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Mais um momento para repensar o leite no Brasil

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 21/05/2013

10 MIN DE LEITURA

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Os recentes episódios envolvendo fraudes no transporte de leite no Rio Grande do Sul, caprichosamente às vesperas do Dia das Mães, expuseram mais uma vez fragilidades na cadeia de fornecimento de leite e nos remeteram de volta a 2007, quando foi deflagrada a Operação Ouro Branco, nos dando a talvez falsa sensação de que, nesses 6 anos, pouco avançamos nesse quesito.

Garantir a qualidade não é tarefa fácil em um mundo globalizado. Com cadeias de suprimento cada vez mais longas e com o aumento da escala, perde-se o contato com etapas de produção que, antes, eram acompanhadas de perto pelas empresas. Tivemos recentemente o caso da carne de cavalo na Europa; uma empresa processa, vende para outra, o produto é embalado com uma marca de um terceiro e, finalmente, ganha o mercado. Não raro, um produto alimentício tem ingredientes provenientes de diversos países, como uma linha de montagem global.

Garantir a qualidade e a conformidade de cada ingrediente e de cada etapa de produção passa a ser um significativo desafio, ainda mais quando a busca incessante por custos mais baixos para competir faz com que fornecedores digamos, menos tradicionais, sejam selecionados – como foi o caso da carne romena, que continha carne eqüina no meio da bovina. O problema é que esse produto, ao ser embalado sob determinada marca, evidentemente passa a ser identificado como tal junto ao mercado. A solução passa por um rigoroso processo de certificação dos fornecedores, além de monitoramento da qualidade, o que gera custos extras que, no curto prazo, pressionam os resultados, mas que, no longo prazo, garantem a sustentabilidade do negócio.

Em 2008, na China, um episódio de fraude na cadeia do leite gerou efeitos que perduram até hoje. Naquele episódio, intermediários utilizaram melamina, um produto que eleva a proteína do leite e, de quebra, gera falência renal para quem o consome.

Mais de 200 mil bebês foram afetados, já que o produto foi vendido para uso em fórmulas infantis, ironicamente onde mais se agrega valor quando se pensa em uso nobre para o leite em pó. Empresas quebraram, a produção estacionou e abriu-se espaço para o aumento das importações, resultando assim em grande parte do volume importado pela China desde então, fazendo a festa dos neozelandeses e norte-americanos que ocuparam este mercado. O chinês perdeu a confiança no produto nacional e prefere pagar um prêmio pelo produto importado. Para refletir.

Não é realista achar que alguém está imune a fraudes, até porque os fraudadores podem aperfeiçoar seus métodos e ingredientes. Entendo ser necessário atuar em 3 frentes imporantes:

a) Penalizações significativas para infratores, tornando a infração menos atraente. Considerando os 100 milhões de litros de leite transportados pelas empresas infratoras entre abril de 2012 e maio de 2013, segundo matéria do jornal Estado de S. Paulo, e supondo um preço médio de R$ 0,85/litro, tem-se que, a grosso modo, 10% de “economia” no leite através da fraude resultaria em ganhos extras de R$ 8,5 milhões caso 100% desse leite tenha sido fraudado. Independentemente se os valores são esses, o fato é que os ganhos são elevados quando se multiplica centavos por milhões por dia e, como tal, precisa receber punições que tornem esse grande negócio menos atrativo.

b) Fiscalização. Não sou especialista em inspeção e, portanto, não irei muito além nessa questão além de revisitar temas que já são por todos conhecidos. Unificação dos sistemas de inspeção municipal, estadual e federal; aprovação do RIISPOA para que tenhamos o marco legal da IN 62 definido, capacitação dos laboratórios se necessário e mudanças no formato de inspeção são medidas importantes para que, em uma cadeia complexa e pulverizada como leite, consigamos garantir à população o consumo de um produto sempre seguro e que possa ser exportado a outros mercados.

c) Ações empresariais e setoriais. Além da fiscalização oficial, cabe às empresas evitar que o produto adquirido no mercado e embalado com sua marca tenha ingredientes que não deveriam ter. Em última análise, o investimento em fazendas próprias e controle de todo o processo por parte da Fonterra na China e na Índia (e, futuramente, no Brasil), com integração total, é um exemplo extremo disso. No sistema brasileiro, a questão é como apertar o cerco individualmente, gerando custos extras e, não raro, restrições relativas ao volume de leite adquirido, quando o mercado não sabe diferenciar o joio do trigo, dificultando a agregação de valor, e quando o volume de leite processado não pode ser perdido.

A solução para isso seria uma ação conjunta, de diversas empresas. Por exemplo, um selo de qualidade e conduta, com normas até mais rígidas do que as oficiais, levados a cabo pelas próprias empresas do setor, com auditoria externa. Aliado ao selo, uma forte campanha de esclarecimento e marketing visando a agregação de valor ao produto certificado poderia ser realizada. Se as principais empresas se empenharem nisso, aos poucos mudamos o mercado. Não é tarefa fácil, nem rápida.

Isso nivela as empresas e os investimentos em marketing feitos pelas marcas, já que todos teriam uma chancela comum? Acredito que não. Afinal, mesmo com selo oficial de inspeção, o que também em tese é um nivelador, evidentemente há espaço para posicionamentos específicos que agregam valor às marcas que souberem explorar o mercado.

O desafio é fazer isso acontecer quando não temos, junto às empresas e ao setor, uma agenda de longo prazo, fundamental para que uma visão assim seja buscada ainda que o cenário de curto prazo seja desafiador: margens baixas, fábricas ociosas e escassez de leite.

Mas qual é o problema de termos tido uma Ouro Branco há alguns anos, e agora um Leite Compen$ado? O mercado continua crescendo e, até que se prove o contrário, os problemas são pontuais.

Acredito que o buraco é mais embaixo. O risco de uma não-conformidade aqui e ali, como temos observado, gera efeitos diretos nas empresas envolvidas, mas também abalam a imagem do produto e do setor. Basta olhar as redes sociais e perceber que o estrago é grande. Sempre que há esse tipo de crise, surgem comentários do tipo “só vou tomar suco”, “bom é o leite direto da vaca”, “leite é só para bezerros, etc”. Vejam abaixo um pequeno exemplo disso, ficando claro que os efeitos não são positivos:
 

Exemplos de manifestações de consumidores a respeito das fraudes:





Laercio Borges: "Saudável mesmo era quando a gente comprava o leite que vinha do sítio, na garrafa PET, esse sim era puro, só que o produtor não pode ganhar um pouquinho mais vendendo para o povo, tem que entregar nos laticínios pra esses vagabundos colocarem todas essas porcarias no leite das crianças. É como dizia Bóris Casoi, ISSO É UMA VERGONHA..."










Ana Paula Talavera: "Go vegan"

Barbara Duarte: "Tô fora de tomar leite..." 





Eli Gomes: "Dizem que o mundo é dos espertos, eu não concordo, porque a esperteza um dia é descoberta e se torna em vergonha. Enquanto isso, devemos tomar cuidados com o que consumimos, melhor é tomarmos leite nas tetas das vacas do que nas tetas da indústria, porque essa está produzindo CÂNCER e muitas outras doenças nas pessoas. Esse capitalismo extremo passa por cima de qualquer regra de boa qualidade de vida em nome da usura por lucros a qualquer preço.
" 





Priscila Pereira: "Ta é difícil comer sem estar adulterado. O jeito mesmo é todo mundo virar vegetariano... kkk... por enquanto né"









Kelen Sales: "Absurdo isso, falta de respeito com a vida do ser humano...
" 





Sil Lanza: "De todo modo tomar leite é apenas um mito criado pela indústria! Não precisamos de leite! somente o da mãe nos primeiros meses de vida! De todo reino animal, o homem é o único animal que continua a tomar leite após a primeira infância!O leite precisa apodrecer em nosso organismo para ser processado! Então bom mesmo é não tomar leite, ou só de soja! Com frutas é ótimo!
"





Aparecida Fátima Marques: "A que ponto chegamos...
"





Claudia Amaralina: "Pra minha filha de 3 anos suco só da fruta, e mesmo assim não dá pra confiar, e agora com o leite? Não posso ter uma vaca, a saída agora está sendo ferver bem, mas não sei se o que adicionam some no aquecimento, e agora?
"





Alex Sander: "Adulto não precisa de leite
"

Nobre Administração e Marketing: "A pediatra do meu filho diz sempre para ele 'leite é para bezerro; e você, o que é?' Mas, independente de ser para bezerro ou não, é uma vergonha tal situação de empresas só para garantir a permanência no mercado."





Rose Tripoloni: "Suco...leite...onde isso vai parar????
"

Marcos Souza Pires: "Queremos ter vida saudável e agora é perigoso até tomar Leite... rs... tenso hemmm
"


Há quem diga que, passada a crise, tudo volta ao normal. Um pensamento como esse é cada vez mais equivocado. Analisando o passado recente, o leite já não é réu primário nessa questão, o que pode levantar dúvidas no consumidor a respeito da extensão e cronicidade do problema: será que o leite é, no geral, saudável? Será que os problemas são mesmo pontuais? Além disso, o consumidor hoje está mais informado, tem mais opções de consumo e não tolerará mais comprar gato por lebre.
Dentro dessa realidade, é bastante óbvio que episódios como o da semana passada contribuem ainda mais para desvalorizar o produto. É interessante notar que o baixo valor do leite ao consumidor e o valor relativo elevado da matéria-prima em relação aos preços de venda tem sido motivo de queixas do setor. E com razão.

Dados apresentados na 31a. Reunião do Conselho Diretivo da FEPALE (Federação Panamericana de Leite), em Juiz de Fora, MG, mostram que, entre os países latino-americanos, o Brasil apresenta uma relação entre preço do leite UHT ao consumidor e preço ao produtor pior do que os países exportadores (gráfico 1).

Gráfico 1. Preços do leite UHT ao consumidor/preços ao produtor em países da América Latina no mês de março de 2013 (Fonte: Reunião do Conselho Diretivo da Fepale, 2013; exceto Brasil – Fonte: MilkPoint e Cepea, 2013)


Evidentemente, essa relação tem dois fatores: o custo da matéria-prima e o preço de venda. Dessa forma, a relação pode ser baixa por qualquer um dos fatores, ou por ambos. Temos enfatizado muito a elevação dos custos de matéria-prima como o aspecto predominante, mas os preços de venda ao consumidor também têm sua parcela nessa questão.

Fazendo uma reflexão mais ampla, apesar de verificarmos um dos mais altos crescimentos de consumo no mundo, pulando de 123 kg/pessoa em 2001 para 173 kg em 2012, não fomos eficientes em elevar o valor do produto (talvez não fosse possível mesmo atuar nas duas frentes com tanta eficiência, já que há elasticidade-preço para o consumo de lácteos). De certa forma, o grande crescimento que tivemos em volume foi obtido às expensas do valor, o que gerou um problema de rentabilidade crônica no setor, principalmente depois que a matéria-prima se valorizou.

Nesse período, muitas empresas tiveram dificuldades, endividando-se acima do tolerável, resultando em falência, recuperação judicial ou venda de ativos. As margens do setor, em geral, têm se mantido baixas.

Melhorar a percepção do produto junto ao consumidor por meio de ações consistentes é fundamental para que possamos crescer. Afinal, é pouco provável, que vamos manter para frente, indefinidamente, a taxa de crescimento do consumo alcançado nos últimos anos (e, mesmo se mantivéssemos, a história recente mostra que volume sem valor gera resultados ruins). Também, é pouco provável que tenhamos um enorme aumento de eficiência na produção, em curto espaço de tempo, de forma a reduzir os custos de produção e captação de leite. Assim, precisamos melhorar o valor de venda e atuar na comunicação ao mercado.

Nesse ponto, não bastam mais ações envolvendo campanhas do tipo “Beba leite”, com vaquinhas simpáticas ilustrando comerciais que consomem milhões em poucos segundos. O consumidor quer algo mais. É preciso que a comunicação seja embasada em ações efetivas, claras e consistentes de controle de qualidade. Atributos de imagem para isso, o leite tem. Ainda.

Fácil, não é. Mas há esperança de mudança. Afinal, crises são sempre momentos de se repensar o que se faz e de explorar novas oportunidades. O exemplo da fraude no RS nos mostra que, mais uma vez, temos a oportunidade e a necessidade de fazer a lição de casa no setor lácteo.






MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/06/2013

Segurança alimentar é questão que deve ser tratada c/ ética e fiscalização constante.

O que ficou desta "ultima" fraude é que os órgãos de imprensa confundiram a opinião pública mais uma vez.

Todos nós sabemos que qualquer um que leve o leite na plataforma deve passar por uma análise apurada do produto que está entregando.

Se esse produto foi recebido pela indústria, o responsável será sempre ela.

Não interessa quem está fraudando, interessa em termos de segurança alimentar qual a industria que processou o produto. Não adianta retirar lotes. A industria deve ser penalizada com a divulgação de seu nome em alto e bom som por todos os orgãos de divulgação.

Fazer o consumidor entender que o produto leite deve ser adquirido de empresa idonea.

A divulgação da marca do leite adulterado e da indústria que o processa é´uma medida de segurança alimentar e automaticamente penaliza o Processador.
PAULO MAURICIO BASTO

CASCAVEL - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 28/05/2013

Na minha modesta opinião algumas mudanças na legislação e, em especial, na atitude das indústrias, poderiam ser repensadas:

a) não comprar leite de intermediários - muitos laticínios incentivam estes "picaretas" que fazem da ntermediação este negócio. E digo, mais, estas fraudes acontecem tem muito tempo e vão continuar enquanto as empresas não eliminarem estes parasitas do setor;

b) entender que transportador de leite serve para coletar o leite na propriedade (dentro de regras estabelecidas) e transportar até o laticínio. Transportador (freteiro) não pode comprar leite e isso é comum nos laticínios;

c) criar fiscalização e instruções normativas para produtor rural e freteiros, além de associações (pessoas jurídicas formais) e não somente para indústria;

d) estabelecer código de ética entre as indústrias para evitar desmandos como estes capitanedao pelos sindicatos das indústrias;

e) laticínios possam adotar mais análises para combater fraudes;

Apenas alguns sugestões.   
PAULO SERGIO RUFFATO PEREIRA

RIO BONITO - RIO DE JANEIRO

EM 23/05/2013

Parabéns a oportuna matéria de Marcelo Pereira de Carvalho e  o MILKPOINT,  e meus cumprimentos ao Leyd Dantas Juliane, pelo excelente comentário que colocou de forma clara, conseguindo sintetizar seu pensamento, sobre o o assunto do momento.
REYNALDO FARAH JUNIOR

POUSO ALTO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 23/05/2013

Parabéns Leyd, você falou tudo o que deve ser falado sobre o assunto !
LEYD DANTAS JULIANI

ARARUNA - PARANÁ - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 23/05/2013

Brasil,  um país de faz de conta!



Boa parte  de nossos produtores fazem de conta que produzem leite; porém, trata-se de um caldo branco cheio de sujeira.



Os transportadores fazem de conta que transportam leite refrigerado; porém, misturam  o que tem pela frente: leite de péssima qualidade, água suja, resíduos e sujeira  dos tanques de transporte ou das mangueiras sujas, poeira, insetos ......



As industrias fazem de conta que selecionam o que é leite do que é um caldo sujo ou adulterado.  Como já esta tudo misturado e é branco aceitam muito mais do que 99% e depois  fazem de conta que vendem leite.



A inspeção faz de conta que fiscaliza num país de faz de conta que tem número de profissionais,  estrutura,  preparo e condições de trabalho ou punições compatíveis......

  

Os responsáveis técnicos fazem de conta que são responsáveis.



O  comerciante faz-se de conta que e armazena adequadamente os produtos, em equipamentos que fazem de conta que são refrigerados e higiênicos.



O consumidor faz de conta que  valoriza, mas acaba levando para casa tantos  produtos de qualidade nutricional discutível. Ele faz de conta que fica indignado, mas continua comprando o produto de qualidade duvidosa.



O Governo faz de conta que estimula todo o processo, no entanto,  não incentiva ou valoriza o produtor;  não  da condições adequadas a fiscalização para o seu trabalho; não melhora as estradas; não educa todos os envolvidos no processo; não apoia a vigilância ou a inspeção sanitária ativa; não incentiva a implantação de mais laboratórios de controle de qualidade; não valoriza quem produz com qualidade, não capacita e avalia  todo o processo adequadamente..  .       



A única inocente nesta história é pobre da vaca . Alguém vai dizer que esta pobre coitada  faz de conta que produz leite?  Se for bem tratada, alimentada, examinada, avaliada, desverminada, selecionada.... é evidente que produz , dali por diante, quem piora o leite é todo o restante dos atores do processo, então, para melhorar o leite é necessário deixar de lado o   faz de conta e cada um fazer a parte que realmente lhe compete, do contrario as porcarias vão continuar existindo. Isto é  mudança de cultura. Na nossa cultura ainda é aceito que o que entra em nossa boca,  faz de conta que é leite. Até quando continuaremos continuaremos aceitando o faz de conta?    



Temos que repensar é se continuamos aceitando o faz de conta ou se cada um de nós deve fazer a sua lição de casa  para mudar este cenário, afinal o leite é um produto nobre, capaz de de acabar com a desnutrição, e nobres devem ser consideradas as "bocas" daqueles que o ingerem; portanto, deve ser olhado com a seriedade que merece!   

   
MÁRCIO F. TEIXEIRA

ITAPURANGA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/05/2013

Na minha opinião existe um total descaso das autoridades do poder público desde à produção até a industrialização do leite, com algumas poucas empresas e produtores fazendo o dever de casa. Na produção até hoje qualquer pessoal pode vender leite na cidade tirando leite no fundo do quintal de uma vaca morrendo de fome, isso não é proibido. Vender leite em garrafas (quentes) na esquina também pode. Empresas tem a estratégia de comprar leite que são juntados pelas, ainda existes, "camionetes gaizeiras" quando chegam com latões (que ainda existem) sujos após as 13:00 hs da tarde. Isso tudo, ainda pode !! Então o setor de produção de leite no Brasil deveria promover uma verdadeira moralidade no setor, vamos evoluir pessoal!!!

Marcelo, após o adiamento da normativa 51 percebi que quase nada mudou no setor, infelizmente. Com certeza, enquanto esse quadro continuar, veremos tudo isso acontecer, até mesmo nas vésperas do dia das mães ou das crianças.

Abraço
LUIZ FERNANDO BONIN FREITAS

NOVA FRIBURGO - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/05/2013

faltam incentivos governamentais , faltam investimentos , temos alguns obstinados produtores , gado girolando de excelência , clima , pesquisa agropecuária de primeiro mundo , dentre outros aspectos fundamentais para nos tornarmos maiores , mas apesar das complicações da cadeia do leite , até quando vamos suportar essas noticias , essas fraudes , essa falta de compromisso e vontade dos políticos com o agronegócio brasileiro , volto a afirmar que leite é alimento para crianças e portanto uma questão de segurança nacional , que os responsáveis por esse crime sejam exemplarmente punidos , cabe a nós brasileiros dar um basta nessa situação .
LEANDRO SIMIONI

PINHALZINHO - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/05/2013

Parabéns pelo artigo Marcelo. so quero contribuir com uma colocação.

Sou produtor de leite, consultor da área e percebo que vivemos numa cadeia que por vezes vive de aparencias.

A industria, em sua maioria. "diz estar preocupada com qualidade", mas ao mesmo tempo recolhe leites sem o minimo de qualidade e idonedade. Isso ocorreu no RS. Onde, a seriedade das industrias envolvidas foi posta em cheque pois aceitaram as fraudes.

O serviço de inspeção, "diz que fiscaliza" mas na verdade, me desculpe os termos, tem medo de por p pé na estrada e fazer de fato fiscalizaçao em freteiro, produtor, industria,etc. Sem contar as inspeções municipais que deixam de lado a parte técnica e as vezes prevalecem os favores politicos.

A assistencia técnica, por vezes, alimenta a sindrome do coitadismo. onde a exclusão e os lamentos dos produtores sao discurso tbem dos técnicos, e nao somente dos produtores.

O produtor por vezes se faz de vitima de tudo e de todos dizendo que nao pode, que custa muito, que nao tem tempo p produzir com qualidade, etc. Quando sabemos que procedimentos simples fazem toda a diferença.

O que falta na cadeia do leite brasileiro é profissionalismo de fato,sem fingimentos.

E para concluir, falta a justiça por na cadeia os criminosos que abusam da saude dos consumidores. Tratar fraudes de alimentos como crime de verdade. sem rodeios

Enquanto a cadeia do leite continuar fingindo, o Brasil continuará dos "espertos",  da impunidade e do fingimento
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/05/2013

Lamentavelmente, faltam-nos as punições exemplares para os  fraudadores, seja qual for o setor envolvido da cadeia do leite.

A torpeza é tão grande contra as vítimas inocentes que não considero exagerada a punição adotada para tais casos como com o episódio na China:

https://oglobo.globo.com/mundo/china-executa-dois-condenados-por-contaminacao-de-leite-em-po-3145183

Será que, passados alguns anos, vamos nos chocar novamente com um novo escândalo desses em nosso meio?
REYNALDO FARAH JUNIOR

POUSO ALTO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 22/05/2013

Parabéns pelo artigo! Gostaria apenas de ressaltar que, sem sombra de dúvida, as indústrias eram coniventes com a fraude. Se o leite fosse corretamente analisado antes de entrar na produção, a fraude seria detectada. Se não foi, é porque ou o leite não foi analisado adequadamente, ou a fraude fazia parte do negocio.
HERMENEGILDO DE ASSIS VILLAÇA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 22/05/2013

Parabens pelo artigo.Volto á mesma tecla: sem QUALIDADE não chegaremos a nenhum lugar.
LUIZ SHINICHI OYAMA

LINS - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 22/05/2013

Marcelo, parabéns pela matéria e as pessoas que postaram até o momento seus comentários também. E complementando parcialmente e dentro da minha análise, tenho a seguinte posição:-



a)- Aprimorar a legislação com punições "mais" severas, tanto financeiramente, como em outras esferas judiciais, inclusive a criminal.

b)- Unificar a fiscalização numa legislação única ( Federal, estadual e municipal ).

c)- Oferecer melhores condições para fiscalização e melhor aproveitamento dos laboratórios credenciados.

d)- Também unificar a fiscalização entre os orgãos publicos ( Ministerio da Agricultura-SIF, Ministerio da Saúde (Vigilancia Sanitária), Ministerio Publico Federal, Secretarias da Fazenda, entre outros).

e)- Uma vez detectado não conformidade na produção ( no recebimento da materia-prima, na produção em si), instalar imediatamente AGENTE FISCAL PERMANENTE e liberação de lotes dos produtos para comercialização somente com AUTORIZAÇÃO POR ESCRITO DESTE AGENTE FISCALIZADOR.

f)- Além da profissionalização do segmento leiteiro em todas as etapas operacionais e gerenciais da industria.

Está é minha singela contribuição.
ELIZARIO PEDROZO

ENÉAS MARQUES - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/05/2013

Sou produtor de leite a 12 anos, e em todo o tempo tive a conciência de que o leite que meus filhos, filhos dos parceiros das atividades não podem tomar, não presta para ser vendido, isso poderá ser comprovado por qualquer pessoa na empreza que eu entrego, e isso não tem nada de extraordinário, é uma obrigação. Diante desse quadro a gente fica perprexo a onde o ser humano é capaz de chegar pelo dinheiro, isso é lamentavél, estranho que no momento que o mercado sinaliza para um aumento de valor, para o produtor recuperar um pouco do ano que passou isso vem atona. Tem que ter conciência, responsabilidade, profissionalismo em todos os setores, produtor, transportadores, industria e governo, fiscalização deve ser rigida em todo o tempo, em todos os setores, em todos os lugares, vamos ter um pouco de humanismo, um pouco de Deus no coração.  Fico pensando onde o ser humano é capaz de chegar...
ROSANE VANISKI

MATELÂNDIA - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 22/05/2013

Concordo plenamente com uma punição severa aos transportadores que fraudam o leite e ás indústrias que compram o produto sabendo da sua origem fraudulenta, como no caso em Goiás, isso acaba gerando prejuízos ás indústrias que trabalham corretamente, e um dos prejuízos é a quedo do consumo de produtos lácteos.
ALEX M. M. SÁ ANDRADE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS

EM 22/05/2013

A maioria das industrias tem como detectar algum fraude no leite quando chega as industrias, tem como ver a quantidade de agua, formol e outros produtos não compativeis...agora com esses fraudes no leite , a categoria e a polica tem que dar uma resposta a sociedade imediata, com mais controles rigorosos e penas aos acusados ,
JOAO AURELIO CARM

CARMÓPOLIS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/05/2013

Na minha região os atravessadores de leite sempre pagam mais que as empresas que captam e industrializam elas mesmas o produto



---------AGORA JÁ SABEMOS QUAL E O MILAGRE-------
MONTOVANI PEREIRA

PALOTINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/05/2013

Precisamos urgente de leis que de fato coloquem os fraudadores atrás das grades. Não esquecendo que tipo de fiscalização foram e são realizadas pelos órgãos responsáveis nestes casos, para ter permitido que estes produtos chegassem ao público consumidor.
CARLOS BISPO SANTOS

IPORÃ - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 21/05/2013

Parabéns marcelo pelo artigo; não consigo entender como as industrias que compravam esse leite dos carreteiros fraudadores não detectavam nenhuma irregularidade. O consumidor presisa saber quem são estas empresas para não comprar mais leite adulterado com ureia e formol. E concordo com o Jandir, presisa punir  da melhor maneira possível os fraudadores de leite.
EDUARDO WERLE

SÃO PEDRO DO BUTIÁ - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 21/05/2013

E o preço do leite ficara estável com estas fraudes ou baixara para os produtores?pois desse jeito que está acontecendo com o nosso leite o pessoal não vai ter mais coragem de beber um leite entoxicado
JANDIR FAUSTO BOMBARDELLI

TOLEDO - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 21/05/2013

Se a fraude contém resíduos de formol e este é cancerígeno, então os fraudadores estão condenando os consumidores à morte, neste caso eu defendo  a tese que para estes fraudadores a melhor punição seria a pena de morte, da mesma forma que ocorreu na China. Jandir F. Bombardelli, leite Lactobom-Toledo-PR

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