer uma comparação com São Paulo o preço médio pago aos produtores foi de R$ 0,8874/litro (uma tristeza).
Resta apenas acreditar que realmente acontecerá uma mudança mais concreta, pois podemos perceber que pelos dados acima que os estados de GO e MG estão buscando uma melhoria.


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/08/2012

Prezado Thiago Carvalho Inácio: Para que se tenha uma melhoria no leite brasileiro, tanto em quantidade quanto em qualidade, é preciso só uma coisa - vontade dos produtores em evoluir. Por outro lado, não é bem isso o que tenho constatado em minhas andanças tanto por Minas Gerais quanto por outros estados brasileiros. O quadro que se nos apresenta é de uma estagnação quase que integral, de tal forma que, quando nos deparamos com alguém evoluído em seu manejo e em suas perspectivas de futuro, com sistema profissional de produção, somos  tomados pelo espanto. E, acredite, isto é muito triste para quem, como eu, tenciona ver o Brasil como um futuro alimentador do mundo, principalmente com relação ao ouro branco do leite. A cada passo para frente que dou, encontro três que andam na contramão. Portanto, se engana você se entende que eu estou numa disputa entre Estados da Federação para saber quem é o melhor.Não existe melhor, somos todos ruins.  Somos desunidos, sim, mas, principalmente, acomodados, descrentes e sem vontade de crescer. Deste modo, os problemas tendem somente a se amplificar, como as colônias de bactérias em nossos tanques de expansão. Pena que a vontade de melhoria que você descreve, quanto à indústria, venha atrelada a uma fome exploratória, que mata a mão que a sustenta, o produtor. Temo, portanto, que este "bem comum" que você espera demore ainda muito a chegar.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
THIAGO CARVALHO INÁCIO

BELA VISTA DE GOIÁS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/08/2012

Boa tarde a Todos!

Gostaria de poder diminuir a tensão sobre o assunto, infelizmente o que podemos ler no artigo e muito dos comentários é de fato realidade.

Ao colega de Minas, não estamos em um jogo, á disputa incessante não se faz necessária neste momento, o seu gado, o seu leite, a sua terra não é responsável pela qualidade maior do leite Brasileiro. Para isso, a dependência é maior que a sua vontade, no setor leiteiro existe uma grande intenção de crescimento por parte dos industriais, porém as questões familiares de produtores e processos utilizados no passado de processamento e manuseio de leite que estão prejudicando.

Alguns laticínios da região goiana têm bons projetos de acompanhamento, treinamento e assistência técnica para produtores. Estes vêm com intenção de melhorar o ramo lácteo, atender exigências do mercado internacional, nossa maior intenção de comercialização. Com o crescimento das indústrias será natural uma mudança nos conceitos, tanto para o industrial quanto aos produtores.

A mudança que cito é um programa de gerenciamento e qualidade total do leite, onde se devem envolver todas as etapas, desde a alimentação do gado até a embalagem do produto industrializado. Apenas com esse desenvolvimento, que se faz necessário para a economia nacional, será possível aumentar a produtividade e consequentemente trazer maiores fatores motivacionais aos herdeiros de produtores desmotivados, desinteressados e também aos industriais totalmente em ritmo amarelo (não sabem se vão ou se ficam).

A questão maior é que, caso não seja feito um trabalho urgente de melhoria, a situação será incontrolável e o destino do leite será um só no brasil. Sabemos a importância da bacia leiteira para a economia nacional, e por ela, temos que continuar e melhorar de forma urgente. O leite deve ser mais bem tratado, os produtores precisam focar na qualidade e os industriais devem fornecer toda a assessoria para que isso possa acontecer. Apenas assim, os produtores terão menos custos inadequados e valorização do seu produto o que proporcionará melhores resultados financeiros.

Com leite de melhor qualidade num século que prevalece a saúde e o bem estar, as vendas nacionais e internacionais serão reais ao futuro que estamos caminhando, e o setor industrial poderá alcançar níveis mais lucrativas nas suas ações financeiras. Trazendo o bem comum.   

Atenciosamente,

Thiago Carvalho Inácio

Consultor de Negócios

carvalho.inacio@hotmail.com  
RAFAEL DINIZ

SÃO FRANCISCO XAVIER - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2012

Oi Ronaldo, espero que nao chegue a esse ponto de perder tudo.

A respeito dos zebuinos para mim sao animais perfeitos para o ambiente brasileiro em se tratando de corte, agora na producao de leite realmente inviabiliza comparando-se com outras racas.

E o que eu aprendi e digo: Eu nao tiro leite de vaca com cupim. Vaca de cupim vai bem para o abate.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/04/2012

Rafael,

O problema é que ainda estão insistindo nesta aposta, e só vão parar depois que perderem até mesmo o rumo de casa...
RAFAEL DINIZ

SÃO FRANCISCO XAVIER - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/04/2012

Gente, o Zebu foi a grande aposta errada dos produtores de leite brasileiros. Infelizmente essa é a realidade não assumida ainda...
OSWALDO GUIMARAES COSTA PINTO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/12/2011

Caro Sr. Vicente, o senhor está de parabéns com o raio-x da atividade leiteira. Somente faltou o meio ambiente e o ministério do trabalho para concluir seu diagnostico.

Nos próximos 10-15 anos veremos a seguinte situação da pecuaria leiteira:
1- por falta de condições, vários médios e pequenos produtores deixarão a atividade
2- a demanda mundial e brasileira irá aumentar e o Brasil terá que importar o produto
3- o Governo atrasado como sempre irá liberar milhões de reais para estímulo da pecuaria leiteira.
4- os pecuaristas ja velhos sem herdeiros, sem genética e sem infraestrutura, não conseguem acesso a este dinheiro, pois não conseguem garantias reais para o agente financeiro .
5- grandes grupos empresariais conseguem estes incentivos e montam enormes EMPRESAS PRODUTORAS DE LEITE E ESTES GRUPOS POSSUEM LATICINIOS PRÓPRIOS, PARA PRODUZIREM LEITE EM PÓ PARA O MERCADO EXTERNO.

Ou seja o governo vai incentivar grandes grupos empresariais para pecuaria de leite de exportação.
Igualzinho hoje o que ocorre com a agricultura de exportação. Grandes empresas visando o mercado externo com dinheiro brasileiro subsidiado .
A solução é se tornar um grande produtor, ou investir em qualidade de vida neste restinho que ainda temos, pois para nós de 3.000 litros para baixo o fim é eminente
VICENTE RODRIGUES

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/12/2011

Só agora consegui contactar esta discussão, segue minha opinião:   
Sou produtor de aprox. 1500lt. de leite por dia em Guapó GO, aproximadamente 60 km de Goiania. Tiro dinheiro do bolso para produzir leite. Sou o único que ainda produz quantidade significativa no municipio.(devo ser o mais burro e mais teimoso). A gordura que tenho para gastar foi conseguida com gado de corte durante toda minha vida, gado de corte e economia, sou mineiro. As dificuldades intransponiveis são as seguintes:  
1) Idade. já tenho 68 anos e as pernas estão cansadas, porém a cabeça está a1000, com vontade de começar e implantar varias inovações.)  
2) Falta de interesse dos filhos de ao menos passear na fazenda, estão incomparavelmente melhor com suas atividades urbanas, medicina, indústria etc.
3) falta total de mão de obra apta ao manejo e, principalmente falta de pessoas com caráter que permitam relação de confiança.
4)  Relação totalmente desequilibrada entre os equipamentos produtivo e o comprador do leite. A nós cabem as obrigações, qualidade do leite, cumprir horários, arcar com acidentes, garantir quantidades, entregar o produto sem saber o preço que iremos receber, garantir estradas etc.
5) total falta de qualquer arremedo de assistência tecnica por algum orgão responsável, quer úublico ou privado. Nos aconselhamos com os vendedores do varejo, e é assim que a atividade caminha para 90% dos produtores. De minha parte continuo não sei até quando, porém já estou perto de esmorecer.  
Um abraço.  Vicente rodrigues.               
JOÃO VICENTE SILVEIRA PEDREIRA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 20/08/2011

Alexandre Queiroz, prazer em falar com voce.


Seus comentários são certeiros pois voce vivencia essa história ha mais de 10 anos e sei do que está falando. Concordo com voce. E acho que a situação de Goiás pode acontecer com qualquer região, estado ou pais. Desde que a ausencia das bases técnicas de produção (pessoas) e de mercado  não forem consideradas ou subjulgadas.


Joao  
RODOLFO LINO ROSA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/08/2011

Infelismente Goiás e outros estados sofrem.


Queria saber é se o governo dos estados e ate mesmo o federal, nao podem contratar ajuda tecnica de veterinarios zootecnistas e agronomos para tentar reverter esse quadro.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/07/2011

Prezado Deusimar F. de Oliveira: Não se trata de bairrismo, mas, sim, de constatação. A região mineira que você cita, há bem pouco tempo, também, era dedicada à pecuária de corte, nas águas da tradição de Uberaba, como é o Estado de Goiás (morei onze anos na região de Morrinhos, Caldas Novas, Catalão, Ipameri, Piracanjuba, Nova Aurora, Goiandira e visitei outras tantas). Estou na Zona da Mata de Minas Gerais e, portanto, numa das maiores bacias leiteiras do Brasil, junto com o Sul de Minas Gerais. A tecnologia é fato aqui, como o é, também, em Castro, PR, nos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. O próprio artigo denuncia a verdade dos fatos. O mais, sim, é "bairrismo".


Um abraço,








GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA -MG


A ELITE DO LEITE


SELEÇÃO DE GADO HOLANDÊS


SELEÇÃO DE GADO JERSEY


MAIS DE CINQUENTA ANOS PRODUZINDO QUALIDADE
JOSE ANTONIO RESENDE

CORONEL XAVIER CHAVES - MINAS GERAIS

EM 10/07/2011

Infelizmente, tanto em Goiás como em Minas, a situação do produtor de leite é preocupante. Resta-nos a força do associativismo/cooperativismo, que ainda não foi efetivamente utilizada. Parcerias, compras de insumos em conjunto, marketing institucional, pressão ao poder público, tecnologia, redução de custos, melhoria da qualidade do leite; entre outras coisas, realmente é o que interessa. Unidos sim, alcançaremos nossos objetivos.
WILKERSON MARQUES FRANCO

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/07/2011

Bom dia a todos.

Gostaria a princípio parabenizar a milkpoint por este brilhante trabalho de informação que vem trazendo ao produtor rural. Parabenizar também o Sr. Marcelo Pereira que com muita distinção nos apresentou uma intrigante situação que ora afeta o Estado de Goiás.

Sou produtor rural, veterinário, e vejo com muita tristeza esta situação detectada por nosso prezado Marcelo.

Venho também através destes comentários me solidarizar com os produtores leiteiros do Estado de Goiás e dizer que trabalho com Assistência Técnica em propriedades rurais desenvolvendo um trabalho de diminuição de custos na área de nutrição, melhoramento do manejo do gado, reprodução (IATF) entre outros.

Se algum produtor tiver o interesse de me contactar para uma conversa sobre o assunto e o trabalho desenvolvido; estou a disposição no e-mail: wmflmcf@bol.com.br

E mais uma vez obrigado a Milkpoint e a seus colaboradores por ter este canal aberto entre nós produtores rurais brasileiros

att.

Wilkerson Marques

DEUSIMAR F. DE OLIVEIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/07/2011

Nao sei porque este moco de Juiz de Fora esta generalizando o rebanho de leiteiro de Goias. Na regiao dele deve ser altamente tecnificada, porque estive no final do ano passado na regiao de Luz e Bom Despacho o que vi por la e igual aqui mesmo.  Visitei muitas fazendas nesta so uma fazia inseminacao artificial as restantes so boi e quase todos Gir. La comprei varias vacas 3/4 7/8 de holandes que ainda estam parindo em minha propriedade detalhe: so  nasce  girolando raramente um holandes. Mas este discurso bairrista nao nos leva a nada ne Sr. Guilherme. O que deveriamos fazer mesmo e ter mais uniao entre nos produtores de leite porque  em qualquer parte do Brasil com ou sem tecnologia somos mal remunerados. Quem lucra sao as Industrias, Laticinios e os outros seguimentos desta cadeia da porteira pra fora. Abracos.
ARIANY RAFAELLA NETO SILVA

SÃO LUÍS DE MONTES BELOS - GOIÁS - ESTUDANTE

EM 05/07/2011

Parabéns Marcelo, muito bom o artigo.

Gosto muito da produção leiteira, e infelizmente, estou acompanhando esta queda, principalmente aqui na minha região, São Luis de Montes Belos. Todo dia converso com produtores que estão parando de "tirar leite" pois não conseguem cobrir seus custos. Mas, por aqui muito se justifica, porque grande parte dos produtores daqui da região nunca receberam um técnico na fazenda, não tem controle dos custos de produção, não reformam pastagens, e querem continuar tirando leite como à 20 anos atrás.

Apartes interessadas, como você mesmo disse  -  laticínios, cooperativas, organização de produtores, tem que buscar alternativas e tecnicas para melhorar e viabilizar o sistema produtivo de leite em Goiás, senão a tendência de queda vai continuar, e piorando cada vez mais.

Mas desejo infinitamente que não!!

Abraço

Ariany Rafaella

Graduanda em Zootecnia
MILTON LUIZ MOREIRA LIMA

GOIÂNIA - GOIÁS - PESQUISA/ENSINO

EM 04/07/2011

A discussão acima é cair no vazio e não leva a lugar algum. Os coeficientes técnicos e econômicos da pecuária leiteira de Goiás (Diagnóstico de 2009)  e de Minas Gerais (Diagnóstico de 2005) simplesmente não diferem. São medíocres nos dois ESTADOS. Ou será que houve uma transformação radical da pecuária leiteira de Minas Gerais nos últimos seis anos?

O diagnósticos foram elaborados pelo mesmo grupo de pessoas a apontam resultados iguais.

Além disso, a idéia "BRILHANTE"  da VACA DE LEITE, BEZERRO DE CORTE não foi dos Goianos. Ou foi?
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/07/2011

Prezado Eduardo Hara: Respondo-lhe porque senti que as suas críticas são lançadas a mim. Mas, vamos lá, qual a distância entre Piracanjuba e Uberaba, por exemplo? Você se esqueceu de Ipameri, Orizona, Catalão, Goiandira, Nova Aurora,  e cidades próximas. Quais as médias de temperatura, nesta região e em todo o estado de Goiás, incluindo a constância de chuvas? Compare as terras de Goiás com as de Minas Gerais, São Paulo e Paraná: quais as melhores? Por que se prefere plantar soja do que criar gado de leite nestas excelentes terras? Finalmente, porque Goiás não é o maior produtor de leite brasileiro, e, sim, Minas Gerais? Qual é a base do rebanho leiteiro de Goiás? Holandês ou Jersey puros ou os denominados pés duros e, se assim não for, qual é a média de produção de seus rebanhos? O que é mais desenvolvido em Goiás: pecuária de corte ou leiteira? Por que a maioria dos leilões que acontecem nas cidades relacionadas acima são de gado de corte? Finalmente, o Estado de Goiás não é só o sul e o sudeste, mas todo ele. E, as outras áreas? Que resposta você dará ao seus conterrâneos Paulo Afonso Oliveira, de Goiatuba, Mateus Oliveira e José Manoel de Oliveira Moura, de Goiânia?

Um abraço,

GUILHERME ALVESDE MELO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
EDUARDO HARA

RIO VERDE - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/06/2011

"gado de baixíssima qualidade, clima inóspito às raças mais produtivas (europeias), terra pouco afeita às boas pastagens"


Vamos por partes:


1) clima inóspito: israel e o oeste americano são desertos, quando comparados a Goiás, mesmo assim com esse clima "inóspito" cria-se HPB.


Aliás este clima "inóspito" com muita luz e calor, aliados a água, possibilita o crescimento vigoroso de forragens como Mombaça, Tanzânia Tifton, etc


2)terras pouco afeitas as boas pastagens: as Usinas estão arredando as terras de latossolo vermelho esccuro e planas e  "pouco afeitas" que estão produzindo 60-70 sacas/ha de soja na safra.


3)gado de baixíssima qualidade: as maiores bacias leiteiras do estado não estão próximas ao triângulo, mas sim na região de Piracanjuba e Morrinhos, além do sudoeste goiano.





att,


Eduardo Hara


eng. agrônomo
OSWALDO GUIMARAES COSTA PINTO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/06/2011

Este fato tambem está ocorrendo em Minas. Atualmente na região de LUZ/LAGOA DA PRATA/MOEMA/ESTRELA DO INDAIA. Os produtores estão ficando velhos e não há renovação familiar.Falta mão de obra mesmo desqualificada.Antes o meio ambiente estava penalizando os pecuaristas. A Usina de Lagoa, está se expandindo , e o "canto da sereia" é muito atraente. Nesta região a pecuaria leiteira está fadada ao fracasso, e já nos dias de hoje não há mais retorno. Como estimular um produtor de mais de 60 anos de idade, a investir na propriedade com tecnologia, para daqui a 10 anos ou mais começar a colheros frutos?E deixar estes investimentos para quem? Filhos e netos já há muito abandonaram a atividade. Esta região citada, daqui a 10 anos será um sertão de cana.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures