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Metodologia de avaliação do conforto animal em instalações do tipo free-stall - calculando dimensões

POR JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

COWTECH

EM 07/02/2003

7 MIN DE LEITURA

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A construção de galpões tipo free-stall é motivo, sempre, de discussões e controvérsias entre produtores, técnicos e demais agentes envolvidos na atividade quanto ao tipo de material a ser utilizado, tipo de cama, dimensões das mesmas, larguras de corredores, disposição de bebedouros, tipo de coberturas, altura de pé-direito, etc. O foco deste artigo é fornecer informações importantes, simples e precisas a respeito de dimensões associadas ao conforto das camas neste tipo de instalação, bem como a descrição de uma metodologia para avaliação do conforto animal.

Quando avaliamos um free-stall, devemos ter em mente que, mais importante que a checagem de inúmeros detalhes, seria a avaliação do comportamento da vaca neste tipo de instalação. É justamente ela quem nos dirá se algo vai bem ou mal.

CAMA

Podemos dizer que o conforto da cama é o principal item a ser avaliado e que o sucesso do free-stall está associado, principalmente, ao nível de conforto proporcionado pela mesma. Camas confortáveis são fundamentais, logo, a escolha do material que irá compô-la é de extrema importância. Diversos materiais podem ser utilizados, como palhas, maravalhas (pó de serra), fenos de baixa qualidade, terra, areia e colchões de borracha. Apesar de materiais orgânicos, como maravalha, por exemplo, proporcionarem um bom conforto, são indesejados do ponto de vista sanitário pois servem como substrato para crescimento de bactérias prejudiciais a saúde da glândula mamária. Desta forma, é necessária a constante remoção e reposição de material nas camas. No caso de materiais inertes como colchões de borracha este problema quase inexiste, porém esbarramos no custo/cama deste material. Por este motivo, a cama de areia apresenta-se como uma boa opção, sendo amplamente utilizada no mundo, uma vez que oferece grande conforto, além de não ser um meio propício ao crescimento de patógenos (material inorgânico e inerte) desde que conservadas limpas e secas.

Segundo pesquisa, avaliando o conforto entre camas de concreto (sem forro) e cama de palha, foi possível notar diferenças gritantes. Os animais que tiveram acesso à cama de palha permaneceram deitados o dobro do tempo em relação aos animais com acesso a cama concretada. No primeiro caso (palha) os animais permaneceram deitados em média 14 horas/dia x 7 horas/dia (concreto). O resultado acima induz ao raciocínio de que, antes dos detalhes envolvendo dimensões, o fator conforto-cama, em si, pode compensar possíveis erros da instalação.

Camas de free-stall, qualquer que seja o material utilizado nas mesmas devem sempre estar limpas e secas. Para camas de areia, existe um teste prático para avaliação do seu conforto. Devemos nos ajoelhar na cama, levantando em seguida. Nossos joelhos devem ficar marcados (moldados) na superfície e, quando ficamos novamente de pé devem estar limpos e nossas calças, secas. Free-stalls impraticáveis, quando realizamos este teste, geralmente não moldam nossos joelhos, umedecem os mesmos e sujam nossa roupa.

AVALIAÇÃO SEQUENCIAL

Para avaliarmos o nível de conforto proporcionado por instalações do tipo free-stall, devemos seguir a seqüência de itens descritos a abaixo, como orientação:

a - Tamanho da cama:

Devemos observar se as camas oferecem espaço suficiente para abrigar um animal deitado, confortavelmente. No caso de camas muito pequenas, o problema torna-se bastante complicado, pois a correção implica, na maioria dos casos, reformas estruturais (serviços de pedreiro). Quando a situação é contrária, ou seja, camas muito grandes, podemos resolver o problema com a colocação de uma prancha que atua como um "para-peito" para as vacas, chamado "brisket-board". O "brisket-board" geralmente é de madeira, quando móvel. Em algumas instalações, esta estrutura é fixa (concreto), impedindo possíveis ajustes.

Atualmente, a recomendação técnica padrão, quanto às dimensões da cama, para um animal adulto de 630 kg (média) é a seguinte:

- largura: 1,20 m
- comprimento: 1,70 m

Entretanto, existem variações e adiante detalharemos cálculos de dimensionamento de camas.

b - "Lunge- Space":

"Lunge-space" é a nomenclatura em inglês do: "espaço livre para a movimentação" da cabeça do animal, quando o mesmo se levanta, deita ou permanece em repouso. Este espaço é determinado entre o "para-peito" ("brisket-board") e o eixo central que suporta as estruturas de contenção (divisórias entre as camas). A ausência deste espaço livre, pode causar extremo desconforto quando os animais estão deitados, além de dificultar seus movimentos. Desta forma, este item é um detalhe importante de ser avaliado quando temos casos de free-stalls com poucas vacas aproveitando as camas.

c - "Neckrail":

Traduzindo o termo acima, tal estrutura seria o "trilho do pescoço", ou seja, trata-se de uma barra localizada ao longo das contenções, paralela a linha do corredor, que deve ser posicionada próxima ao alinhamento do "brisket-board". Pode ser considerada como uma estrutura de grande importância numa cama, uma vez que seu posicionamento afeta diretamente o comportamento animal.

A sua função é fazer com que as vacas, ao se levantarem para urinar ou defecar, dêem um passo para trás, evitando a contaminação do local de repouso. Quando temos um "neckrail" muito "adiantado" (além da linha do "brisket-board"), oferecemos muita liberdade de movimento para as vacas que podem efetuar suas necessidades inadequadamente (dentro das camas). Quando posicionamos tal estrutura demasiadamente para trás, dificultamos o repouso dos animais, que passam a encontrar dificuldades para se deitar/levantar, aumentando consideravelmente o número de animais deitados nos corredores ou vacas de pé dentro das camas, somente com os membros anteriores.

O posicionamento do "neckrail" vem sendo objeto de pesquisas recentes envolvendo o conforto/comportamento de animais em free-stalls. De acordo com avaliações experimentais da University of British Columbia (Canadá), o tempo de permanência de animais de pé sobre as camas diminui consideravelmente quando o "neckrail" foi aproximado (1,5 m) do eixo central das camas em relação a um posicionamento mais afastado (1,7 m). Segundo os dados desta pesquisa, no caso do "neckrail" mais afastado houve um acréscimo de 15 minutos no tempo de permanência (médio) dos animais que tiveram acesso ao "neckrail" mais afastado em relação ao alojado mais próximo do eixo central. Em outro experimento, realizado pela mesma instituição, foi avaliado o efeito da presença x ausência de "neckrail" quanto à higiene das camas. A deposição de esterco nas camas do grupo de animais sem o "trilho do pescoço" foi duas vezes superior em relação ao grupo submetido à estrutura tradicional, que permaneceram mais tempo em pé nos corredores concretados.


ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO DO CONFORTO:

O quadro abaixo apresenta uma série de itens que mensuram o conforto/comportamento dos animais num free-stall. O objetivo seria responder às questões abaixo e direcionar possíveis soluções para os problemas mais comuns envolvendo este tipo de instalação*:

1 - As camas passaram no "teste dos joelhos"?

a-) sim (2)

b-) não: remova/substitua o material da cama, avalie a profundidade da mesma (caixa)

2 - Há espaço suficiente para as vacas deitarem confortavelmente?

a-) sim (3)

b-) não: reposicione o "brisket-board" ou reconstrua a instalação para proporcionar espaço suficiente

3 - As vacas estão com liberdade para movimentar a cabeça?

a-) sim (4)

b-) não: verifique a altura do "brisket-board" (não deve ser superior a 15 cm) e a diferença de nível entre a superfície da cama e o nível superior do "lunge space" (não deve ser superior a 25 cm, o seja, a vaca não pode estar "enterrada" numa cama).

4 - As vacas alcançam ou encostam seus focinhos em alguma estrutura no final do "lunge space"?

a-) não (5)

b-) sim: remova as possíveis estruturas e/ou divisórias que possam incomodá-las

5 - As vacas ao se levantar, encostam no "neckrail"?

a-) sim (6)

b-) não: reposicione tal estrutura adequadamente de acordo com o tamanho dos animais


6 - Chegando a este item, consideramos um free-stall dentro de padrões adequados de conforto.


* adaptado do gráfico ilustrativo do Profº Nigel Cook da University of Wisconsin-Madison

A tabela abaixo apresenta as dimensões adequadas de uma cama, de acordo com o tamanho dos animais (peso):



A tabela acima pode ser utilizada como referência no momento da construção de camas para vacas de leite. Podemos notar que o peso (kg) foi utilizado para "balizar" o tamanho do rebanho/categoria animal.

Para obtenção de um dimensionamento exato, em metros, de acordo com o peso médio de uma determinada categoria animal, recomendamos as fórmulas abaixo**:

Cálculo da largura da cama (LC):

LC = [0.018 x (PV/0.453) + 21.9] x 0.0254

Cálculo do comprimento ocupado pelo animal deitado (CAD):

CAD = [0.0224 x (PV/0.453) + 34.2] x 0.0254

Cálculo do comprimento total da cama (CT):

CT = [0.0405 x (PV/0.453) + 41] x 0.0254

Cálculo da altura do "neckrail" (AN):

AN = [0.0136 x (PV/0.453) + 26.4] x 0.0254


** onde: PV = peso vivo (kg)

Fonte: Hoard's Dairyman, 25/02/2002

Comentário do autor: com as informações descritas no texto, encontramos "ferramentas" para um diagnóstico prático do conforto de um free-stall. Existem pontos cruciais na construção deste tipo de instalação e outros menos importantes, possíveis de serem corrigidos sem grandes problemas. Dentre diversos itens importantes, o centro das atenções neste tipo de instalação será sempre as camas, cujos pequenos detalhes no dimensionamento, modificam o comportamento animal, prejudicando o rendimento da atividade.

JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

Espaço para artigos e debates técnicos expostos por especialistas e equipe de consultores.

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UNIAO DE FAZENDAS AGROINDUSTRIAS SA

PARÁ DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/04/2019

se eu for contruir um free stal no lugar da areia pra cama posso colocar um borrachão e qual a espessura
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/07/2015

Prezado José Geraldo,



Agradecemos a sua participação e comentários.



Gostaria de entender melhor sua colocação. Todos os subprodutos que trabalhamos, oriundos de madeira são ricos em carbono. Em contato com fezes mais urina, entram em decomposição formando um composto, regido pela fração C:N, ou seja, carbono (subproduto da madeira) e N (representada pelo esterco dos animais). Toda vez que temos excesso de N, em relação à fração C, esta passa a entrar em decomposição, via crescimento de microorganismos.



Os subprodutos da madeira (colocando dessa forma), são usados, no mundo todo para baias de animais, em geral. O desafio fica por conta da reposição, caso este material receba muita urina ou fezes, disponibilidade ou custo de aquisição do material.



Free-Stall:



O que ocorre é que, apesar de ser dimensionado para que o animal não defeque ou urine sobre a cama de um free-stall, muitos animais ao se levantarem, dentro da cama e se curvarem sobre a mesma no ato de micção ou defecação, temos queda parcial de dejetos dentro das camas. Mesmo que removidas, diariamente, sempre encontramos resíduos. Com o passar do tempo, a cama acaba tendo que ser substituída. Seja de areia ou qualquer material orgânico. O material "estéril" que você coloca é "estéril" ao sair da fábrica. Se assim permanecesse, não seria possível usar este material como substrato (cama) para projetos de compost barn, por exemplo.



Vale lembrar que cama de qualquer material orgânico (resíduos de madereira ou palhas) não são usados em camas do tipo: "free-stall" no mundo todo, justamente por este problema (da decomposição em contato com compostos nitrogenados: fezes + urina). Em nosso artigo não colocamos que maravalha é um material contaminado! Colocamos que serve como substrato para o crescimento. De acordo com dados experimentais, o material com menor contaminação bacteriana, quando diversas camas são comparadas é a de areia, considerada material inerte. Todavia, qualquer cama num estado de "saturação", ou seja, com acúmulo de fezes e urina acaba virando meio de cultura. Por este motivo que muitos projetos de free-stall trabalham com colchões de borracha (tapetes específicos) ou raspas de borracha com lona. Neste caso o conforto para vaca é menor, mas os custos com manutenção da cama e saúde da glândula mamária, menores.



Caso nossa mensagem não tenha ficado, esclarecida no site, esperamos ter passado mais detalhes neste email, para sua compreensão. Aproveito para, ainda para antecipar que, nenhum produtor será prejudicado pela leitura e considerações do nosso artigo uma vez que todas as informações foram trabalhadas através de fontes confiáveis e os detalhes deste artigo podem ser obtidos, diretamente da fonte, a Hoard´s Dairyman, instituição ligada ao leite desde 1.885 nos Estados Unidos.



Atenciosamente,
JOSE GERALDO OLIVEIRA DE MELO

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 13/07/2015

Discordo com todo respeito da matéria referente cama de vaca x frestall; as principais funções da cama, são: 1) Conforto, somente assim o apelo de permanecer deitada será irresistível para o animal; 2) Facilidade de absorção de dejetos e urina; 3) Terem uma boa higienização;  Bom, a palha de arroz, a palha de milho são impermeáveis, a areia não é higienizada e em contato constante com a urina e as fezes dos animais, somando-se a isso o frequente pisoteio, propiciam um tapete\cama bastante úmidos, causando desconforto e vetorizando o surgimento de microorganismos. Ora, serragem, biomassa oriunda de madeireiras são classificados como subprodutos, não são maravalha. Maravalha é uma biomassa decorrente de um processo fabril de depilação de toras de pinus ou eucaliptos, dentro de padrões sanitários, e em seguida submetidas a higienização térmica, reduzindo a níveis ínfimos as colônias de fungos, salmonelas, aspergilos e outros micro-organismos prejudiciais a qualquer tipo de animal. De maneira que sugiro um estudo aprofundado sobre a questão, para que o produtor não seja prejudicado.
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/07/2011

Prezada Heliza,





Desculpe a demora... talvez já tenha resolvido a questão, no entanto, aí vai a dica:





Entre em contato com os Deptos técnicos da GEA Farm Technologies (Westfalia) e De Laval (parceiros do site). Clicando nos banners promocionais conseguirá contato. Caso não tenha sucesso entre em contato diretamente comigo via blog aqui no Milk (Porteira Adentro) onde terá acesso ao meu email e demais contatos.





Você també poderá trabalhar com raspa de pneu, enchendo colchões e recobrindo com lona. No Paraná, na região de Castro e Carambeí temos um cidadão conhecido que realiza este tipo de serviço em muitas fazendas pelo Brasil...





Um abraço, até!
HELIZA

RESERVA DO IGUAÇU - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/07/2011

Olá, gostaria de saber onde posso comprar as camas de borracha. Estou fazendo um orçamento de um barracão, e as camas estao incluídas, preciso da informação com urgência.

Desde já agradeço.
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/07/2011

Prezado Rafael,





Se você está disposto a concretar seu barracão, recomendo esperar e fazer, de fato, um free-stall. Concretando, você não resolveria o seu problema e criaria um problema sério na divisa entre o concreto e a terra (entrada e saída dos animais). No período das águas, principalmente, formará barro excessivo e buracos, complicando o manejo. Em termos técnicos, tenho sérias restrições (por conhecimento e experiência prática negativa) com tentativas de adaptações. Infelizmente existe: "o que funciona" e o que "não funciona". Se respondesse de outra forma, estaria faltando com a verdade.





Um abraço, até!
RAFAEL AUGUSTO MELGAÇO MAIA

PARÁ DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/04/2011

Caro Joao Paulo,





Estou dimencionando um sistema freestall para 50 vacas e nao estou muito animado pois é um sistema caro. Hoje possuo  um sistema  tipo "loosing house", são piquetes de terra onde respeito as necessidades de lotação por  animal, so que na época das chuvas tenho bastantes prejuizos com o barro, precisarei fazer um piso de cimento nesses piquetes e gostaria de saber se as vacas se adaptariam bem em viver sobre esse piso mesmo respeitando as lotações ou se eu colocasse um tapete de borracha num determinado local desse piquete ao inves de construir um freestall.


Grato a atenção
BRAULIO VARGAS

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/01/2011

Gostaria de saber as medidas padrões tanto das contenções quanto das instalações, alguem pode me ajudar com isso?
Obrigado.
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/05/2009

Prezado Rudiger,

A sua pergunta é interessante pois abre um leque para uma discussão importante: adaptação dos animais à nova instalação.

Alguma considerações importantes sobre o tema, são descritas a seguir:

É normal que os animais levem um período para se adaptar. O tempo de adaptação, no entanto, é variável de rebanho para rebanho. E a velocidade com que as vacas irão começar a deitar dependerá do correto dimensionamento das instalações.

Não se preocupe, inicialmente. É normal que algumas vacas venham a se deitar nos corredores. Mas este comportamento deve mudar. A recomendação inicial é eliminar o efeito do "neckrail", ou seja, você não deve posicioná-lo na posição adequada. Você deve afastá-lo para que que as vacas possam entrar nas camas sem maiores dificuldades. Caso o seu "brisket-board" (onde animais encostam o peito) tenha regulagem, deve afastá-lo também. Isso, certamente prejudicará a higiene das camas, permitindo que os animais (menores principalmente), defequem e urinem sobre as mesmas. Semanalmente, à medida que os animais forem deitando (a tendência é que cada vez mais comecem a se deitar) você começará a recuar o "neckrail" (barra) em direção ao corredor, paulatinamente. Recomendo efetuar 1 mudança por semana (ajustes), para não estressar os animais. Vacas que nunca deitaram em camas podem passar a evitá-las em função da dificuldade constante em se deitar e, principalmente, da dificuldade em se levantar com a presença do "neckrail" calibrado (no devido lugar, para promover o famoso "passo para trás" quando o animal se levanta, evitando que suas necessidades fisiológicas compromentam a higiene do local). Desta forma, no período de adaptação, nada deve impedir o animal de conhecer o seu "novo habitat". Depois de familiarizado com a instalação, a presença do "neckrail" causa um "desconforto imperceptível" e tudo correrá normalmente.

Independentemente do tipo de cama utilizada, sempre haverá um grupo de animais que terão muita dificuldade em se adaptar e, provavelmente nunca deitarão nas camas. Este percentual também é variável, de rebanho para rebanho. Com o passar dos anos, estes animais tendem a deixar o rebanho (descarte) e primíparas (novilhas) que nunca tiveram acesso a este tipo de instalação normalmente irão se adaptar, sem maiores problemas. Vacas que estavam acostumadas a outro tipo de free-stall (tipo de cama ou dimensões diferentes) ou outro tipo de instalação certamente apresentarão maior dificuldade de adaptação. Alguns produtores "forçam" os animais a entrar nas camas, ou mesmo "prendem" os animais que se negam a deitar. Eu não recomendo, particularmente, pois a cama deve ser "convidativa" para o animal e o mesmo não deve associá-la a qualquer tipo de "stress".

No MilkPoint, na ferramenta, "Busca", digitando "Free-Stall" ou "Conforto em Free-Stall" você encontrará uma série de artigos da minha autoria sobre o tema. Recomendo lê-los e, qualquer dúvida adicional, entre em contato.

Um abraço!
BERNARD RUDIGER TREPP CARRASCO

SANTA CRUZ DE LA SIERRA - SANTA CRUZ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/05/2009

Joao Paulo:
Muito útil o artigo, parabens. Moro na Bolivia, onde tenho iniciado o uso de 32 camas de areia, há 7 dias, os animais que utilizam as camas o fazem com conforto,pelo menos na minha humilde observacao, inclusive alguns sao os maiores do rebanho, mas ainda tem uma alta % de animais deitados nos corredores, qual será o tempo de adaptacao ou treinamento ao novo sistema? Será que pode indusir o uso das camas de alguma maneira ou deve ser voluntario?
obrigado

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