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Competitividade norte-americana no leite

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 21/10/2013

9 MIN DE LEITURA

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No início de outubro, fizemos nossa segunda viagem para os Estados Unidos, levando um grupo de 15 pessoas entre produtores, técnicos, pesquisadores e industriais. Dado o perfil heterogêneo do grupo, montamos um programa igualmente heterogêneo – fazendas de vários portes, universidade, laticínios, instituições setoriais e uma feira (a tradicional World Dairy Expo, em Madison, WI).

Dessa forma, em um espaço de 10 dias, foi possível conhecer um pouco de como se organiza a produção do maior produtor de leite de vaca do mundo, com cerca de 90 bilhões de litros.

Os Estados Unidos sempre foram associados à alta produtividade, mas baixa competitividade global. Seus custos sempre foram maiores do que os preços do mercado internacional e as exportações só eram viáveis através de subsídios que permitiam com que o excedente pudesse ser desovado. Por outro lado, o enorme mercado interno colocava o foco do setor justamente dentro de suas fronteiras, de certa forma como ocorre também com o Brasil nesse momento. Comparadas com as empresas europeias e com a neozelandesa Fonterra, foram poucas as empresas norte-americanas de lácteos que se internacionalizaram ao longo das últimas décadas.

A partir de 2007, com a elevação dos preços internacionais e com a desvalorização do dólar frente a diversas moedas, isso começou a mudar. A alta eficiência produtiva, a organização setorial e a capacidade responder aos estímulos econômicos não encontraram mais na conjuntura internacional uma barreira para a expansão, até porque os fortes subsídios europeus que contribuíam para a manutenção dos preços internacionais em US$ 0,20/kg iam sendo gradativamente descontinuados. Aliado a isso, a despeito de todos os investimentos em marketing, o consumo interno vinha andando de lado, principalmente por causa do declínio aparentemente incontornável do consumo de leite fluido.

O resultado é que os Estados Unidos passaram a investir nas exportações de lácteos. Hoje, o país é o terceiro maior exportador mundial, atrás da Nova Zelândia e da Europa e já à frente da Austrália. Em 2013 (veja gráfico abaixo do USDEC, organização bancada por produtores de leite e que visa abrir espaço para o leite e lácteos dos EUA no mercado internacional), o país deve bater o recorde pelo quarto ano seguido, exportando mais de 15% de sua produção (ou seja, 13,5 bilhões de kg) e faturando US$ 6,5 bilhões. Veja pelo gráfico que, em 2005, o país importava mais do que exportava.



E não deve parar por aí. Tim Hunt, estrategista global de lácteos do Rabobank e que esteve no Interleite Brasil 2012, disse que o país parece estar entrando em um período de aumento de competitividade, ao mesmo tempo em que a China busca diversificar o suprimento de lácteos, hoje muito concentrado na Oceania. 

Com tudo isso, especialistas locais acreditam que de cada 3 kg de aumento de mercado nos próximos 10 anos, 2 virão das exportações. Considerando um crescimento de 1,4% ao ano, em 2023 o país estaria produzindo 106 bilhões de kg, sendo 22,3% exportados – quase 24 bilhões de kg.

A seguir, alguns destaques da viagem e que mostram um pouco da organização do leite nos EUA.

Dairy Management Inc – foi a última visita da viagem, nos arredores de Chicago. Fomos recebidos por Tom Gallagher, presidente da entidade. A DMI arrecada US$ 270 milhões de dólares anuais para ações voltadas para o aumento de consumo. Surgiu em 1984, quando os EUA estavam com estoques públicos nas alturas. Os produtores, organizados, propuseram: “nós ajudamos a vender, desde que vocês tornem obrigatória a contribuição do produtor”. Até então, havia diversos programas isolados de marketing, com contribuição voluntária, o que tende a não funcionar. O governo aceitou e desde então os produtores pagam 1/3 de centavo de dólar por cada kg produzido, mas podem a qualquer momento interromper a iniciativa, desde que tenham suficiente número de assinaturas.

Engana-se quem pensa que todo esse investimento está centralizado em propaganda na TV e afins. De fato, isso ocorreu, mas os tempos mudaram. A DMI tem pesquisadores dentro do McDonald’s, da Domino’s Pizza e Taco Bell, por exemplo, para desenvolver produtos ao consumidor utilizando lácteos (leia mais sobre isso em artigo que escrevi há 2 anos).

Também, tem em seus quadros um ex-jogador de futebol americano que atuou no New York Giants e que atua como embaixador junto a outros atletas, fomentando o consumo de lácteos na prática de esportes. A DMI criou recentemente uma sala de mídia digital, onde uma moçada jovem fica monitorando tudo o que ocorre nas mídias sociais envolvendo lácteos, interagindo com o público quando necessário. Por fim, realiza visitas de formadores de opinião e clientes finais a fazendas, para mostrar como o leite é produzido. Um dos braços da DMI é o USDEC, já mencionado acima, que foca no mercado exportador. Exemplo de organização setorial.

Universidade de Wisconsin, em Madison – tivemos um dia de palestras na bela Universidade, referência em produção de leite nos EUA. O encontro de um dia foi organizado pela nossa colunista de nutrição Marina Danés, que está fazendo doutorado no local. Além da palestra de Marina, tivemos Victor Cabrera, que veio ao Interleite Brasil em setembro, Dave Combs, especialista em fibra, Paul Frickie, que palestrou no Simpósio Leite Integral deste ano, e Mark Stephenson, outra figura que veio ao Brasil em 2013, sendo palestrante na abertura do Interleite Sul, em Passo Fundo.

Como é formado o preço do leite nos diversos países do mundo? Foi este o tema de interessante palestra de Stephenson. Aprendemos que o preço do leite nos EUA é dado por um mecanismo parecido com o Conseleite: mix de produtos, preços de venda e rendimento industrial determinam o preço base a ser recebido pelo produtor. Assim, o mercado é altamente regulamentado pelo governo. As empresas têm seus bônus de qualidade, mas o fato é que há pouca concorrência pelo leite – e pouca diferença de preço em decorrência de volume de produção entre produtores. Ainda, há um mecanismo de transferência de recursos entre empresas (acredito que via governo) caso determinado segmento esteja com rentabilidade pior do que outro, de forma que todos possam pagar de forma semelhante pela matéria-prima, sem incorrer em prejuízos.

Fazendas – visitamos fazendas de 140 a 2900 vacas em lactação. Um dos pontos que chamaram a atenção é o acesso à tecnologia. Os produtores ficaram inconformados com os custos muito mais baixos dos mesmos equipamentos, sêmen, etc., bem como pela quantidade e variedade de serviços e tecnologias disponíveis por lá, causa e consequência de um país que produz 90 bilhões de kg com alto padrão tecnológico.

Esse é um ponto relevante para nossa competitividade futura. Onde está o problema? Questão tributária? Custo Brasil? Margens? Baixo volume de mercado? Se, por exemplo, uma dose de sêmen dos melhores touros custa 3 vezes mais aqui em dólar do que lá, é evidente que nossa evolução será menor. Se determinado equipamento, quando disponível, custa o dobro, o mesmo conceito se aplica. Está aí uma área relevante para nossas lideranças estudarem mais a fundo.

Também, serviços terceirizados são comuns e extremamente profissionais, seja na produção de forragens, na criação de bezerras ou na coleta do leite. Na cooperativa Foremost Farms, por exemplo, vimos que a empresa que realiza o transporte é de propriedade da Land’O’Lakes, outra cooperativa, prestando serviço a diversas empresas e otimizando a rede de captação de leite, com custo por litro mais baixo que o nosso. Claro que o volume de leite por km rodado e a qualidade das estradas são aspectos relevantes.

Heterogeneidade – costumamos falar da heterogeneidade na produção de leite no Brasil. Pois lá também tem! Visitamos uma propriedade com ordenha robotizada, com 140 vacas, mas que não tinha nada de excepcional; visitamos a Larson Dairies, com 2900 vacas em barracão totalmente fechado, com sistema de ventilação cruzada, altamente eficiente; visitamos fazendas de grande qualidade genética e produtiva, como a Kellercrest, a Sun Burst (Brian Brown, seu proprietário, é presidente do conselho da Accelerated Genetics) e a Mystic Valley, com 300 a 500 vacas no leite; visitamos a Crave Brothers, 1200 vacas em um ambiente extremamente organizando e limpo, com produção verticalizada de queijos. E vimos nas belas estradas com paisagem de outono inúmeros barracões antigos, aqueles vermelhos com silos azuis, muitos deles ainda em uso, completando o quadro de diversidade existente.

Nos últimos anos, a eficiência neozelandesa tem nos atraído. Contudo, talvez seja nos os Estados Unidos que devamos ter nosso principal espelho: grande mercado interno, distintos pacotes tecnológicos, clima e condições de produção igualmente distintas ao longo do país e estrutura de custos (altos custos variáveis e baixos custos fixos) mais próxima das nossas.

Por fim, uma última observação. Fomos extremamente bem recebidos em todos os lugares que visitamos. Nessa época do ano, as fazendas de Wisconsin recebem inúmeras visitas por conta da World Dairy Expo. Em uma delas, segundo o proprietário, eram mais de 15 visitas na semana. Mesmo assim, a atenção e a paciência conosco foram extremas. Ocorreu-me que, além da hospitalidade e do orgulho de mostrar um trabalho bem feito, o bom produtor norte-americano tem uma preocupação especial em passar uma imagem favorável para a sociedade, já que hoje menos de 2% da população está na agricultura e que, caso não tenha um canal de comunicação adequado com a comunidade, poderá ser prejudicado com visões equivocadas a respeito de como se produz.

A seguir, fotos que tirei na viagem. Nesse link, artigo que escrevi na viagem do ano passado, “Barracões abandonados, robôs e megafazendas”.


Proprietários da Kellercrest Holsteins: sucessão familiar é problema para os irmãos Tim e Mark Keller.


Barracão totalmente fechado para 1800 vacas na Larson Acres


Divisórias de plástico removíveis garantem a limpeza quando o lote de bezerras é desmamado (Larson Acres)


Nosso grupo na fazenda Sun Burst, de Brian and Yogi Brown. Ao fundo, as antigas instalações, não mais usadas para as vacas em lactação.


Mystic Valley: 45 kg de média/dia em free stall com 3 fileiras de camas e sobre-lotação de 17% nas baias


Charles Crave, mostrando a ordenha e Marius Bronkhost, produtor Top 100 de Aarapoti, PR,


Tanque de permeato de soro na Crave Brothers. Se Wisconsin fosse um país, seria o quinto maior produtor de queijo do mundo, à frente da Itália. O permeato de soro volta para a ração completa, sendo fonte de energia


O grupo observa os silos da Crave Brothers.


Casqueador faz o casco em menos de 3 minutos por vaca


O grupo na Universidade de Wisconsin, com direito a chimarrão. Ao fundo, Marina Danés e Mark Stephenson.


Silagem de milho e de alfafa formam a base da dieta em Wisconsin. Mas a terra é cara: um hectare pode chegar a US$ 25.000.


Dia de ensilagem na Sassy Cow dairy, fazenda que tem uma unidade convencional e uma orgânica, com leite, sorvete e queijos comercializados no mercado com marca própria


Yogi Brown e Neli Berloti, professora da UEL. Ao fundo, um dos muitos imigrantes que ordenham as vacas norte-americanas


Luisa e seu pai Olavo Carvalho, produtor top 100 em Araxá, MG.


O belo rebanho guernsey da Hoard’s Dairyman Farm


Produtor investiu US$ 250.000 em cada um dos dois robôs, mas não se arrepende, apesar na manutenção passar de US$ 1.000/ano em cada um.


Viagem termina com um dia de lazer em Chicago.

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do MilkPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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RODRIGO

DIVINÓPOLIS - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 31/12/2013

Nem acho que 25 mil doletas por 1 HA nos Estados Unidos seja caro, com uma politica brutal de proteção ao produtor norte americano com investimentos e subsidios.



As terras nos lugares que tem tornados são muito baratas.



No Brasil nem está tão longe disso, e sem ajuda alguma do governo.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/11/2013

Prezado Marcelo Pereira de Carvalho: Já dizia Lavoisier, "na natureza nada se cria, tudo se transforma".

O mesmo podemos dizer dos sistemas de produção. Portanto, não se trata, apenas e tão somente, de copiar o sistema americano ou o neozelandês (como prefiram). Mas, sim, retirar deles aquilo que é salutar e deu certo e adaptar para que dê certo, de igual monta, aqui também.

Meu sistema não é cópia do americano (temos soluções e alternativas que em lugar nenhum do mundo - pelo menos que eu saiba - existem), mas o tem com o base.

Por óbvio, a  carta da vez é o profissionalismo , pois, sem ele, nenhum sistema se sustenta. Rigorosa atenção com as variáveis e com as fixas, vigilância constante e mão de obra treinada e valorizada podem - e devem - fazer a diferença nos tempos vindouros, seja aqui, nos Estados Unidos da América, na Nova Zelândia ou em qualquer lugar do mundo.

Todavia, não podemos prescindir do que deu certo, apenas por mera xenofobia.

Estamos num ecossistema muito rígido - o da produção de leite - que não nos oferece margem para erros e, portanto, aqueles que se aventuram por suas trilhas sem as conhecer integralmente, quase sempre acabam atolados e, o pior, no meio do nada.

Um abraço,





GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

ALFA MILK

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=

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MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 05/11/2013

Caro Marcelo,



Entendo o sentido da sua observação e concordo. O grande erro a ser evitado é tentar "copiar" algo na tentativa de driblar erros do sistema. O sistema americano é altamente profissional e deve ser seguido como espelho ao desenvolvimento da nossa produção. No entanto, jamais devemos nos esquecer do que os olhos não veem. Controle zootécnico, gestão, planejamento alimentar, uso eficiente da mão de obra, laboratório de analises, assessoria técnica, manejo sanitário, etc. É preciso avaliar a capacidade do produtor e de sua equipe técnica em lidar com tudo isso. Da mesma forma a produção a pasto demanda a mesma especificidade sobre o sistema.



Penso que o uso de um ou outro determinado insumo deve ser analisado, assim como maquinas e instalações. O uso de concentrado suplementar no Brasil é altamente interessante, diferente do que ocorre na Nova Zelândia, por exemplo. Um sistema de ordenha moderna com extratores automáticos e numero grande de postos somente é justificável se for reduzido o números de trabalhadores que realizam tal tarefa ou o número de animais ordenhados seja significativamente maior. Caso contrário, não gera lucro.



Tudo deve ser muito bem analisado. Caso contrário somente gera custos, como muito bem citou o Wagner em artigo recente.



Abraço
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/11/2013

Caro Marcelo,



Cópias não devem ser feitas, mas como seria a terceira via? Os EUA são referencia em produção confinada, a NZ é referencia em produção a pasto. Se confinarmos estaremos "copiando" os EUA, se soltarmos as vacas no pasto estaremos "copiando" a NZ, e como o Michel destacou as cópias sempre saem inferiores ao original. Seguir um ou outro modelo  então é o mesmo que sair do fogo e cair na frigideira. Em ambos nós temos desvantagens em relação aos países de referencia.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 05/11/2013

Obrigado a todos pelos comentários!



Michel, agradeço suas observações. Realmente, deve-se evitar cópias - não usei essa palavra, mas o uso da palavra "espelho" possa ter gerado erroneamente a impressão de que sugiro copiar o modelo americano.



Acho válida também sua colocação sobre o valor mais caro de diversos insumos no Brasil como fator que talvez implique em modelos distintos do norte-americano.



No final das contas, temos mesmo de analisar as diversas realidades existentes no Brasil e buscar soluções que façam sentido técnico, econômico e sócio-ambiental.

MARLUCIO PIRES

EDEALINA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/10/2013

Parabéns Marcelo, pelo artigo. É sempre importante buscar conhecimento e ideias em outros lugares, até para que possamos comparar  com a nossa forma de  trabalhar. Realmente, o alto custo da tecnologia para os produtores brasileiros dificulta muito o crescimento das propriedades.
HENRIQUE BRINCKMANN

CRUZÍLIA - MINAS GERAIS

EM 28/10/2013

Parabéns Marcelo pela iniciativa de levar mais uma vez produtores brasileiros para conhecer alguma coisa  dos EUA e a matéria está excelente.

ADALBERTO ANTONIO DE OLIVEIRA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/10/2013

Parabéns, excelente texto. Esse é  nosso caminho!!!! Temos muito trabalho!!!!
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/10/2013

Caro Michel,



É óbvio que não se resume na nutrição, mas começa pela nutrição. Sem conhecimento os melhores equipamentos do mundo não servem para nada, nem pelo preço que pagamos aqui ou pela metade do preço ou até mesmo de graça. O que levou a pecuária americana ao ponto que está hoje foi justamente o conhecimento, que não ficou restrito as gavetas das unidades de pesquisa e universidades.

Concordo com você sobre o preço do carro brasileiro, não vai baixar nunca, no que depender do consumidor vai aumentar, o brasileiro sente orgulho em pagar caro por um carro.



Um grande abraço



Ronaldo
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 22/10/2013

Caro Ronaldo,



Quem dera produção de leite se resumisse a nutrição apenas.

Por mais zangados e indignados que possamos ficar e movermos toda forma de ação não acredito que insumos, maquinas e equipamentos ficaram tão acessíveis por aqui tão cedo. É o mesmo que pensar que o nosso Gol completasso que é vendido no México pela metade do preço praticado aqui vai de uma hora pra outra custar o mesmo pra nós, que o fabricamos.



Abraço
RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/10/2013

Excelente artigo! Novos panoramas, novas informações, tudo isso é muito válido.

Mas o que mais me chama a atenção, e já faz tempo isso, é a diferença do custo do investimento em infra-estrutura e tecnologia, esse ponto é que esta nos deixando para trás!

Os preços do leite,  mais ou menos balizados internacionalmente, agora, quando se compara o quanto se paga pelos insumos aqui no Brasil em relação a outros países ( e não precisamos ir longe Argentina, Uruguai e Paraguai ) é de ficar assombrado.

Precisamos sim de ações do governo para baratear o acesso aos insumos e assim rentabilizar mais o produtor, para que este possa continuar investindo e crescendo. Mas precisam ser ações focadas diretamente ao produtor, com a mínima ingerencia de agentes financeiros e vendedores de insumos. Quando o governo simplesmente isenta algum tributo a Industria, essa isenção não se torna lucro ao produtor via barateamento de insumo, ela é incorporada a margem das empresas..que diga-se de passagem , ganham o que querem no Brasil, principalmente as Multinacionais.

Foco no Produtor, direto.

Mudança de estratégia de acesso ao crédito.

Ações que dependem de um governo, que sinceramente não sei se está realmente interessado em um setor primário forte e independente do próprio governo.

Acredito que eles tem medo de nós!!
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/10/2013

Caro Michel,



Conhecimento é universal, não se trata de cópias. Nutrição é igual a roda, pode tentar reinventar um milhão de vezes que sempre será redonda.



Abraço



Ronaldo
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 21/10/2013

Caro Marcelo,



Algumas coisas me chamaram a atenção.



A estrutura de custos da produção leiteira americana. Eles tem alto custo variável mas baixo custo fixo, ao contrário dos neozelandeses. No Interleite Sul deste ano foi discutido sobre a situação da pecuária americana onde este sistema pode proporcionar alta lucratividade em épocas de alto preço do leite, como a que estamos vivendo, quanto pode levar a maioria dos produtores a trabalhar no vermelho quando o custo sobe, atrelado ao preço das commodities, e o preço do leite não acompanha. "Ganha-se dinheiro muito rapidamente e perde-se na mesma velocidade". Esta é uma frase que ouvi muitas vezes de produtores americanos.

Quando comparamos custos variáveis em um sistema de produção semelhante ao americano eles não variam muito aqui no Brasil em comparação a eles em razão de que a soja, o milho, os fertilizantes, os combustíveis tem preços internacionais. Ai vem a questão que tu destacou. Podemos nós ter a mesma estrutura de custo que eles quando instalações, maquinas, equipamentos, insumos e serviços custam 2 a 5 vezes mais aqui do que lá? Nesse caso teremos não somente custos variáveis altos quanto fixos também?

Apesar de números deslumbrantes como os apresentados não devemos nos esquecer de um que não foi citado. A cada 10 anos a indústria leiteira americana perde 50% do seus produtores, a maioria por falência.

Temos sim que nos espelhar em exemplos mundo afora. Sejam eles cooperativismo, pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, organização dos produtores campanhas para alavancar a produção. Porém devemos ter muito cuidado ao efetuar "cópias", pois elas sempre saem com qualidade inferior a original.



Abraço e parabéns pelo trabalho.
ESTÊVÃO DOMINGOS DE OLIVEIRA

QUIRINÓPOLIS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/10/2013

Fantástico artigo. Sem dúvida temos muito a aprender e trabalhar para chegarmos a uma situação tão competitiva e profissional como os produtores de leite dos EUA.



Sucesso a todos
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/10/2013

Prezado Marcelo Pereira de Carvalho: Parabéns e obrigado pelo relato maravilhoso. Sempre entendi que os americanos não devem ser objeto de mera xenofobia. Eles têm muito a nos ensinar, afinal, no mínimo, são do primeiro mundo e, só isto já basta.

Minhas conclusões sempre foram que os neozelandeses são, no máximo, grandes comerciantes de leite, mas, em produção nem se comparam aos americanos do norte.

De uns dois anos para cá, a movimentação do mercado internacional vinha me indicando que haveria uma reviravolta neste quadro e os Estados Unidos da América seriam, também, os maiores exportadores de leite do mundo (em data não muito distante de hoje).

Viagens, como a que você descreve, vêm a confirmar esta tendência.

Outra lição que devemos tirar destes relatos seus é a de que sem investimento não há progresso.

Por óbvio que o Governo Brasileiro tem que melhorar nossos sistemas viários, reduzir impostos sobre a pecuária, os implementos e a cesta básica alimentar dos nossos animais para sermos mais competitivos no mercado internacional.

Mas, o produtor brasileiro tem que fazer, também, a sua parte, investindo em genética, em qualidade, em maquinário, em valorização da mão de obra, em sanidade de rebanho, porque, se assim não for, de nada adiantará o progresso dos sistemas de escoamento e comercialização do leite, já que não haverá produto suficiente para oferecer.

Um abraço,





GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

ALFA MILK

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=

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